O protocolo sanitário do Campeonato Brasileiro em meio à pandemia do novo coronavírus estabelece o máximo de 300 pessoas na arena divididas em 16 da CBF, 7 da federação do estado, 12 da arbitragem, 84 das delegações dos clubes, outras 19 de funções essenciais dos times, 90 da imprensa, 42 do estádio, 19 de serviços e 11 da força pública. A regra fundamental é que todas as partidas serão sem público, mas não há normas, por exemplo, sobre convidados oficiais. Políticos-torcedores como o governador Ibaneis Rocha e o presidente da Republica, Jair Bolsonaro, por exemplo, chamados para o duelo desta quinta-feira entre Flamengo e Palmeiras, no Mané Garrincha. Nem sobre os chamados caronas, penetras e afins.
Mesmo em tempos de pandemia do novo coronavírus, o blog apurou que os organizadores da partida sofrem pressão de políticos em busca de um cantinho no “mocó” para assistir ao jogo no Mané Garrincha. A lista dos convidados era mantida sob sigilo. Até por isso, a pressão aumentou por parte de parlamentares e empresários do Distrito Federal volta e meia agraciados com mimos como máscaras, álcool em gel customizado e camisas, principalmente, por parte do Flamengo, nas visitas e reuniões secretas de dirigentes na capital do país.
Como publicou o site do Correio Braziliense mais cedo, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; e o presidente da República, Jair Bolsonaro, foram convidados para acompanhar o jogo entre Flamengo e Palmeiras in loco, às 19h, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Rubro-negro, Ibaneis reservou espaço na agenda e está disposto a ir ao Mané Garrincha. Afinal, é a primeira exibição do clube do coração dele na cidade desde o início da parceria com o Banco de Brasília (BRB), a instituição financeira estatal do Distrito Federal. O contrato é investigado pelo Ministério Público.
No ano passado, o repórter Cesar Feitoza do portal o Antagonista apurou que Ibaneis Rocha cogitou trazer jogo do Flamengo para o Mané Garrincha no auge da pandemia do novo coronavírus e brincou com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Heleno, em uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto:
“General, estou trazendo o Flamengo para jogar aqui no Mané Garrincha, sem público. Só nós dois vamos ver de camarote”, afirmou em 22 de abril do ano passado, no auge da crise causada pela pandemia.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, dificilmente rejeita convites. Só não deu “save the date” para o duelo de 2019 no Mané Garrincha entre Botafogo e Palmeiras. A partida foi no mesmo dia do casamento do filho Eduardo Bolsonaro, no Rio. Bolsonaro pai alterna camisas de clubes de futebol como quem troca de roupa, mas, na verdade, é apaixonado pelo Palmeiras. Em 2016, participou da festa do título no gramado do Allianz Parque. Ele também recebeu convite para acompanhar o alviverde in loco no Mané Garrincha nesta quinta-feira. O Planalto não confirma a presença do Chefe de Estado, mas é provável que ele assista na residência oficial, no Palácio da Alvorada.
Ibaneis Rocha e Jair Bolsonaro são frequentadores do Mané Garrincha. O governador, sempre com a camisa rubro-negra. O presidente, até com a camisa rubro-negra — em vez da alviverde. Em pelo menos duas aparições, estava ao lado do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, surfando na onda das conquistas em série do Flamengo na era Jorge Jesus. A última delas em fevereiro, na final da Supercopa do Brasil. O Flamengo derrotou o Athletico-PR, por 3 x 0.
Bolsonaro também esteve em jogo da Seleção no estádio, em 2019, no episódio em que se encontrou com Neymar em um hospital da L2 Sul depois da contusão do camisa 10 no amistoso contra o Catar antes da Copa América.
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