Curto demais ver jogadores da base entre os titulares do time profissional. Eu poderia falar do início arrasador de Germán Cano, da recuperação e da motivação de Fellipe Bastos ou do ótimo início do técnico Ramon Menezes à frente de um clube gigante como o Vasco, mas prefiro destacar os papéis de Ricardo Graça, Henrique, Andrey e Talles Magno. Bruno Gomes é outra cria de São Januário usada durante a vitória por 3 x 0 do líder e aniversariante do dia (122 anos) sobre o Ceará, Castelão.
Nada como ser comandado por um ídolo do clube. Ramon Menezes sabe exatamente como funciona a engrenagem no Vasco. Conhece o potencial dos meninos e tem o dever de transmitira experiência necessário para que eles não sintam tanto o peso da responsabilidade. Afinal, a necessidade obriga o clube a queimar etapas. Falta dinheiro para investimentos mais ousados.
Nada como lapidar o promissor zagueiro Ricardo Graça ao lado do experiente Leandro Castán. Após quatro rodadas, eles fazem parte da defesa menos vazada do Brasileirão. Um gol sofrido de pênalti na vitória por 2 x 1 sobre o São Paulo. Graça acertou 90% dos passes. Sinal de que Ramon tem cobrado eficiência na saída de bola, recurso imprescindível na montagem do time.
Achei o lateral-esquerdo Henrique discreto. Interceptou algumas tentativas do Ceará de invadir a área na bola e em pelo menos um lance com falta dura. Recebeu cartão amarelo quando Lima tentava invadir a área cruz-maltina. Mais preso à marcação, apoiou menos o ataque.
A segurança dada por Henrique permitiu, por exemplo, que Andrey desse o passe milimétrico, no tempo certo, para Germán Cano abrir o placar. Belíssima assistência. Andrey é mais um volante bom de bola revelado pelo Vasco. Douglas Luiz foi outro nome recente. O jogador vendido ao City Group disputou a última temporada da Premier League pelo Aston Villa.
Por falar no meio de campo, outro garoto da base, Bruno Gomes, mudou o panomrama da partida. Com ele no time, o Vasco equilibrou o jogo, ficou mais protegido e ganhou também em qualidade no passe. E tem Talles Magno. O atacante não teve uma noite de gala, mas, quando a fase do time é boa, até a intenção de passe interceptada pelo adversário dá certo. Foi assim no golaço de Fellipe Bastos, o segundo do Vasco, e o terceiro dele neste Brasileirão.
Uns participaram mais. Outros, menos. O fato é que, certo ou por linhas tortas, investir na base é sempre um grande barato. Ricardo Graça, Henrique, Andrey, Talles Magno e Bruno Gomes sabem o que é o Vasco e são comandados por quem entende a grandeza do clube mais do que eles: Ramon Menezes. Afinal, time arrumado facilita a evolução de jovens talentos. Bagunça queima um atrás do outro.
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