Rapa da China, das Arábias e dos EUA no futebol brasileiro deixa pontos de interrogação no trabalho de Dunga à frente da Seleção

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Dunga convoca em março para o amistoso contra a França

Crédito da imagem: Divulgação/CBF

A Seleção Brasileira só entrará em campo pela primeira vez no ano em março, contra a França, no Estádio Saint Denis, mas a primeira convocação de Dunga em 2015 tem tudo para ser bastante curiosa por causa das transferências de jogadores para mercados inusitados e o desfecho infeliz de alguns clubes na edição passada do Campeonato Brasileiro. A lista pode ser eclética e ter entre os 22 ou 23 nomes jogadores em atividade em quatro das seis confederações filiadas à Fifa: Conmebol, Concacaf, AFC e Uefa. Só África e Oceania ficariam fora do último teste antes da Copa América do Chile. Além do rapa protagonizado pela China e os Emirados Árabes no enfraquecido futebol nacional, o rebaixamento do Botafogo pressiona Dunga a bancar um goleiro titular que defende um time da segunda divisão. A seguir, o blog lista ao menos cinco desafios do capitão do tetra na elaboração da primeira relação do ano.   1. Há espaço para quem atua na China? Dois jogadores regulares nas convocações pós-Copa de 2014 resolveram trocar o futebol brasileiro pelo dinheiro oferecido por clubes chineses. Diego Tardelli começou a segunda era Dunga como titular, o chamado falso 9. Foi decisivo na vitória por 2 x 0 diante da Argentina no Superclássico das Américas – justamente na China – e teve um fim de ano iluminado com a camisa do Atlético-MG. Antes de fechar com o Shandong Luneng, ele jura ter ligado para o técnico da Seleção para saber se há restrições a jogadores que atuam do outro lado do mundo e teria ouvido “não”. Reserva nos últimos amistosos, Ricardo Goulart é outra aposta de Dunga, mas também acaba de se mudar para a China.   Precedentes: Dunga e César Sampaio Mário Jorge Lobo Zagallo levou os dois volantes para a Copa do Mundo de 1998. Ambos jogavam no Campeonato Japonês. Capitão da Seleção naquele Mundial, Dunga defendia o Jubilo Iwata. Dono da camisa 5, César Sampaio, autor de dois gols naquela edição do torneio da Fifa, atuava no Yokohama Flugels.     2. Há espaço para quem atua no “mundo árabe”?

Everton Ribeiro é outro nome frequente nas primeiras convocações de Dunga. Versátil e veloz, o meia fez das suas modernas exibições no Cruzeiro um diferencial diante das constantes reivindicações dos críticos por uma chance para Paulo Henrique Ganso, do São Paulo. No entanto, a transferência para o futebol dos Emirados Árabes Unidos deve representar um chá de sumiço em Everton Ribeiro e afastá-lo da Seleção Brasileira. Difícil acreditar que Dunga acompanhará de perto o fraco e inexpressivo Campeonato dos Emirados Árabes Unidos.   Precedente: Não há A situação de Everton Ribeiro é a mais delicada. Dificilmente um jogador em atividade no Catar, na Arábia Saudita ou nos Emirados Árabes Unidos é convocado pela Seleção Brasileira.   3. Há espaço para quem atua na Major League Soccer?

Kaká parecia ter encerrado sua história na Seleção Brasileira ao ser ignorado por Felipão na lista dos convocados para a Copa de 2014. Aí, Dunga voltou ao cargo e decidiu ressuscitar o jogador eleito o melhor jogador do mundo em 2007 com base no desempenho do pupilo com a camisa do São Paulo. Mas Kaká vive outro momento em 2015. É o garoto-propaganda do Orlando City na Major League Soccer, um campeonato badalado, atraente, mas com nível técnico muito aquém do exibido nas principais ligas nacionais e continentais da Europa. Insistirá Dunga em contar com Kaká diante da França e na Copa América?   Precedente: Júlio César O goleiro titular da Seleção Brasileira na última Copa do Mundo era titular do Toronto FC, do Canadá, um dos times participantes da Major League Soccer, a liga profissional de futebol dos Estados Unidos. Portanto, não seria inusitado Kaká ser chamado como meia do Orlando City.   4. Há espaço para jogador de segunda divisão?

Titular da Seleção Brasileira depois da Copa de 2014, Jefferson terminou o ano invicto. Não sofreu nenhum gol em quatro amistosos vestindo a camisa 1. O ídolo do Botafogo pegou até pênalti cobrado por Messi no Superclássico das Américas vencido pelo Brasil por 2 x 0. Rebaixado para a segunda divisão com o Botafogo, o goleiro teve oportunidade para deixar o clube, mas preferiu ficar. Jefferson está na Série B, mas não é goleiro de segunda. Jogaria tranquilamente em qualquer clube europeu. Logo, Dunga não tem motivo para deixar Jefferson de lado. Se fizer isso, será uma tremenda injustiça.   Precedentes: Marcos e Júlio César Em 2003, Carlos Alberto Parreira convocou Marcos para amistosos da Seleção Brasileira. O goleiro havia sido rebaixado com o Palmeiras para a segunda divisão do Brasileirão. Antes da Copa de 2014, Júlio César foi chamado por Felipão como goleiro do Queens Park Rangers, da segunda divisão do Campeonato Inglês.