Messi Artilheiro do Espanhol, Messi viu o Real Madrid levar o título. Foto: Miguel Ruiz-FCB

Resenha: 10 pitacos sobre o futebol no DF, no Brasil e no mundo no fim de semana

Publicado em Esporte

1. Acabou com o jogo. Literalmente

Se você não viu, assista a reprise. Se acompanhou, vale a pena ver de novo o que aconteceu no Santiago Bernabéu. Real Madrid 2 x 3 Barcelona. Dois gols de Messi. O último literalmente acabou com o jogo. O juiz apitou fim de espetáculo. Messi fez gol até com gaze na boca. Chegou aos 500 gols com a camisa do Barcelona dentro da casa do maior rival. Em caso de empate na escolha do melhor do mundo em 2017, podem usar esse clássico como critério de desempate.

Messi fez dois gols. Messi pendurou Casemiro — que mesmo com a Pulga atrás da orelha dele fez o primeiro gol do Real Madrid, mas teve de ser substituído por Zidane. Messi expulsou Sérgio Ramos. Messi jogou a maior parte do primeiro tempo com gaze na boca ou na mão devido a um cotovelada do lateral brasileiro Marcelo. Sensacional. E pensar que o Barcelona tentou até a última hora escalar o suspenso Neymar…

Quem tem Messi precisa do Neymar? Numa boa, em vez de comemorar nas redes sociais, Neymar deveria ficar quietinho, com vergonha de ter deixado o Barcelona na mão por causa daquela atitude infantil na expulsão diante do Málaga. Deveria respeitar a exibição de gala do Messi. Ele, sim, foi o cara do dia e tinha todo o direito de tirar a camisa e mostrar o nome nas costas para Madri e o mundo.

 

2. Tirem a barriga da miséria

Vinte e dois anos depois, Flamengo e Fluminense voltam a decidir o título do Campeonato Carioca. A última foi aquele do gol de barriga do Renato Gaúcho. Embora seja lembrada como final, não foi. Era a última rodada do octogonal final. Coincidiu de ser um confronto direto na última rodada. Decisão, mesmo, em duas partidas, como será nos próximos dois domingo, rolou pela última vez em 1991, com título rubro-negro. O jejum poderia ter sido quebrado no ano passado, mas o Flamengo foi eliminado pelo Atlético-PR na semifinal da Primeira Liga. O Furacão decidiu com o Fluminense.

O Fluminense do Abel Braga lembra a máquina tricolor de 1975. Veja bem, lembra. Não é. O Vasco não perdia dois jogos consecutivos por três gols de diferença para o Fluminense havia 42 anos. Ambos por 4 x 1. Justamente diante da Máquina Tricolor, com Rivellino, Paulo César Caju e companhia. O time de 2017 tem o melhor ataque do ano entre os clubes que -disputarão a Série A (54) e fez dois jogos duríssimos contra o Flamengo. Ganhou a Taça Guanabara nos pênaltis após 3 x 3 e deixou escapar vitória na Taça Rio. Quanto ao Vasco, precisa se concentrar na conquista do seu título em 2017: ficar na Série A. O Vasco só derrotou um time da elite em 2017: os reservas do Botafogo na final da Taça Rio. Isso é grave. Como só tem o Campeonato Brasileiro na agenda daqui em diante, precisa sonhar com algo maior.  No mínimo uma vaga para a Copa Sul-Americana de 2018.

Quanto ao Flamengo, Zé Ricardo apossa no sistema tático de segurança. Jogou contra o Botafogo do jeitinho que organizava o time antes da chegada do meia Diego. É uma alternativa, mas sinceramente não sei se será suficiente para deter o Fluminense. Uma das atrações do duelo é a briga pela artilharia entre Guerrero e Richarlison. O primeiro semestre do peruano é muito bom. Contra o Botafogo, assumiu o papel de protagonista até mesmo iniciando lances de ataque. Precisa de um título para virar definitivamente ídolo da torcida. Quanto ao Botafogo, a segunda derrota no ano para o rival, pelo mesmo placar, é mais dolorosa do que a eliminação. O Glorioso está mais do que certo em priorizar a Libertadores.

 

Anota aí: Fla-Flu em finais do Carioca

1936 – Fluminense 4 x 1 Flamengo
1941 – Fluminense 2 x 2 Flamengo
1963 – Flamengo 0 x 0 Fluminense
1972 – Flamengo 2 x 1 Fluminense
1973 – Fluminense 4 x 2 Flamengo
1984 – Fluminense 1 x 0 Flamengo
1991 – Flamengo 4 x 2 Fluminense
1995 – Fluminense 3 x 2 Flamengo
Resumo: 8 finais – Fluminense 5 x 3 Flamengo

 

3. A história se repete… Mas já se repetiu!

Tá bom, Corinthians e Ponte Preta se reencontram depois de 40 anos em um final de Paulistão depois do título épico do Timão com gol do Basílio, mas os dois clubes decidiram outro Estadual depois daquele, o de 1979, também conquistado pelo Corinthians.

Com todo o respeito aos corintianos, eu gostaria muito que a Ponte Preta conquistasse o Paulistão. São seis vices! O último deles, em 2008. Não somente pela badalada revanche de 1977 e de 1979, mas porque seria o primeiro troféu na história da Macaca. O título tem muito mais valor para o time de Campinas do que para o Timão. Vale também pelo Willian Pottker, pelo esforçado Gilson Kleina, pelo goleiro Aranha, vítima recentemente de injúria racial quando defendia o Santos na Copa do Brasil contra o Grêmio. Vale pelo fato de ter eliminado o Santos e o Palmeiras — o time mais caro do país.

O Palmeiras foi eliminado pelo salto alto na primeira partida e o São Paulo, prejudicado por um gol em posição no mínimo duvidosa de Jô, tem 20 dias para chegar voando no Brasileirão. Quanto ao Jô, que retrospecto em clássicos neste ano, hein. Cinco clássicos, cinco gols. Só que a final é contra a Ponte. Ah, o Rogério Ceni não deve estar feliz, não. Por ele, Rodrigo Caio não teria assumido que fez falta em Renan Ribeiro no jogo de ida e Jô cumpriria suspensão.

 

Anota aí: Ponte Preta em finais

1929: Vice do Paulistano na Liga dos Amadores de Futebol

1970: Vice do São Paulo, ao lado do Palmeiras

1977: Vice do Corinthians

1979: Vice do Corinthians

1981: Vice do São Paulo

2008: Vice do Palmeiras

 

4. Vai passear na Libertadores

Lembram quando Renato Gaúcho disse que o Fluminense ganharia a Linertadores e ia passear no Brasileirão? Em 2017, O técnico escolheu “passear” na Libertadores e levar a sério o Campeonato Gaúcho. Escalou time misto no torneio continental, planejou impedir o hepta do Internacional no Estadual e… fracassou. Eliminado nos pênaltis diante do Novo Hamburgo. É uma vergonha. O Grêmio vai completar sete anos sem título local. E o Inter pode chegar a sete conquistas em série. Por falar no Colorado, fala sério: que sorte de campeão! Duas classificações seguidas em decisões por pênaltis. Uma na casa do Corinthians, na quarta-feira, e outra neste domingo, no Centenário, em Caxias do Sul, diante do Caxias. Com direito a troca de goleiro. Keiller substituiu o lesionado Marcelo Lomba e virou herói. Cabe ao novo Hamburgo, cinco vezes vice-campeão, impedir o hepta do Inter. E ao colorado conquistar o sétimo título no ano em que está na Série B. Aposto no Novo Hamburgo, que foi vice do Inter em 1942, 1947, 1950 e 1952.

 

5. Chega de saudade…

Em 2015, o Atlético-MG decidiu o Campeonato Mineiro com a Caldense. No ano passado, enfrentou o América-MG. Mas neste ano a história é outra. O Cruzeiro voltou a bater o ponto e o clássico apontará o campeão de 2017. Não vou ficar no muro. O Galo ainda não convenceu. A minha bola de cristal diz que o Cruzeiro encerrará os dois anos de jejum. Eu considero um time mais organizado, definido. Enquanto Mano Menezes sabe o que quer dos seus comandados, a cabeça de Roger Machado ainda parece um trevo.

 

6. Revanche candanga

Ceilândia e Brasiliense merecem disputar o título do Campeonato Candango em 2017. O alvinegro fez a melhor campanha. Sofreu na semifinal diante do Paracatu, mas avançou. Fora da final nos últimos três anos, o Brasiliense cansou de amarelar. Ganhou direito a um tira-teima contra o Ceilândia. Em 2005, não houve final direta. O Brasiliense terminou o quadrangular final na frente do Ceilândia. Em 2010, sim, houve decisão em confronto direto. O Ceilândia conquistou o título com 5 x 3 no placar agregado. Ambos estão na Copa do Brasil e na Série D do Campeonato Brasileiro em 2018. Dois bons representantes do DF.

 

7. Onde os fracos não têm vez

Estadual é longo e chato demais. Precisava jogar quatro meses para você saber que Coritiba e Atlético-PR decidirão o título no Paraná; que vai rolar Ba-Vi na decisão do Baiano; CRB x CSA em Alagoas; Re-Pa na batalha pelo título do Paraense…

 

8. Onde os fracos têm vez

O Pernambucano e o Cearense têm surpresas. O Salgueiro eliminou o Santa Cruz. O Sport despachou o Náutico. E vai rolar Salgueiro x Sport na final. Quem esperava uma final entre Fortaleza e Ceará pode tirar o jumento da chuva e engolir Ferroviário x Ceará.

 

9. O príncipe…

Foi bacana demais ver Willian marcar dois gols na semifinal da Copa da Inglaterra contra o Tottenham, por 4 x 2, Voltou a ser decisivo com a camisa do clube londrino. Repito o que escrevi um dia desses aqui no blog. Ao que parece, é o ano dos técnicos italianos na Europa. Carlo Ancelotti conta os dias para ser campeão alemão. Antonio Conte é finalista da Copa da Inglaterra e lidera a Premier League. E o Massimiliano Allegri segue à caça da tríplice a bordo da Juventus. Lidera o Italiano, está na final da Copa Itália e nas semifinais da Champions. Para não deixar passar, que golaço do Philippe Coutinho pelo Liverpool no Campeonato Inglês.

 

10. …E o plebeu

Aquele técnico brasileiro que acha Pep Guardiola só marketing deve estar sorrindo de orelha a orelha. Com a eliminação do Manchester City pelo Arsenal na semifinal da Copa da Inglaterra, o treinador mais badalado do mundo vai fechar a temporada de 2016/2017 sem título. É a primeira vez que isso acontece na carreira de Guardiola. Prestigiado no cargo de técnico do Arsenal, Arsène Wenger enfrentará o Chelsea, de Antonio Conte, na finalíssima da FA Cup.

 

Anota aí: Títulos de Guardiola por temporada 

Barcelona
2008/2009: Espanhol, Copa do Rei, Champions League
2009/2010: Espanhol, Supercopa da Espanha, Supercopa da Europa, Mundial de Clubes
2010/2011: Campeonato Espanhol, Supercopa da Espanha, Champions League
2011/2012: Copa do Rei, Supercopa da Espanha, Mundial de Clubes, Supercopa da Europa

Bayern de Munique
2013/2014: Alemão, copa da Alemanha, Supercopa da Europa, Mundial de Clubes
2014/2015: Alemão
2015/2016: Alemão, Copa da Alemanha

Manchester City
2016/2017: Não há mais possibilidade de título