Por que Ramon Menezes pode se inspirar em Lӧw e Scaloni na estreia como técnico da Seleção principal

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Pela terceira vez em 17 anos uma seleção campeã mundial inicia ciclo de Copa sob o comando de um técnico sem prestígio internacional. Foi assim com a Alemanha ao apostar em Joachim Lӧw depois do terceiro lugar em 2006. A Argentina começou o processo rumo ao Catar sob as ordens do interino Lionel Scaloni. Enquanto a CBF procura um sucessor para Tite, Ramon Menezes tocará o barco como tampão. O ex-meia com passagem discreta pela Seleção na Copa das Confederações de 2001 convocará nesta sexta-feira para o amistoso contra Marrocos no próximo dia 25, em Tânger, e um período de treinamentos.

Há uma coincidência nas escolhas da Alemanha e da Argentina. Lӧw e Scaloni evoluíram do anonimato ao estrelato ao levarem as respectivas seleções ao título da Copa do Mundo nas edições de 2014 e 2022. O alemão era conhecido internamente. Em 1996, havia conduzido o Stuttgart ao título da Copa da Alemanha contra o Energie Cottbus. Na sequência, realizou trabalhos discretos na Áustria. Conquistou um título nacional pelo Tirol Innsbruck e uma Copa da Áustria pelo Áustria Viena antes de aceitar, em 2004, o convite para ser um dos auxiliares de Jürgen Klinsmann na Copa de 2006, em casa.

Mesmo sem prestígio internacional, Lӧw tinha moral na DFB. Herdou a prancheta, comandou a Alemanha nas três edições seguintes do Mundial e levou o país ao tricampeonato em 2014, no Brasil, contra a Argentina. Obviamente, saiu do cargo muito maior do que entrou. Havia alcançado o terceiro lugar na África do Sul, em 2010, e fracassou na primeira fase, em 2018, na Rússia, na edição em que defendia o caneco. Mesmo desempregado, Lӧw é referência de trabalho de alta performance, excelência.

Lionel Scaloni também não tinha prestígio internacional quando assumiu a Argentina por acaso. Assim como a CBF, a AFA procurava por um sucessor para Jorge Sampaoli, que havia sido demitido depois da eliminação nas oitavas de final da Copa da Rússia. Ele era um dos auxiliares do treinador e tocava a Seleção Sub-20 quando foi destacado para elaborar a primeira lista alviceleste para o ciclo rumo à Copa do Catar. O interino foi ficando, ficando, ficou e levou Messi e companhia aos títulos da Copa América e do Mundo.

Enquanto a CBF não anuncia técnico novo, Ramon pode, sim, se inspirar em Joachim Lӧw e em Lionel Scaloni. A tendência é que ele retorne à Seleção Sub-20. Acabou de levar a promissora geração 2003 ao título do Sul-Americano da categoria e comandará Vitor Roque, Andrey, provavelmente Endrick, Matheus França e outras promessas no Mundial da Indonésia, a partir de maio. Mas a encomenda feita a Scaloni era a mesma. O plano era que ele ficasse como interino até a AFA contratar um técnico que nunca chegou.

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Marcos Paulo Lima

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