A vitória do São Paulo por 1 x 0 contra o Talleres no estádio Mario Kempes, em Córdoba, é um ato de resistência. Havia praticamente um manifesto pela demissão de Luís Zubeldia. Comparando com uma partida de tênis, o golaço de Alisson evitou o match point dos detratores do treinador na arquibancada, no sofá e até na transmissão. A comemoração apontando para o treinador e se atirando no colo dele para o abraço atesta isso.
Quem não tem memória curta respeita o trabalho de Zubeldia no São Paulo, no mínimo, pelo desempenho dele na Libertadores do ano passado. O argentino foi eliminado nos pênaltis pelo campeão Botafogo nas quartas de final jogando bem. Um detalhe: o tricolor teve a melhor defesa do torneio anterior com quatro gols sofridos em 10 exibições.
O São Paulo estreou em 2025 mantendo a defesa segura da Libertadores de 2024. Ótimo começo no projeto de conquistar a competição pela quarta vez. Não vencia em Córdoba e volta de lá com três pontos, liderado por um lateral Enzo Díaz impecável. Que exibição defensiva e intimidatória!
Baita atuação também do volante Luiz Gustavo na vitória do São Paulo. Deu conta do meia Matías Galarza, o meia mais criativo do Talleres. O 4-2-3-1, muitas vezes disfarçado de 3-4-1-2, com Ferreira e Calleri na frente, funcionou na construção da vitória. Cedric Soares, Alisson, Luiz Gustavo, Oscar e Enzo Díaz formavam meio de campo tricolor.
Luis Zubeldia precisa de paz para planejar o São Paulo pensando no duelo de domingo contra o Atlético-MG e ter a torcida ao lado contra o Alianza Lima do Peru na próxima semana, no Morumbi. Não será nada fácil. O time peruano eliminou o Boca Juniors dentro do Estádio La Bombonera na fase preliminar desta Libertadores.
Entre os títulos possíveis na temporada para quem tem um elenco limitado, a Libertadores e a Copa do Brasil são os torneios acessíveis ao São Paulo. O Brasileirão é um caminho mais longo, desgastante e improvável.
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