Adenor Leonardo Bachi, o Tite, não pedirá demissão; a Seleção disputará a Copa América, em casa, sob protesto; e protagonizará não somente na próxima terça-feira, depois do jogo contra o Paraguai, mas também durante o torneio continental, uma espécie de reedição do movimento “Bom Senso FC”. O plano pode se estender à América do Sul, provavelmente, com adesão de todos os 10 países filiados à Conmebol. Essas são as impressões de duas fontes ouvidas pelo blog ativas na crise interna na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ambos, inclusive, elogiam a habilidade do técnico para gerenciar turbulências no vestiário.
Coincidentemente, os dois “pacificadores” usaram a mesma palavra-chave na conversa: “Lembra do Bom Senso FC?”, questionou um deles, sob anonimato, mencionando o badalado e falido movimento de times do país que protagonizou queda de braço com a CBF no período de 2013 a 2016 nas gestões de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.
À época, as reinvindicações dos clubes, liderados por jogadores experientes, hoje aposentados, como Paulo André, Alex, Rogério Ceni, Dida e outros, era pelo calendário do futebol nacional, período adequado de pré-temporada, fair play financeiro e participação nos conselhos técnicos das entidades que regem o futebol brasileiro. Coincidentemente, a pressão também nasceu com um manifesto, possibilidade levantada neste sábado.
Reportagem assinada pelos colegas Bruno Cassucci, Daniel Mundim, Martín Fernandez e Raphael Zarko no portal GE informa que os jogadores da Seleção, liderados pelo capitão Casemiro, confeccionam um documento. Donos de braçadeiras de outras seleções, como Lionel Messi (Argentina), Godín (Uruguai), Gustavo Gómez (Paraguai), Bravo (Chile) e Ospina (Colômbia) e outros, também estariam interagindo para referendar o texto.
As duas fontes citaram que, naquela época, o Bom Senso FC manifestou-se democraticamente de diversas maneiras, mas em nenhum momento os jogadores abandonaram o Campeonato Brasileiro. Foram pelo menos três atos: abraços coletivos antes dos jogos, paralisação de 30 segundos de braços cruzados em protesto silencioso, e toquinhos de lado, parados. As manifestações ganharam, inclusive, o apoio da então presidente da República, Dilma Rousseff. Ela recebeu os líderes do movimento no Palácio do Planalto. Houve até ameaça de greve, mas a bola seguiu rolando pelo país.
O alvo dos times engajados à época era o presidente Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF. Dessa vez, Rogério Caboclo é quem está na mira do posicionamento da Seleção. O cartola está enfraquecido após ser acusado por uma funcionária de assédio sexual, está pressionado a se afastar do cargo por tempo determinado, mas resiste.
“Eles estão magoados. Mudaram a Copa América e não falaram com a comissão e jogadores. Essa é a mágoa que deu pra sentir, ouvir, nada tão grave”, disse uma das fontes ao blog. “Mas tudo ficará para o último capítulo, depois do jogo contra o Paraguai”, acrescentou. Questionado se a Seleção jogará a Copa América, respondeu: “Com certeza, não ouvi nada ao contrário”.
Sobre a situação específica de Tite, um outro “bombeiro” de plantão elogiou a habilidade do treinador para controlar crises. Segundo ele, essa não é a primeira vez. “Não acredito (no pedido de demissão). Ele deixou algo no ar que ninguém sabia e causou algum ruído interno (na CBF), mas experiência não lhe falta para amenizar as coisas. É uma pessoa de diálogo”, diz.
Aguardemos.
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