4D59CB91-DE24-4680-B633-93510ACC06E0 Luiz Carlos Prima (C) com Mazinho e Romário na Copa dos EUA. Foto: Antonio Gauderio/Folhapress/16.06.94 Luiz Carlos Prima (C) com Mazinho e Romário na Copa. Foto: Antonio Gauderio/Folhapress/16.06.94

Preparador físico do tetra, Luiz Carlos Prima assume cargo de diretor executivo de futebol do Gama

Publicado em Esporte

A lista dos integrantes da comissão técnica do Gama na retomada do clube para a reta final do Candangão tem o reforço de um campeão da Copa do Mundo de 1994. Preparador físico da Seleção Brasileira Em parceria com Moraci Santana na campanha do tetra nos Estados Unidos, Luiz Carlos Prima assume a função de diretor executivo de futebol no organograma do atual campeão candango. Assistente de Mário Jorge Lobo Zagallo no histórico tricampeonato carioca do Flamengo, em 2001, no histórico gol de falta do Petkovic, e na conquista da Copa dos Campeões no mesmo ano, Prima desembarcou nesta terça-feira para morar na cidade e também será colaborador alviverde na Série D do Campeonato Brasileiro.

Luiz Carlos Prima trabalhou na Seleção a partir de 1992, quando Carlos Alberto Parreira assumiu o cargo na vaga de Paulo Roberto Falcão, e saiu antes do Mundial de 1998, na França, para dedicar-se exclusivamente ao Jubilo Iwata do Japão.

“Estamos conversando desde fevereiro. Assisti aos jogos contra o Brasiliense na primeira fase (do Candangão) e ao empate com o Brasil-RS na eliminação da Copa do Brasil”, disse Prima por telefone ao blog.

Ciente da escassez de recursos do Gama — um dos últimos times classificados para as quartas de final a se apresentar em meio à pandemia —, Prima diz que a amizade com o presidente alviverde o fez topar o desafio. “Não estamos preocupados com questão financeira. A gente conhece o problema e confia no trabalho, na seriedade e nos contatos do Weber Magalhães”, afirmou.

Prima também evitou promessas como o bicampeonato no Candangão ou a promoção para a Série C. “O planejamento é em curto e longo prazo. Vamos tentar ganhar o presente para arrumar o futuro”, explicou. “Vamos usar a estrutura do Gama, que é muito boa. Cheguei hoje. Conheço o Vilson Tadei, o Cleber Augusto (preparador físico), o zagueiro Emerson, ótimos profissionais”, pontuou.

O dirigente considera importante o clube se empenhar para participar mais uma vez da Copa do Brasil no ano que vem e ser mais assíduo nas competições nacionais. “Por que não está conseguindo patrocínio? O Gama precisa ocupar espaço no mercado. Por isso é importante voltar à Copa do Brasil em 2021”, prega.

Prima desfalcou a comissão técnica de Mário Jorge Lobo Zagallo às vésperas da Copa do Mundo da França, em 1998. Na época, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, decidiu exigir dedicação exclusiva. A imprensa informou à época que ele havia sido demitido. O preparador físico negou. Como acumulava cargos no Jubilo Iwata do Japão e na Seleção, optou pelo salário maior. Prima alegou que, para deixar o Japão, teria de pagar como multa tudo o que havia recebido em salários.

“O Jubilo não abriu mão de mim. Gosto do clube, e minha família já está adaptada ao país. E o salário que recebo aqui (no Japão) é coisa que no Brasil não existe para um preparador físico. Nem na seleção”, comparou na época em entrevista à Folha de S. Paulo. “É muito dinheiro. Não sou mais criança que fica torcendo com a camisa da Seleção debaixo do agasalho. Sou profissional, não vou chorar porque saí”, justificou em março de 1998, três meses antes de o Brasil estrear na Copa contra a Escócia.

Apesar da ausência, Prima entregou para a Seleção o capitão na ponta dos cascos. Dunga era treinado pelo preparador físico no Jubilo Iwata. O volante desembarcou na Copa com 34 anos, mas teve fôlego de sobra para ser titular no meio de campo e levar o Brasil até a final contra a França.


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