As contratações do centroavante Diego Costa pelo Botafogo; e do meia-atacante Dimitri Payet pelo Vasco são gols de placa do ponto de vista midiático. Um é ex-jogador do Brasil e da Espanha. Sim, o alagoano de Lagarto defendeu as duas seleções! O outro foi figura relevante na campanha do vice da França na Euro-2016. Peça importante do técnico Didier Deschamps nas Eliminatórias para a Copa da Rússia-2018, ficou fora da convocação final porque havia se machucado na final da Liga Europa. O time dele, Olympique de Marselha, perdeu o título para o Atlético de Madrid, de Diego Costa.
Os dois reforços são grifes, ostentam bons currículos, mas quando a esmola é demais, o santo desconfia. Vamos descer das nuvens e tentar colocar os pés no chão. Payet e Diego Costa estavam em ligas de ponta da Europa na temporada passada. O meia representou o Olympique de Marselha na Ligue 1. O centroavante defendeu o Wolverhampton na Premier League.
Por que nenhum time do Francês quis Payet? Por que não foram atrás de Diego Costa no Inglês? Sim, um tem 36 anos e outro, 34, respectivamente. Ligas de segunda e terceira linha também não quiseram investir o rico dinheirinho neles. Muito menos mercados periféricos.
Olhemos então para ligas cheias do dinheiro. Por que Payet e/ou Diego Costa não servem para vestir a camisa de um time do Campeonato da Arábia Saudita? Por que as franquias da Major League Soccer não tiveram o mínimo interesse em levá-los para os Estados Unidos? O padrão de excelência dessas ligas excede o dos clubes do Brasileirão? Os times da Série A contratam etiquetas ou jogadores realmente capazes de oferecer o melhor? Tenho minhas dúvidas. Faço os mesmos questionamentos em relação a James Rodriguez e Lucas Moura, reforços do São Paulo.
A temporada mais artilheira do meia-atacante Payet foi em 2021/2022. Sabe quem era o técnico dele? Jorge Sampaoli. O jogador fez 16 gols em 46 partidas. Só fez menos gols do que o atacante polonês Arkadiusz Milik (20). Como o nível no Brasil é baixo, Payet pode, sim, sobrar.
A minha questão em relação ao Diego Costa é outra. Quase nunca se sabe o que passa na mente do excelente centroavante. Faltou espírito de grupo na passagem pelo Atlético-MG. Ele ficou desconfortável com o protagonismo de Hulk. Estava em segundo plano no Galo. Aquilo o incomodava. Ele aceitará o papel de Plano B quando Tiquinho Soares voltar ao time? Vai tolerar ser mais um ou criará caso com a diretoria com a exig6encia de figurar sempre entre os titulares?
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