Palmeiras troca saber sofrer por fazer sofrer e se consolida como favorito ao título do Brasileirão

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Há menos de um ano, o Palmeiras era criticado por ser um time reativo — à espera de uma bola. Sem medo de ser feliz assim, Abel Ferreira soube sofrer contra São Paulo e Atlético-MG nas quartas e semifinais da Libertadores, desbancou os dois adversários e usou a mesma estratégia para superar o Flamengo na final única, em Montevidéu. Jogou assim na final do Mundial de Clubes contra o Chelsea e quase levou a decisão aos pênaltis nos Emirados Árabes Unidos. A frustração provocou mudanças de conceito na academia.

Líder isolado do Brasileirão depois da vitória por 2 x 0 contra o Coritiba, no Couto Pereira,o Palmeiras tem várias facetas. É perigoso dominando ou sendo dominado. Com ou sem a posse de bola. Com ela em movimento ou parada.  Com ou sem centroavante. Aliás, reparou que a boa fase alviverde tirou a necessidade da contratação de um centroavante da pauta? Dudu, Rony, Gustavo Scarpa e até Raphael Veiga posicionado volta e meia no papel de falso 9 engavetaram o debate acalorado depois da derrota para o Chelsea.

O Palmeiras joga feliz. A alegria está no rosto dos jogadores na entrada em campo. Abel Ferreira — e até o vizinho chato dele — relaxam de vez em quando e curtem o momento. O Palmeiras acumula 17 jogos de invencibilidade. Não sofre gol há seis. Quebrou jejum de 33 anos como visitante em duelos contra o Coritiba. Ganhou o Paulistão com autoridade em uma virada épica diante do São Paulo e mantém o foco na Série A, Copa do Brasil e na possibilidade de se tornar o primeiro clube brasileiro tetracampeão continental.

Chamei atenção na semana passada para o fato de o Palmeiras ter pontuado contra os três concorrentes mais badalados no primeiro turno. Goleou o Corinthians e empatou com Atlético-MG e Flamengo. São cinco pontos no total. Levando-se em conta que os três rivais ainda não duelaram entre si, os resultados podem fazer muita diferença mais à frente.

O maior adversário do Palmeiras — e de todos os concorrentes — nas próximas semanas é o encavalamento de mata-matas na Copa do Brasil e na Libertadores. O duelo com o São Paulo nas oitavas de final do torneio nacional pode (ou não) deixar hematomas. O confronto com o Cerro Porteño no torneio continental é bem menos desgastante.

Chamo atenção, ainda, para o elenco curto do Palmeiras. Quem tem dinheiro pode resolver isso na janela de transferências do meio da temporada. Aquisições pontuais podem fortalecer a candidatura a repetir o triplete do Atlético-MG. O alviverde está imponente.

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Marcos Paulo Lima

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