O que esperar de Felipe no Vasco? Empresário lembra do técnico no Bangu

Vascaíno, sócio proprietário do clube e candidato a presidente em 2014, Eduardo Nery, empresário mineiro do ramo de TI no Distrito Federal, foi um dos patrocinadores do Bangu no período em que o ídolo cruzmaltino Felipe Loureiro, o maestro, foi técnico do time carioca nos estaduais de 2021 e de 2022. A equipe alvirrubra da Zona Oeste estampava na camisa a marca da firma brasiliense Every Cyber Security.

Consequentemente, Eduardo Nery acompanhou de perto o trabalho de Felipe no Bangu e diz ao blog o que  o Vasco pode esperar do treinador interino do Gigante da Colina nas últimas três rodadas do Campeonato Brasileiro. O presidente Pedrinho escolheu o ex-companheiro de time para assumir temporariamente a prancheta no lugar de Rafael Paiva. O profissional foi demitido depois da derrota para o Corinthians por 3 x 1 no último domingo, na Neo Química Arena, pela 34ª rodada da Série A.

“Acompanhei praticamente todos os jogos do Bangu. Eu acho que o Felipe foi bem. O time do Bangu se comportava bem taticamente. Os resultados foram apertados tanto para vitória como para derrota. Teve aquele 6 x 0 contra o Flamengo no Carioca de 2023, mas o Bangu se comportava bem taticamente. Técnico não faz milagre. Às vezes, pega jogadores vindos da base, de outros clubes, e time pequeno não tem muita escolha”, avalia Nery.

O executivo considera a oportunidade importante, mas tem observações sobre o estilo do técnico Felipe. “Pode ser uma chance de ouro de ele mostrar trabalho pelo que fez, principalmente no Bangu, mas acho também que ele tem que ser mais vibrante. Eu gosto de técnico vibrante, que joga com o time. O Felipe se demonstrou muitas vezes morno à beira do campo. Ele precisa ser mais vibrante, estar junto. São dois jogos em São Januário. A torcida tem que sentir essa energia. Podemos ter daqui a pouco um grande técnico se formando no Vasco”, projeta.

Eduardo Nery ressalta um outro ponto relevante sobre a passagem de Felipe pelo Bangu nos jogos em Moça Bonita e o cenário em São Januário. “Em Bangu, é muito quente. O lugar mais calor do Rio de Janeiro. Os adversários perdem a questão física no segundo tempo e o Bangu fica mais inteiro. Ele não vai ter isso no Vasco. A pressão é muito grande no início do jogo, e quando as coisas não vão bem, a torcida dá umas reclamadas. Isso é relevante”.

Ele alerta para uma possível dificuldade contra o Cuiabá em um contexto contrário ao que Felipe vivia em Moça Bonita. “Eles têm a questão do calor lá (no Mato Grosso). Nos jogos do Cuiabá, os adversários geralmente estão muito cansados a partir dos 20 minutos do segundo tempo. O Cuiabá, não, por estar acostumado. Isso é um aspecto importante porque o jogo contra o Cuiabá pode ser determinante para as pretensões do Vasco”, alerta.

Nery elogia a preparação de Felipe antes de iniciar a carreira como técnico. “Ele tem os cursos de treinador, passou por todos. As estatísticas dele não são boas, mas ele só teve oportunidade em times de menor expressão (Bangu, Volta Redonda e Confiança-SE), nunca em time grande. Podemos nos surpreender, espero que ele surpreenda e o Vasco tenha tomado uma decisão assertiva. Ele sabe o que é o Vasco, o tamanho do Vasco. Torço para que dê certo e ele faça de seis a nove pontos nos últimos três jogos e, quem sabe, tê-lo efetivado em 2025.

O executivo faz um alerta sobre o vestiário do Vasco. “Acredito que o grupo do Vasco, hoje, é muito dividido. Exemplo: o Philippe Coutinho veio e trouxe Souza e Alex Teixeira de contrapeso. Isso deve ter gerado problema. Tinha que dar uma sacolejada, vir alguém novo, energia nova, mas pode ter sido acertado. O Felipe merece essa chance, merece que o Vasco dê uma oportunidade, mas que as coisas sejam mantidas sob controle para que não tenhamos surpresas nesse fim de ano. Desejo tudo de ótimo para ele”.

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