Luis Zubeldía era reserva da Argentina no Mundial Sub-20 de 1999, na Nigéria. A seleção foi eliminada pelo México por 4 x 1 nas oitavas de final, porém o meia acumulou conhecimento sob a batuta de um dos mestres dele, José Pekerman, antes da aposentadoria precoce do futebol, aos 23 anos, e da transição para a carreira de técnico.
Embora Pekerman seja um treinador criativo, aquela Argentina de 1999 era marcada pela simplicidade tática. Uma coincidência com o São Paulo escalado por Luis Zubeldía pela primeira vez na vitória por 2 x 0 contra o Barcelona de Guayaquil pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. O sistema tático era o 4-2-3-1, mas com fartura de variações.
Gabriel Milito, hoje técnico do Atlético-MG, comandava a defesa da Argentina em uma linha de quatro com Roldán, Crosa, Milito e Fernández. O volante Esteban Cambiasso coordenava o meio de campo ao lado de Dusher. À frente deles, três armadores: um com característica de meia e outro com perfil de ponta. Galetti na direita, o enganche Montenegro e Rivarola aberto na esquerda. Um trio atrás de Ernesto Farías, centroavante com passagem pelo Porto e pelo Cruzeiro. A seleção albiceleste havia conquistado o Sul-Americano Sub-20 naquele ano, mas fracassou no Mundial. Sentiu falta de Pablo Aimar.
Guardadas as devidas proporções e comparações, Zubeldía tem conceitos de Pekerman. Usou alguns deles para acelerar o processo de encaixe do São Paulo ao que ele pensa. Sacou um dos três zagueiros do fim do trabalho de Thiago Carpini e tentou se aproximar um pouco do legado deixado por Dorival Júnior na conquista da Copa do Brasil. Menos na tática escolhida e mais na disciplina, na obediência ao plano de jogo.
Com um zagueiro a menos, o tricolor adicinou um jogador do meio para a frente. André Silva ganhou espaço aberto na direita e correspondeu. A linha defensiva passou a ter Igor Vinícius, Arboleda, Alan Franco e Wellington. Pablo Maia e Alisson, um dos melhores no jogo, na proteção. André Silva, Luciano e Ferreira atrás de Calleri. Funcionou.
Zubeldía fez o simples ao estrear em uma certa zona de conforto. Ele conhece muito o futebol equatoriano. Está acostumado a disputar competições continentais. É o atual campeão da Copa Sul-Americana. Levou a LDU ao título no ano passado contra o Fortaleza. A partir do fim de semana, o técnico argentino conhecerá a vida como ela é no futebol brasileiro. A agenda reserva o clássico contra o Palmeiras, no Morumbi, e viagens insólitas no calendário maluco rumo a Marabá (PA) para enfrentar o Águia na Copa do Brasil; a Salvador (BA) contra o Vitória; e ao deserto do Atacama, no Chile, diante do Cobresal.
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