Presidente do BRB minimiza exposição menor do banco sem jogos do Flamengo na tevê aberta, diz que time paulista quis conhecer modelo de negócio fechado com o clube carioca e confirma negociação por naming rights do Mané Garrincha

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Baixa exposição da marca devido à batalha do Flamengo com a tevê Globo, ausência na lista de opções bancárias para o pagamento do “pay-per-view” do jogo contra o Volta Redonda na plataforma MyCujoo na semifinal da Taça Rio, expansão no Rio de Janeiro, questionamento do Ministério Público de Contas do DF, negociação para compra dos naming rights do Mané Garrincha e até procura de um clube paulista para conhecer o modelo de negócio do Banco de Brasília com o Flamengo. O presidente do Banco de Brasília, Paulo Henrique Costa, falou sobre o acordo da instituição financeira estatal com o clube mais popular do país em entrevista ao programa CB.Poder do Correio Braziliense na edição desta segunda-feira, na TV Brasília.

A batalha pelos direitos de transmissão das partidas de futebol iniciada com a publicação da MP 984/2020 pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, não incomoda o parceiro máster do Flamengo. Flamengo e BRB assinaram a parceria no último dia 1º de julho. Desde então, foram transmitidos dois jogos na Fla TV no YouTube (Boavista e Volta Redonda) e outros dois no canal do rival Fluminense. Em queda de braço com a Globo, e sem contrato com a emissora no Estadual, o Flamengo levará o duelo de volta ao ar no SBT e na Fla TV nesta quarta, às 21h. Embora a exposição da logo BRB seja menor, o executivo minimiza:

“Diminui a visibilidade de marca, mas é muito importante entender que, numa parceria como essa, o nosso foco não é a exposição estrita da marca, o que nós queremos é o acesso à base de dados de torcedores do Flamengo”, ponderou Paulo Henrique Costa. “É aí que a gente vai trabalhar muito para vender produtos bancários, de seguridade, de investimentos, pagamento e relacionamento. O nosso foto é, de fato, criar uma base de clientes que se aproxime de 1 milhão a 1,5 milhão ao longo desses cinco anos”, explicou no bate-papo com o editor-executivo do Correio Braziliense, Vicente Nunes.

“Diminui a visibilidade de marca (a não exibição de jogos em tevê aberta), mas é muito importante entender que, numa parceria como essa, o nosso foco não é a exposição estrita da marca, o que nós queremos é o acesso à base de dados de torcedores do Flamengo”

Para se ter uma ideia do impacto da transmissão em tevê aberta, a estreia do patrocinador anterior do Flamengo — o BS2 — foi em 4 de abril do ano passado na derrota rubro-negra para o Peñarol em jogo válido pela fase de grupos da Libertadores.  A partida registrou 35 pontos e 53% de participação no Rio de Janeiro, apenas dois a menos que o recorde obtido na quarta-feira anterior à época, com a semifinal da Taça Rio no clássico entre Flamengo x Fluminense. Confira a seguir outros assuntos tratados na entrevista ao programa.

» Ausência do BRB em plataforma de pagamento

O improviso do Flamengo na frustrada comercialização do “pay-per-view” para a semifinal da Taça Rio contra o Volta Redonda pela plataforma MyCujoo também é ponderada pelo presidente do BRB. No ato da compra, o Flamengo e o MyCujoo só deram opções de pagamento por três concorrentes da estatal do DF: Santander, Caixa e Banco do Brasil.

“Nós organizamos todo esse movimento a partir do lançamento do banco digital.É lá que vai ter a tecnologia pronta, o QR Code, a partir daí, todos os pagamentos que eventualmente acontecerem serão realizados por meio do BRB”, explicou Paulo Henrique Costa.

» Naming rights do Mané Garrincha

Como antecipou o blog no mês passado, a parceria do BRB com o Flamengo pode beneficiar por tabela a Arena BSB, concessionária que assumiu a administração do Mané Garrincha no início deste ano. O mandatário do banco confirmou a possibilidade de a marca ser vinculada ao estádio. “Nós iniciamos, sim, uma negociação de naming rights com a Arena BSB, mas, em função da pandemia, nós suspendemos alguns tipos de negociação, principalmente, relacionadas a eventos. Estamos aguardando o retorno a esse novo normal para que a gente possa voltar a discutir esse contrato e novas possibilidades”, argumentou.

“Nós iniciamos, sim, uma negociação de naming rights com a Arena BSB (Mané Garrincha), mas, em função da pandemia, nós suspendemos alguns tipos de negociação, principalmente, relacionadas a eventos. Estamos aguardando o retorno a esse novo normal para que a gente possa voltar a discutir esse contrato e novas possibilidades”

» Patrocínio x Parceria

Paulo Henrique Costa voltou a esclarecer que o acordo com o Flamengo é uma parceria, não um patrocínio. “Ganhamos o acesso exclusivo a a uma base de clientes. A gente chama isso de venda de balcão. E nessa venda de balcão o BRB assumiu o compromisso de pagar R$ 32 milhões no mínimo, ou seja, se a divisão dos resultados não suprir toda a necessidade para cobrir esses R$ 32 milhões, esse é o mínimo garantido. Importante as pessoas entenderem que esse é um procedimento normal no mercado”, explicou.

» Ministério Público de Contas

Há duas semanas, o acordo do BRB com o Flamengo foi questionado pelo Ministério Público de Contas do DF. O órgão Órgão pediu informações após denúncias de possível ‘violação ao princípio da impessoalidade, da isonomia e do interesse público’. O Tribunal de Contas analisa a solicitação.

Paulo Henrique Costa afirmou que o banco dará as devidas explicações. “Nós estamos aguardando o recebimento da demanda do Ministério Público de Contas. A gente entende como natural. Na verdade, o Ministério Público não teve acesso à documentação da parceria. Então, quando a gente olha a representação, muito é comparado com patrocínio. Não há entendimento completo de patrocínio e parceria. No patrocínio você troca estritamente por exposição de marca. Numa parceria como essa, a gente ganhou a exclusividade, a gente divide o resultado, foi constituída uma governança entre o BRB e o Flamengo. Quando toda essa documentação for analisada pelo Ministério Público, as diferenças ficarão claras e os benefícios para o BRB mais claras ainda”, afirmou.

» Contratações para o Flamengo

Ao contrário do patrocínio do Palmeiras com a Crefisa, o acordo entre Flamengo e BRB não prevê, por exemplo, contratações bombásticas custeadas pelo BRB. “A nossa parceria é negocial e estratégica, focada para esse mundo bancário de produtos e serviços financeiros. A gente não interfere no futebol nem na dinâmica do Flamengo. Essa é outra diferença em relação a outros patrocinadores. Eles podem até entrar nisso. Nosso negócio é lançamento de um banco digital direcionado para a torcida do Flamengo com produtos e serviços exclusivos para eles”, descartou Paulo Henrique Costa.

“Nós estamos aguardando o recebimento da demanda do Ministério Público de Contas. A gente entende como natural. Na verdade, o Ministério Público não teve acesso à documentação da parceria. Então, quando a gente olha a representação, muito é comparado com patrocínio. Não há entendimento completo de patrocínio e parceria”

» São Paulo

O presidente do banco havia explicado que a parceria com o Flamengo não prevê cota de jogos do Flamengo no Distrito Federal, como ocorre com o basquete, e deixou claro a inexistência de travas para acordos com outros clubes. “A exclusividade não é prevista contratualmente, mas criar um banco digital do zero como a gente está fazendo agora requer um esforço de toda a organização muito grande. Nós estamos trabalhando há semanas para colocar isso de pé”, contou o presidente.

Pelo menos um clube paulista teria contatado o BRB para conhecer o modelo de negócio da estatal com o Flamengo. “Fomos procurados, sim, por outros grandes times de São Paulo para tratar de novos modelos de negócio”.

Ao ouvir a responta, o apresentador Vicente Nunes questionou se um dos clubes teria sido o São Paulo, clube do coração do jornalista. Paulo Henrique Costa respondeu: “Um deles foi o São Paulo. Na verdade, a gente nunca sabe se foi o time diretamente, mas pessoas ligadas ao time para conhecer um pouco mais esse modelo de negócio diferenciado. O BRB passa a ser visto como referência para alguns tipos de negócio. Com o lançamento desse banco digital, o BRB de fato vai mudar de patamar, crescer a base de clientes e logo, logo ser até maior do que o nosso banco tradicional”, projetou.

“Um deles foi o São Paulo. Na verdade, a gente nunca sabe se foi o time diretamente, mas pessoas ligadas ao time para conhecer um pouco mais esse modelo de negócio diferenciado. O BRB passa a ser visto como referência para alguns tipos de negócio. Com o lançamento desse banco digital, o BRB de fato vai mudar de patamar, crescer a base de clientes e logo, logo ser até maior do que o nosso banco tradicional”

» Expansão da rede bancária no Rio

Uma outra novidade preparada pelo BRB é a expansão do banco no Rio de Janeiro. Vamos abrir uma agência na Gávea para tratar a folha de pagamento do Flamengo, nós vamos manter a agência da Rua da Quitanda (centro do Rio), nós devemos abrir outras agências no Rio de Janeiro, talvez duas, três a mais, e novos pontos de venda com experiências exclusivas desse banco digital. Estamos discutindo se faremos isso por meios próprios ou correspondentes bancários digitais para cumprirem esse papel”, disse.

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Marcos Paulo Lima

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