Eleito melhor jogador do mundo pela Fifa em 1995, o presidente da Libéria, George Weah, decidiu usar o histórico de atleta (consagrado) para liderar o combate à pandemia do coronavírus de uma forma original. O ex-centroavante do Paris Saint-Germain, Milan, Chelsea, Manchester City e Olympique de Marselha usou a habilidade para cantar e gravou música a fim de motivar a população de 4,8 milhões de habitantes na nação africana de 111.369 km² (ouça o hit no fim deste post).
Até a publicação deste post, a capital Monróvia registrava três casos confirmados da Covid-19. Segundo o secretário de imprensa da presidência, Solo Kelbeh, Weah deseja que o single gravado em parceria com cantores evangélicos e seculares se transforme em um hit da campanha para evitar novas contaminações. “O presidente tem seu próprio estúdio, construído por para capacitar artistas liberianos. Ele foi até o estúdio, localizado na parte traseira da Forky Klon Family Fellowship Church, e conversou com os engenheiros e parceiros de vários músicos locais”, relata Kelgbeh em entrevista ao portal liberiano RFI, esclarecendo. “Ele não levou um centavo dos cofres do governo para fazer essa música”.
Presidente da Libéria desde 14 de janeiro de 2015, Weah está no segundo mandato. Aos 53 anos, ele batizou o single de “Vamos nos unir e combater o coronavírus”. Na letra, ele explica como a Covid-19 é propagada e pede ao povo liberiano que tome as medidas preventiva anunciadas pelas autoridades de saúde e especialistas para aniquilar a doença. “Pode ser sua mãe, seu pai, irmão e irmãs. Vamos ficar juntos para combater esta doença. O mundo em que vivemos é cheio de incertezas, sem segurança, mas tudo é possível”, canta.
O presidente tem seu próprio estúdio, construído por para capacitar artistas liberianos. Ele foi até o estúdio, localizado na parte traseira da Forky Klon Family Fellowship Church, e conversou com os engenheiros e parceiros de vários músicos locais
Solo Kelbeh, secretário de imprensa de George Weah
Weah é o primeiro chefe de estado a compor uma música para educar a população sobre o risco do novo coronavírus. Curiosamente, não é a primeira vez que ele usa este dom a serviço de um engajamento social. “Durante a crise civil, ele usou sua voz quando colaborou com outros ícones para cantar uma música pela paz na África. Foi assim também na crise do Ebola de 2014. Como senador, ele usou a voz para cantar uma música de conscientização”, relata Kelgbeh.
Nesta semana, a Libéria declarou estado de emergência. Profissionais de saúde tentam identificar pessoas contaminadas e convencer a população a entrar em quarentena. Até agora, apenas duas das 15 províncias próximas de Monróvia haviam aderido. Há limitação para participação em eventos como casamentos e funerais. O governo de George Weah ameaça inclusive prender e processar quem viole as medidas de segurança pública.
Há suspeita de que um funcionário do governo violou as regras sanitárias e levou o vírus para Monróvia. Ele teria retornado de uma conferência internacional na Suíça, descumpriu a regra internacional de quarentena aconselhada pela OMS e testou positivo depois de passar mal. Ele é acusado de colocar deliberadamente o povo liberiano em risco.
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