Alberto Valentim sabia exatamente o que desejava quando sugeriu ao Vasco a contratação do meia Bruno César. Auxiliar do Palmeiras em 2014, o técnico acompanhou de perto o trabalho do meia em um ano tumultuado para o clube paulista e até escalou o meia como titular quando teve de assumir o time interinamente. O alviverde foi comandado por Gilson Kleina, Ricardo Gareca e Dorival Júnior. A cada troca de treinador no Palestra Itália, Valentim treinava e até comandava a equipe em jogos oficiais.
A passagem de Bruno César pelo Palmeiras foi terrível. Ele disputou 15 partidas, não fez gol nem conseguiu desvincular a imagem de ex-jogador do arquirrival Corinthians. Antes de ser demitido, Ricardo Gareca ignorou o jogador. Deixava o meia no banco e até fora da lista dos convocados. Quando o argentino caiu, o interino Alberto Valentim deu moral ao esquecido.
A prova de que o técnico do Vasco curte o futebol de Bruno César é a escalação da partida contra o Atlético-MG, na Arena Independência, pela Copa do Brasil. O meia passou de opção no banco de reservas a titular em um jogo decisivo. Alberto Valentim mandou o jogador a campo na derrota por 2 x 0 para o Galo. O Palmeiras foi eliminado nas oitavas de final.
Naquele dia, Alberto Valentim escalou o Palmeiras no sistema tático 4-4-2. Bruno César dividiu a responsabilidade de armar o time com o argentino Allione. Ambos eram responsáveis por abastecer a dupla de ataque formada por Diogo e Henrique Dourado. Os volantes Renato e Marcelo Oliveira completavam o meio de campo alviverde.
Os números de Bruno César depois da passagem pelo Palmeiras são desanimadores. Na temporada de 2015/2016, ele fez um gol em 11 jogos pelo Estoril no futebol português. Retornou ao Sporting e marcou quatro gols em 18 jogos. Em 2016/2017, balançou as redes seis vezes em 42 exibições. Na anterior, dois em 33. Antes de ser liberado para fechar com o Vasco, entrou em campo cinco vezes — apenas uma no papel de titular.
Bruno César passou a ser opção para o técnico Marcelo Keizer por acaso. O comandante do Sporting havia perdido Battaglia e Wendel por causa de lesões. Entretanto, o brasileiro não era um jogador imprescindível para o elenco do time lusitano. Liberado, arrumou as malas e deve desembarcar no Rio nesta sexta. O certo é que ele não cairá de paraquedas em São Januário. Alberto Valentim conhece muito bem o provável camisa 10 do Vasco.