Ramón Díaz molda Corinthians ao River Plate de 1996 e brilha nas copas

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Guardadas as devidas proporções, o técnico Ramón Díaz emula em um Corinthians cada vez mais candidato ao título da Copa Sul-Americana depois de desbancar o Fortaleza por 5 x 0 no placar agregado das quartas de final o River Plate campeão da Libertadores em 1996 sob o comando dele. A qualidade e o padrão de excelência não são os mesmos, mas os desenhos táticos se assemelham e indicam a possibilidade de sucesso na competição.

O histórico River Plate de 1996 era trabalhado no sistema tático 4-3-1-2. A defesa contava com Burgos, Hernán Díaz, Ayala, Rivarola e Altamirano. O meio de campo de Ramón Díaz contava com Almeyda, Escudero e Cedrés ou Sorin na proteção à zaga. Ortega fazia o papel de enganche, o homem de ligação com a dupla de ataque formada por Enzo Francescoli e Hernán Crespo. Híbrido, Francescoli recuava para compor uma variável para o 4-3-2-1.

Avassalador nas partidas de ida e volta das quartas de final, o Corinthians adotou o mesmo modelo na construção das vitórias por 2 x 0 na Arena Castelão e por 3 x 0 na Neo Química Arena na noite desta terça-feira.  O formato adotado também foi o 4-3-1-2.

O meio de campo alvinegro tinha José Martínez, André Carrillo e Breno Bidon atrás de Igor Coronado, o responsável pelo link com os atacantes Yuri Alberto e Ángel Romero. O setor teve Ryan Gustavo, Charles e Breno Bidon no primeiro jogo. Igor Coronado também era o meia de ligação com Tales Magno e Yuri Alberto formando a dupla de ataque.

Ramón Díaz e o filho, Emiliano, tiveram a sensibilidade de entender que o velho modelo era perfeitamente adaptável ao Corinthians não somente na Copa Sul-Americana e na Copa do Brasil. O sistema foi usado na vitória por 3 x 0 contra o Atlético-GO. José Martínez, Charles e Breno Bidón formavam o cinturão defensivo atrás de Rodrigo Garro. O argentino fez a ponte com Ángel Romero e Yuri Alberto.

Moldado ao River Plate de 1996, o Corinthians avança em duas frentes por títulos e em outra para evitar o segundo rebaixamento na história do clube. É possível, sim, ganhar um ou até mesmo os dois títulos de mata-mata, porém a maior missão é evitar o que aconteceu com Goiás e Ponte Preta. Os dois clubes alcançaram a final da Sul-Americana em 2010 e em 2013, respectivamente, mas caíram para a segunda divisão.

É melhor se inspirar no Fluminense. O tricolor amargou o vice do torneio continental em 2009 contra a LDU, porém protagonizou a maior reação da era dos pontos corridos e escapou da queda no Campeonato Brasileiro.

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Marcos Paulo Lima

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