Roni O ex-jogador do Fluminense e da Seleção virou Agente Fifa e atua como empresário. Foto: Divulgação O ex-jogador do Fluminense e da Seleção virou Agente Fifa e atua como empresário. Foto: Divulgação

Operação Episkiros: MPDFT arquiva investigação e absolve ex-jogador Roni

Publicado em Esporte

Seis anos depois de ter sido detido no Estádio Mané Garrincha na Operação Episkiros (Jogo Enganoso) deflagrada em 25 de maio de 2019 pela Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Cecor) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) durante a vitória do Palmeiras contra o Botafogo pelo Campeonato Brasileiro, Roniéliton Pereira dos Santos, o Roni, ex-atacante do Fluminense e da Seleção, teve as acusações contra ele arquivadas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A informação foi publicada primeiro pelo colega Rodrigo Lois, do portal GE.com.

 

De acordo com o processo a que o blog teve acesso, não houve sonegação fiscal, falsidade ideológica nem associação criminosa na série de jogos realizados pela empresa do jogador, a Roni7 Consultoria Esportiva, no Distrito Federal. À época, a firma era principal parceira do Mané Garrincha. O documento é assinado pelo promotor de Justiça Fernando Augusto Martins Cuoco. A conclusão da investigação afirma:

 

“Diante da inexistência do crime fim e, consequentemente, da impossibilidade de subsistência dos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e estelionato, impõe-se o arquivamento do inquérito policial, com fulcro no art. 395, III, do Código de Processo Penal (falta de justa causa) e na Súmula 524 do STF, que determina que o arquivamento do inquérito por atipicidade impede a reabertura da persecução penal, salvo surgimento de novas provas”, determina o MPDFT.

 

“Não desejo a ninguém o que passei. Mas sigo de cabeça erguida, com a consciência limpa”, afirmou Roni ao blog.

 

Ele era acusado de deixar de reter ISS em 18 jogos de futebol realizados no Mané Garrincha no período de novembro de 2015 a julho de 2017. Os tributos referiam-se ao não pagamento de tributos sobre bilheteria, segurança, bares e outros causando sonegação de R$ 300 mil. A Receita Federal inocentou a empresa de Roni e não identificou conduta criminosa.

 

O presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal, Daniel Vasconcelos, também foi inocentada no processo. “Com a continuidade das investigações, constatou-se que a Federação Brasiliense de Futebol não promoveria (de fato) as competições, mas apenas prestaria apoio logístico no Distrito Federal, levantando os alvarás de permissão dos eventos junto à Administração Pública, a fim de justificar o recolhimento de 5& da renda líquida do evento, sendo que a Federação de Futebol do Distrito Federal nunca teria sido responsável pela bilheteria dos eventos”.

 

Dois anos antes do escândalo, em 2017, o Conselho Técnico na sede da Confederação Brasileira de Futebol havia vetado a venda de mando de campo no Campeonato Brasileiro. Depois de um lobby pesado, a comercialização e a terceirização voltaram a ser liberadas em todas as competições organizadas pela entidade. O Mané Garrincha recebeu 12 partidas de fora do DF neste ano.

 

Atingido em cheio pela Operação Episkiros, Roni deixou de comprar mandos de campo e de promover jogos de futebol. Perdeu credibilidade no mercado na busca por incentivos financeiros e fez curso na Fifa para se tornar Agente Fifa. Também atua como empresário no ramo de bilheteria. A empresa Ingresso SA pertence a ele e é parceira do Instituto Neymar. A firma instalou o sistema de identificação facial para o camisa 10 do Santos. Ele opera também no ramo de sócio torcedor.

 

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