Papo de quarta divisão: análise das estreias de Brasiliense e Real na Série D

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Brasiliense ocupou a área do Anápolis com cinco homens contra sete marcadores no lance do gol: o time goiano esqueceu de Gui Mendes na meia-lua, autor do chute do gol gol da vitória. Foto: Marcos Paulo Lima

 

A primeira rodada do Grupo 5 da Série D do Campeonato Brasileiro deixou algumas pistas do que pretendem taticamente Brasiliense e Real Brasília na disputa por uma das quatro vagas para a fase eliminatória da quarta divisão do Campeonato Brasileiro. 

 

Estive no Serejão domingo para assistir ao jogo entre Brasiliense e Anápolis. Gostei da primeira impressão deixada pelo técnico Paulo Roberto Santos. A escalação inicial tinha oito jogadores diferentes em relação ao onze inicial da derrota para o Capital no jogo de volta das semifinais do Candangão 2024. São muitas trocas. 

 

Apesar da transformação, o Brasiliense teve um norte na estreia. Vi um Brasiliense configurado no sistema tático 4-1-4-1. O remanescente Aldo posicionava-se à frente dos quarteto defensivo, recuava no início das jogadas para fazer uma saída de bola a três com os beques Keynan e Igor Morais. Aldo é uma das referências de um sistema tático mutante diante do Anápolis. O posicionamento dele em campo determinava o sistema.

 

Quando tinha a bola, o Brasiliense variava para o 2-3-5. Aldo ganhava a companhia do dois ou de um dos laterais por dentro compondo uma linha de três e o ataque ficava com os os outros dois meias e três atacantes para congestionar o campo de defesa do Anápolis. Assim as chances surgiram. Nenê Bonilha acertou o travessão. 

 

O goleiro adversário interveio em pelo menos dois lances e o Brasiliense poderia ter ido para o intervalo com uma vitória parcial. Não conseguiu porque os pontas e laterais erravam muito na tomada das decisões e nas finalizações precipitadas.

 

O Anápolis voltou para o segundo tempo tentando reter a bola e ser mais agressivo. A resposta de Paulo Roberto Santos ao plano de Luiz Carlos Winck foi tornar o Brasiliense mais vertical. A entrada de Gui Mendes deixou o ataque mais agudo e o gol saiu justamente dos pés dele. Gol, não, um golaço com direito a desvio na trave para ficar mais plástico.

 

O Brasiliense da estreia dificilmente será o mesmo do restante da competição. Os reforços estão chegando e o time será uma metamorfose ambulante nas próximas 13 rodadas. Contratações como o meia Rodolfo e o centroavante Jonathan Gomez dificilmente ficarão no banco de reservas. O importante é notar as ideias de Paulo Roberto Santos para tentar brigar pelo acesso — e as ideias começaram a ficar claras na primeira vitória amarela. 

 

Ausente nas semifinais do Candangão, o Real Brasília também é outro time neste início de Série D. O técnico Marcelo Caranhato optou pelo sistema 4-4-2 na derrota por 2 x 0 para o Capital. Conversei com fontes presentes no estádio Nilton Santos e as referências são de que a equipe está bem montada e capacitada para competir. 

 

Dois detalhes foram determinantes para o resultado da partida: a contusão do atacante Guilherme e dois gols com origem em lances de bola parada. O parceiro de ataque de Uenderson sofreu ruptura de ligamento e deixou o elenco abatido durante a partida. Os dois gols foram de bola parada. O primeiro em uma cobrança do colombiano Arango na trave. A bola volta nos pés de Márcio Júnior. No segundo, Arango acerta uma cobrança de falta belíssima indefensável para o goleiro Wendell e consolidou o resultado. 

 

Neste fim de semana, o Real Brasília receberá o Iporá, que empatou por 2 x 2 com o União Rondonópolis na estreia. O Brasiliense visitará o CRAC, em Catalão. O adversário ficou no 1 x 1 com o Mixto, na Arena Pantanal, em Cuiabá. 

 

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