Toda participação do Flamengo na Copa Libertadores da América é um drama, mas a novela de 2018 tem um enredo que começa a lembrar a campanha de 2012 (compare as pontuações ao fim deste post). Há seis anos, o time rubro-negro terminou o primeiro turno da fase de grupos exatamente com cinco pontos. Em situação delicada, disputou os outros nove pontos em duas partidas fora de casa e apenas uma no Rio, ganhou apenas três, terminou com oito e deu adeus precocemente ao torneio. Daqui em diante, o time rubro-negro enfrenta o Independiente Santa Fe, em Bogotá; o Emelec, no Maracanã; e o River Plate no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Qualquer semelhança é mera coincidência. São necessários mais cinco ou seis pontos para evitar outro vexame continental.
O roteiro de 2018 lembra o de 2012 até na desordem. Naquela edição, a diretoria demitiu Vanderlei Luxemburgo e contratou Joel Santana, que não deu jeito no time. Desta vez, caiu Paulo César Carpegiani e Maurício Barbieri herdou a missão de tocar o trabalho. Achei que o interino repetiu o erro do ex-chefe. Desesperou-se e desestruturou o time no segundo tempo ao trocar Everton Ribeiro e Henrique Dourado por Willian Arão e Lincoln. Se estava ruim na etapa inicial, piorou nos 49 minutos finais. Exatamente como aconteceu na eliminação diante do Botafogo nas semifinais do Campeonato Carioca.
Por falar na eliminação diante do arquirrival, o Flamengo teve 20 dias de folga entre o adeus ao Estadual e o duelo contra o Independiente Santa Fe — sem contar a estreia no Brasileiro diante do Vitória. Praticamente uma intertemporada. E não mostrou nenhuma evolução. Quanto desperdício de tempo. E o time só piora…
O Flamengo poderia ter liquidado o jogo nos primeiros 20 minutos. Até começou bem, apresentando duas características desses 20 dias de trabalho de Barbieri: uma espécie de blitz no inicio da partida — fez gol no início contra Vitória e Santa Fe — e criação de jogadas pelo meio, quebrando um pouquinho um vício das jogadas pelas pontas e cruzamento para a área.
No entanto, o Flamengo continua com a velha mania incurável de não matar o jogo. E de deixar as pernas bambearem quando sofre um gol do adversário. Foi assim no empate por 2 x 2 com o River Plate na estreia. A história se repetiu nesta quarta contra o Santa Fe. O time ficou “desorientadinho da silva”.
Há pouco tempo, a culpa era de Alex Muralha, Rafael Vaz, Márcio Araújo, Zé Ricardo, Reinaldo Rueda, Paulo César Carpegiani, Rodrigo Caetano, Jayme de Almeida, Mozer… Todos caíram e nada mudou no Flamengo. O culpado da vez é o presidente Eduardo Bandeira de Mello. O muro da Gávea dormiu pichado pedindo a saída de quem fez sucesso no trabalho de reconstrução financeira do clube, mas comete o pecado de não transformar dinheiro em troféus. A torcida foi paciente nos quatro primeiros anos da gestão. Mas paciência tem limite.
Pontuações do Flamengo no 1° turno da fase de grupos da Libertadores no século
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