Anunciado oficialmente no início da noite deste sábado pelo Flamengo como sucessor de Rogério Ceni, Renato Gaúcho é o quarto titular do timaço campeão do Módulo Verde da Copa União de 1987 contra o Internacional a trabalhar no clube carioca como jogador e técnico. O acordo é até o fim do ano com possibilidade de renovação caso o atual presidente, Rodolfo Landim, seja reeleito no pleito de dezembro deste ano. Ele deve estrear na Argentina no duelo de ida contra o Defensa Y Justicia pelas oitavas de final da LIbertadores.
A contratação de Renato Gaúcho era esperada, bola cantada, mas soa, no mínimo, contraditória. Motivo: o Flamengo acaba de contratar o técnico que perdeu para o Flamengo por 6 x 1 no placar agregado da semifinal da Libertadores de 2019. Mais uma prova da bipolaridade do futebol brasileiro. Obviamente, isso não significa que não dará certo. Curiosa, também, a nova postura da diretoria. Quando Jorge Jesus pediu demissão, a cúpula entrevistou treinadores na Europa por quase uma semana. Agora, assim como na troca de Doménec Torrent por Rogério Ceni, deu as costas ao exterior, agiu rapidamente no mercado nacional e novamente contratou um brasileiro.
Renato Gaúcho volta a trabalhar no Flamengo depois de 23 anos. A última passagem como jogador terminou em 1998. Foram 210 jogos com a camisa rubro-negra com 64 gols e dois títulos relevantes: o Módulo Verde da Copa União de 1987 e a Copa do Brasil de 1990. Em 1995, virou trauma da torcida devido ao gol de barriga pelo Fluminense na decisão do Carioca.
O time histórico de 1987 comandado por Carlinhos tinha: Zé Carlos; Jorginho, Leandro, Edinho e Leonardo; Andrade, Aílton e Zico; Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho.
Dos 11 titulares, três assumiram a prancheta rubro-negra em algum momento na carreira: Jorginho, Edinho e Andrade. Somente o volante levou o Flamengo ao título. Andrade assumiu como interino no Campeonato Brasileiro de 2009. Herdou o cargo de Cuca e tirou o time da fila de 17 anos sem título nacional. A última conquista havia sido em 1992.
Jorginho teve oportunidade no Flamengo no início da Série A de 2013. Comandava o time naquela despedida de Neymar do Santos na primeira rodada do Campeonato Brasileiro. O trabalho do ex-lateral-direito no clube durou 14 jogos: 7 vitórias, 4 empates e 3 derrotas.
O ex-zagueiro e lateral Edinho Nazareth assumiu o Flamengo duas vezes. A primeira em 1994. A seunga, em 1995, no lugar de Vanderlei Luxemburgo. A situação do professor havia ficado insustentável depois da derrota para o Fluminense na final do Campeonato Carioca no ano do centenário do clube. Uma derrota para o Santos em Brasília pela extinta Copa dos Campeões Mundiais e um atrito com Romário finalizaram as duas passagem dele no cargo e levaram Edinho ao poder. Ele comandou o Flamengo em 22 jogos: 8 vitórias, 5 empates e 9 derrotas.
Andrade assumiu o Flamengo diversas vezes como interino até assumir de vez no Campeonato Brasileiro de 2009 como técnico. Liderou Adriano, Petkovic e companhia na arrancada para o titulo brasileiro na gestão de Márcio Braga, permaneceu no início do mandato de Patrícia Amorim, mas não suportou a pressão na campanha do time na Libertadores e foi demitido. Dos quatro, é o que mais durou: 79 jogos, com 40 vitórias, 23 empates e 16 derrotas.
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