“Devagar com o andor que o santo é de barro”. O ditado popular tem tudo a ver com o processo de recuperação de Neymar. A exibição na vitória contra o Água Santos é mais um pequeno grande passo.
É preciso controlar as crises de ansiedade e dar tempo ao tempo em vez de cobrar excelência em curto prazo de quem passou dois anos sem uma sequência de jogos desde a grave lesão contra o Uruguai, em Montevidéu, na derrota do Brasil nas Eliminatórias.
Neymar evolui em doses homeopáticas. Assim será até a barrinha de download do craque baixar 100% da melhor versão dele. O carregamento vai travar, demorar, dar pau, tilt, bugar, mas o planejamento é para vê-lo inteiro daqui a um ano e meio, na Copa do Mundo.
Enquanto isso, recomenda-se apreciar um drible aqui, admirar um passe acolá, celebrar o primeiro gol na volta ao Brasil em uma cobrança de pênalti perfeita, aplaudir a assistência para o Guilherme no início de um bom entendimento da dupla e o aumento da minutagem.
O camisa 10 suportou 85 minutos até sair de campo para dar lugar a Miguelito. Deixou o gramado da Vila Belmiro ovacionado. Natural. Neymar voltou ao país em busca de carinho.
Mudando de assunto, faltou afeto à bola e ao clássico no empate por 0 x 0 entre Palmeiras e São Paulo, no Allianz Parque. Os dois times desrespeitaram a tradição do Choque-Rei. Entregaram um jogo horroroso com duas chances de gol: uma de Lucas Moura e outra de Flaco López interceptada pela plasticidade da defesa do goleiro Rafael.
A sequência de quatro jogos em uma semana contra Red Bull Bragantino, Inter de Limeira, Velo Clube e Palmeiras impediu o São Paulo, por exemplo, de ter pernas e talento para competir com o Palmeiras. A missão era não perder e foi rigorosamente cumprida.
Em situação delicada na fase de grupos, o Palmeiras ficou refém das bolas aéreas em busca do centroavante Flaco López. Dois repertórios paupérrimos. Oscar entrou em campo para tocar a bola para o lado e evitar lesão na grama sintética em 13 minutos.
No fim das contas, a bola exibição de Neymar salvou a rodada mequetrefe do Paulistão marcada pelo cumprimento de tabela do classificado Corinthians e pela depreciação do Choque-Rei devido ao calendário tricolor e aos insistentes cruzamentos alviverdes.
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