Brasil Sub-17 Três destaques do tetra no Sub-17 2019 foram para a Europa e voltaram. Foto: Alexandre Loureiro/CBF Três destaques do tetra no Mundial Sub-17 de 2019 foram para a Europa e voltaram ao Brasil. Foto: Alexandre Loureiro/CBF

O preocupante bate-volta da Geração 2002 campeã do Mundial Sub-17 em 2019

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Há um ciclo vicioso preocupante no mercado do futebol brasileiro: o bate-volta de jovens talentos na Europa. Há cinco anos, o Brasil conquistava em casa o tetracampeonato no Mundial Sub-17 de 2019 contra o México de virada, por 2 x 1, no Estádio Bezerrão, no Gama. A geração 2002 liderada pelo técnico Guilherme Dalla Déa exportou talentos e os clubes da Série A repatriam alguns na faixa etária em que eles deveriam estar se consolidando nos elencos dos times do Velho Continente.

 

O Cruzeiro festeja a contratação do centroavante Kaio Jorge. Ele retorna ao Brasil aos 22 anos após não se firmar na Juventus e ter sido rebaixado no Frosinone na última temporada do Campeonato Italiano. A Velha Senhora recupera o investimento ao negociá-lo com o Cruzeiro. Comprou do Santos por 7 milhões de euros e o repassou à Raposa por 7,2 milhões de euros. Kaio Jorge deve saber que voltar ao Brasil, com raras exceções, é quase um caminho sem volta à Europa. Basta você observar os casos de Pedro e de Gabigol.

 

Antes, o Cruzeiro havia repatriado outro campeão do Mundial Sub-17 de 2019, no Brasil. O meia-atacante Gabriel Veron havia sido eleito Bola de Ouro na conquista do tetra. Deixou o Palmeiras por 10,34 milhões de euros rumo ao Porto e desembarcou na Toca da Raposa por empréstimo,depois de duas temporadas oscilando entre os times principal e B. 

 

Autor do gol do título do Brasil na final do Mundial Sub-17 de 2019 contra o México, o atacante Lázaro retornou ao país para vestir a camisa do Palmeiras. Clube formador, o Flamengo vendeu o jogador ao Almería da Espanha por 7 milhões de euros. O clube espanhol o emprestou ao time paulista cobrando 1 milhão de euros pela cessão. 

 

Há um outro caso preocupante. Reinier era o jogador mais badalado daquela geração do Mundial Sub-17 de 2019. Não disputou o torneio porque o técnico Jorge Jesus bateu o pé e mostrou à diretoria do Flamengo a necessidade de contar com ele na reta final daquela temporada. O time carioca peitou a CBF e não cedeu o meia-atacante ao torneio.

 

Cinco anos depois, a carreira de Reinier parece sem rumo. Ele segue vinculado ao Real Madrid, mas sequer estreou no time principal depois do investimento de 30 milhões de euros no brasiliense. Desde então, ele defendeu o Real Madrid Castilla, foi emprestado ao Borussia Dortmund, cedido ao Girona e repassado ao Frosinone. Fala-se de um possível retorno ao Flamengo. Gente próxima dele nega e fala em esperar o fechamento da janela. 

 

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