O Grêmio tem um desafio na final do Mundial de Clubes da Fifa neste sábado, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos: clubes brasileiros não marcam mais de um gol contra adversários europeus em duelos valendo taça há oito decisões. A última vez que a regra foi quebrada aconteceu na vitória do São Paulo sobre o Milan em 1993, por 3 x 2, em Tóquio, no Japão. De lá para cá, times brasileiros balançaram a rede apenas uma vez. Alguns nem isso conseguiram…
Na era do Mundial de Clubes da Fifa, os times europeus só sofreram mais de um gol na final duas vezes. Em 2007, o Milan bateu o Boca Juniors, da Argentina, por 4 x 2. No ano passado, o Kashima Antlers, do Japão, vendeu caro a derrota para o Real Madrid também por 4 x 2.
O complexo de inferioridade, principalmente tático, tem obrigado os times brasileiros a jogar por uma bola contra os europeus. A agressividade do Flamengo de Zico no título de 1981 diante do Liverpool, por 3 x 0; ou do Santos de Pelé contra Benfica (1962) e Milan (1963) mudou de lado desde que o badalado futebol europeu derrubou fronteiras, globalizou seus elencos e passou a montar seleções nacionais.
O Real Madrid, por exemplo, é um clube espanhol, mas terá contra o Grêmio jogadores de ponta do próprio Brasil e da Costa Rica, França, Portugal, Alemanha, Croácia, País de Gales… Sem contar os próprios espanhóis — base da esquadra nacional. Dos 30 melhores do mundo em 2017 na Bola de Ouro da revista France Football, sete são do Real Madrid: Cristiano Ronaldo, Modric, Sergio Ramos, Isco, Marcelo, Kroos e Benzema. Todos são titulares!
O eixo começou a virar em 15 de dezembro de 1995, quando o Tribunal de Justiça da União Europeia permitiu aos trabalhadores que são considerados comunitários jogar em um outro país da UE de acordo com as normas da Uefa e das federações locais. O caso ficou conhecido como Lei Bosman, referência ao atleta Jean-Marc Bosman. Ele havia entrado na Justiça para que o Liége o liberasse para defender o Dunkerque, da França.
Coincidentemente, de 1995 para cá, os times brasileiros sofrem horrores em duelos com adversários europeu e não conseguem marcar mais de um gol em confrontos oficiais da antiga Copa Toyota e do modelo atual de disputa batizado pela Fifa de Mundial de Clubes.
Na final de 1995, Ajax e Grêmio empataram por 0 x 0. A decisão do título foi nas cobranças de pênalti e o time holandês bateu o time de Luiz Felipe Scolari por 4 x 3.
Em 1997, o Borussia Dortmund nem sequer foi vazado pelo Cruzeiro. A Raposa contou até com o reforço do tetracampeão mundial Bebeto no ataque, mas perdeu por 2 x 0.
O Vasco fez um gol na decisão diante do Real Madrid em 1998. No entanto, a equipe merengue fez dois com Nasa (contra) e Raúl e arrematou o troféu.
Na edição de 1999, o Manchester United contou com uma falha do goleiro Marcos após um cruzamento para a área e derrotou o Palmeiras por 1 x 0.
Na era do Mundial sob a chancela da Fifa, três clubes brasileiros foram campeões mantendo o script de apenas um gol sobre os europeus. O São Paulo bateu o Liverpool por 1 x 0 em 2005, O Internacional fez o mesmo diante do Barcelona em 2006. Em 2012, o Corinthians jogou por uma bola contra o Chelsea e conseguiu triunfar por 1 x 0, gol de Paolo Guerrero.
Em 2011, o Barcelona, de Pep Guardiola, não deu nenhuma chance ao Santos, de Muricy Ramalho. O time catalão massacrou o Peixe por 4 x 0. E olha que o alvinegro paulista contava com Paulo Henrique Ganso e Neymar na época. Nem assim anotou o gol de honra.
TABU EM FINAIS
Clubes brasileiros não fazem mais de um gol nos europeus desde 1993
1993 – São Paulo 3 x 2 Milan
1995 – Ajax 0 (4) x 0 (3) Grêmio
1997 – Borussia Dortmund 2 x 0 Cruzeiro
1998 – Real Madrid 2 x 1 Vasco
1999 – Manchester United 1 x 0 Palmeiras
2005 – Liverpool 0 x 1 São Paulo
2006 – Barcelona 0 x 1 Internacional
2011 – Barcelona 4 x 0 Santos
2012 – Chelsea 0 x 1 Corinthians
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