Campeão de quase tudo no Palmeiras, Abel Ferreira deve um título do Brasileirão e o Mundial de Clubes aos súditos. Ficou em terceiro lugar na Série A, em 2021, e amargou o vice diante do Chelsea no início do ano. Obcecado como ele é, o português não quer zarpar de volta para Portugal antes de conquistar pelo menos um desses dois títulos. O Nacional é o mais palpável, óbvio, mas a o torneio da Fifa consolidaria o gringo definitivamente maior treinador do clube.
Isso explica o cuidado de Abel Ferreira com o elenco. O Palmeiras teve de atingir o auge da temporada no início, não no meio dela ou do fim. O desafio contra o Chelsea mudou os planos da comissão técnica. O esforço foi insuficiente para superar o time inglês, mas fez a equipe sobrar na conquista do Campeonato Paulista e neste início da fase de grupos da Libertadores.
O Palmeiras está tendo o direito de “brincar” nas copas e pegar fôlego para a maratona do Brasileirão. Meticuloso, Abel usou times mistos no grupo fácil, extremamente fácil da Libertadores contra Deportivo Táchira, Independiente Petrolero e Emelec. São nove pontos. Campanha 100%. Quinze gols marcados e apenas dois sofridos. Campanha arrasadora.
Abel se dá ao luxo de não ter escalado força máxima em nenhum dos três jogos do primeiro turno. Deve manter isso na segunda metade, principalmente se construir um resultado confortável diante do Juazeirense neste fim de semana, no Allianz Parque, pela terceira fase da Copa do Brasil. Ele precisará rodar o elenco se quiser brigar no topo do Brasileirão.
Ao contrário de Atlético-MG e Flamengo, o Palmeiras tem um elenco curto para disputar três competições ao mesmo tempo. Descansar é preciso. O time da vitória sobre o Emelec não teve Dudu, Raphael Veiga, Zé Rafael, Murilo e Marcos Rocha. Mais de meio time.
Poupar é preciso. Descobrir estepes, também. Eleito melhor jogador do Mundial Sub-17 em 2019, Gabriel Verón é cada vez mais útil. O xará dele, Menino, tanta reconquistar espaço. Rafael Navarro segue acumulando milhas enquanto o centroavante não vem. Breno Lopes continua surpreendendo com gols improváveis como o terceiro diante do Emelec. Quem não tem camisa 9 caça com três atacantes. Verón, Lopes e Rony, que superou Alex e se tornou o maior artilheiro alviverde na história da Libertadores com 13 gols, resolveram.
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