Philippe Coutinho jogou 33 minutos na vitória do Bayern Munique sobre o Schalke 04 por 3 x 0 nesta sábado na segunda rodada do Campeonato Alemão. Não foi o nome do jogo, óbvio. Dificilmente será o cara do time atuando ao lado de um viciado em gols como o polonês Robert Lewandowski, autor dos três gols. Coutinho acaba de estrear e já fez história. Fundado em 1900, o clube bávaro quebrou tabu ao contratar o brasileiro por empréstimo. É a primeira vez que um jogador não europeu assume a camisa 10 do time recordista de títulos da Bundesliga.
Antes de Coutinho desembarcar no Bayern, Bernardo, Mazinho, Jorginho, Élber, Paulo Sérgio, Zé Roberto, Lúcio, Breno Luiz Gustavo, Rafinha, Dante e Douglas Costa passaram por lá. Nenhum deles teve o privilégio de assumir a camisa 10. Nem argentinos, uruguaios, chilenos, colombianos e outros vizinhos do continente que passaram por lá conseguiram o feito.
Vestir a camisa 10 do Bayern é um luxo. O holandês Arjen Robben foi o dono dela da temporada de 2009/2010 até o adeus ao clube em 2018/2019. Antes dele, o proprietário era o compatriota Roy Makaay de 2003/2004 a 2006/2007.
A 10 do Bayern é número de craque. Lothar Matthaus alugou a dezena de 1992/1993 a 1999/2000. Stefan Effemberg foi inscrito com ela em 1991/1992. Dividiu o privilégio com o dinamarquês Brian Laudrup. Um dos mentores da negociação para adquirir Coutinho, o agora cartolas Michael Rummenigge ficou com a 10 de 1983/1984 a 1986/1987. A lenda Uli Hoeness carregou o número nas costas de 1973/1974 a 1977/1978. O suíço Ciriaco Sforza de 1995/1996 a 2001/2002. 25
Pequenas lembranças que aumentam o peso da responsabilidade de Coutinho no novo clube. Atuar em time grande não é o problema. Passou por Vasco, Internazionale, Liverpool e Barcelona. É uma das referências da Seleção Brasileira. O desafio é voltar a ser o velho Philippe Coutinho e fazer a fanática torcida bávara esquecer Robben. O holandês empilhou 20 troféus no Bayern, entre eles, oito títulos do Campeonato Alemão e uma Uefa Champions League.
Contratado por 145 milhões de euros pelo Barcelona na temporada 2017/2018, Philippe Coutinho deixou o time catalão com um bicampeonato espanhol (2018 e 2019), uma Copa do Rei e uma Supercopa da Espanha. Ganhou uma Copa Itália e uma Supercopa da Itália com a camisa da Internazionale, uma Série B no Vasco e a Copa América 2019. O currículo é vencedor. Resta saber se ele suportará a pressão de assumir o papel de camisa 10 do Bayern.
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