O preparador físico da comissão técnica de Reinaldo Rueda, Carlos Eduardo Velasco, trabalha com a hipótese de permanência do chefe no Flamengo. Em entrevista ao blog às 13h27 desta sexta-feira, o braço direito do treinador colombiano há pelo menos 10 anos falou sobre a pré-temporada rubro-negra e afirmou: “Para sua informação, toda a temporada está perfeitamente planejada”.
Velasco, no entanto, recusou-se a bater o martelo sobre o último capitulo da novela Rueda, que se arrasta desde o vice do Flamengo na Copa Sul-Americana diante do Independiente. “Isso você deve perguntar ao meu treinador. Mas eu sou funcionário do Flamengo”, encerrou. Fiel escudeiro de Rueda desde 2007, Velasco trabalhou com o “profe” nas seleções de Honduras, Equador, no Atlético Nacional e agora no rubro-negro carioca.
Agora, vamos aos bastidores…
O blog apurou que a Associação Chilena de Futebol Profissional (ANFP) conta com o anúncio de Reinaldo Rueda em janeiro, mas a convicção não está tão inabalável quando se imagina em relação ao acerto. A entidade conta com a estreia do novo técnico em dois amistosos marcados para março. Fora da Copa, o Chile será sparring de duas seleções europeias classificadas para a Rússia-2018: Suécia e Dinamarca. Em maio, enfrentará a Áustria.
No entanto, pelo menos três motivos deixam a ANFP em alerta: o surpreendente desfecho da negociação com o Paraguai em 2016; o fato de o treinador ter um histórico de fidelidade aos seus contratos; e a obsessão de Rueda em voltar a comandar a seleção da Colômbia.
No ano passado, o presidente da Associação Paraguaia de Futebol (APF), Robert Harrison, demitiu Ramón Díaz e foi pessoalmente até Medellín apresentar uma proposta para Reinaldo Rueda assumir o Paraguai. O Atlético Nacional havia acabado de conquistar o título da Copa Libertadores da América. O cartola retornou da viagem convicto de que anunciaria Rueda como novo técnico do Paraguai. Mas, para sua surpresa, o colombiano recuou. Optou por permanecer no Atlético Nacional para o Mundial de Clubes da Fifa.
Robert Harrison ficou desapontado. “Estou decepcionado. Eu só esperava saber de Rueda o dia que chegaria em Assunção. Fiquei surpreso com a sua decisão. Esperava mais dele. Faltou respeito a mim e à seleção do Paraguai”, reclamou o mandatário da APF. Com a negativa, Francisco Arce assumiu o cargo.
A justificativa de Reinaldo Rueda para não aceitar a oferta do Paraguai é um outro argumento que aumenta a fé do Flamengo e deixa os chilenos com um pé atrás: o respeito aos acordos que assina. “Estou comprometido contratualmente. Não foi fácil dizer não. O projeto esportivo era muito atraente e a oferta generosa”, disse o treinador, ao preferir permanecer no Atlético Nacional. Curiosamente, o presidente da ANFP, Arturo Salah, já fez exatamente os mesmos procedimentos de Robert Harrison. Aguarda apenas o sim de Rueda.
Por fim, há a obsessão de Reinaldo Rueda por assumir a Colômbia. O técnico quer se redimir com seu país do fracasso nas Eliminatórias para a Copa de 2006, quando não conseguiu classificar a seleção para o torneio disputado na Alemanha. Por isso, Rueda avalia a possibilidade de iniciar a temporada no Flamengo e aí, sim, dependendo da situação do clube na fase de grupos da Libertadores, suceder o argentino José Pékerman no time nacional do país após a Copa da Rússia. Haveria abertura até para que um interino assumisse a Colômbia enquanto Rueda cumprisse o contrato no clube.
As cartas estão na mesa. O fim da novela parece cada vez mais próximo.