O Brasil teve disparado o adversário mais difícil na comparação entre os campeões mundiais classificados para a Copa do Qatar-2022. Não enfrentou uma Arábia Saudita, Austrália, Japão, Costa Rica ou Coreia do Sul. Teve pela frente a Sérvia, dona do legado da Iugoslávia na história dos mundiais, e teve paciência, força mental e equilíbrio para destrinchar um jogo difícil.
Tite apostou em uma formação com cinco jogadores estreantes em Copa do Mundo. Um deles foi eleito para desequilibrar. Alex Sandro, Vinicius Junior, Lucas Paquetá, Raphinha e Richarlison eram os calouros. Coube ao marinheiro de primeira viagem apelidado de Pombo dar paz ao início da caminhada rumo ao sonhado hexacampeonato.
Artilheiro dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 com cinco gols, o capixaba de Nova Venécia é também um dos goleadores da Copa do Mundo. Fez o que se esperava de Neymar, uma figura discreta para não dizer apagada no jogo. O veterano viu os novatos tomarem a rédea do jogo.
Em um tributo ao personagem Zé da Galera do saudoso Jô Soares, Tite botou pontas. Vinicius Junior, o melhor deles, participou diretamente dos lances dos dois gols que implodiram o forte sistema de marcação da Sérvia e mostrou uma Seleção com repertório para sobreviver aos apagões de quem deveria ter estreado marcando posição como candidato a melhor jogador da Copa e foi ofuscado pelo quebrador de tabus Richarlison.
A camisa 9 do Brasil não balançava a rede na Copa do Mundo havia nove jogos. A abstinência durava desde a goleada por 4 x 1 contra Camarões no último jogo da fase de grupos de 2014. Depois disso vieram duelos contra Chile, Colômbia, Alemanha, Holanda, Suíça, Costa Rica, Sérvia, México, Bélgica, Sérvia novamente e o Pombo fez o que Fred e Gabriel Jesus não conseguiram. A melhor notícia da vitória é a resolução da partida sem dependência de Neymar.
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