Real Brasília conquista Candangão com elenco mais jovem do país entre os campeões estaduais: 22 anos

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Real Brasília é o único campeão inédito entre os estaduais. Foto: Julio Cesar Silva/Real Brasília

 

O título inédito do Real Brasília no Campeonato do Distrito Federal não é gigante por ser o primeiro. Muito menos pelo fato de ter quebrado a hegemonia do bicampeão Brasiliense. É enorme porque está alinhado com um dos pré-requisitos para o sucesso no futebol moderno: a juventude. Basta olhar a média etária dos líderes das cinco principais ligas nacionais da Europa. Os elencos do PSG (25,3), Napoli (26,1), Bayern de Munique (26,4), Barcelona (25,4) e Arsenal (25,2) não chegam aos 27 anos. Há jogadores acima dessa idade, óbvio, mas há equilíbrio.

 

Depois da vitória do Real Brasília nos pênaltis contra o Brasiliense, por 2 x 1, levantei a média etária dos campeões estaduais conhecidos até o momento. O Leão do Planalto é disparado o mais jovem. O grupo liderado pelo competente técnico Gerson Ramos tem 22,3. O Brasiliense é seis anos mais velho: 28,4. A diferença é mantida se levarmos em conta apenas os jogadores que entraram em campo na decisão deste sábado no Defelê, na Vila Planalto.

 

A média de idade dos 14 jogadores usados por Roberto Cavalo é de 31,2 anos. O Real Brasília também usou 14 peças com média de 25,8. Não parece, mas isso faz diferença. A molecada correu atrás do placar na partida de ida, quando o Brasiliense abriu 2 x 0. Os meninos de Gerson Ramos também correram atrás do gol necessário para forçar a decisão por pênaltis. Teve fôlego para fazer a melhor campanha da primeira fase e manter o pique durante a etapa de mata-mata.

 

O Real Brasília usou a juventude como trunfo e soube explorar o excesso de confiança de adversários experientes como o goleiro Edmar Sucuri. O goleiro de 33 anos repôs a bola em jogo apressadamente e protagonizou uma lambança. Aos 23 anos, Mateus Jesus teve a astúcia de perceber o erro, interceptar o lance, invadir a área em velocidade e finalizar na saída do goleiro.

 

A decisão por pênaltis quase sempre pesa a favor de um time casca grossa como o Brasiliense. Só que não. O Jacaré acaba de perder a final do Candangão nos pênaltis pela terceira vez em seis anos. Começou em 2018 contra o Sobradinho, no Mané Garrincha, passou pelo Gama em 2020, no Bezerrão, e chega ao vice no duelo à parte contra o Real Brasília, no Defelê.

 

Como era esperado, os meninos do Real Brasília sentiram o peso da decisão por pênaltis contra um adversário 11 vezes campeão local. Enquanto o goleiro Wendell empilhava milagres no tempo regulamentar e nas cobranças, Mateus Jesus cumpriu aquela sina de quem é herói com bola rolando vira vilão nos pênaltis. Falhou na cobrança sob medida para ele se consagrar. Para sorte dele, Wendell funcionou como uma espécie de anjo da guarda da turma e garantiu a taça.

 

Média de idade dos campeões estaduais de 2023

AL: CRB (27,9 )
BA: Bahia (25,2 )
CE: Fortaleza (27,6 )
DF: Real Brasília (22,3 )
GO: Atlético-GO (25,1 )
MA: Maranhão (24,0 )
MG: Atlético-MG (28,3 )
MT Cuiabá (26,1 )
PR: Athletico-PR (25,2 )
PB: Treze (26,5 )
PI: River (28,0)
RJ: Fluminense (27,3 )
RS: Grêmio (26,0 )
SC: Criciúma (27,6 )
SP: Palmeiras (25,3 )
TO: Tocantinópolis (27,2 )

 

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