A França tem um trunfo que vai além do badalado centro de formação de talentos de Clairefontaine na caça ao bicampeonato da Copa do Mundo Sub-17: primeiro colocado do Grupo C, o país europeu investe na continuidade do projeto nas divisões de base. Jean Claude Giutini levou a seleção europeia ao título da Eurocopa Sub-17 em 2015, na Bulgária. O time tinha como goleiro Luca Zidane, filho do campeão da Copa de 1998, eleito três vezes melhor do mundo, tri da Champpions League como técnico e atual comandante do Real Madrid.
Campeã do Mundial Sub-17 em 2001, a França aposta em Giuntini para repetir o feito aqui no Brasil. O treinador de 62 anos bateu um papo com o blog antes do início do torneio sobre a competição. Ele aponta o anfitrião Brasil favorito ao título, chama atenção para as seleções asiáticas, evitar apontar um novo Mbappé entre os 21 jogadores convocados por ele. Evita inclusive comentar sobre Aouchiche, joia do PSG que já treina com Neymare e Mbappé. Fala sobre a troca de ideias com Didier Deschamps, comandante da seleção principal da França e sobre o momento de Neymar no Paris Saint-Germain.
A França conquistou o Mundial Sub-17 na edição de 2001, em Trinidad e Tobago. Qual é a expectativa no Brasil?
Estamos felizes por participar de uma competição tão profissional. Achamos que devemos realizar um bom papel. Estamos formando bons jogadores e queremos apresentar no Mundial Sub-17 um bom panonama do nosso trabalho de base.
Quem é o novo Mbappé revelado no centro de formação de Clairefontaine?
Acho que é difícil termos um novo Kylian Mbappé, pois ele é como um astro, uma grande estrela, um jogador diferente, muito veloz. Nós temos que ser pacientes para criar alguns jogadores.
O que achou do grupo da França no Mundial Sub-17?
São escolas diferentes. O Chile tem jogadores muito bons e com muita qualidade. Enfrentamos o Haiti antes do Mundial e eles têm alguns talentos. Em relação à Coreia do Sul, pode surpreender. Assim como o Japão, são seleções com jogadores disciplinados e dotados de uma organização tática muito boa.
Que é o favorito ao título em 2019?
É claro que o Brasil é o favorito, pois se trata do país do futebol. Normalmente, o Brasil vence a Copa do Mundo (risos).
Vocês acompanham o futebol brasileiro lá na França?
Sim, sempre vejo. Afinal, vocês têm jogadores fantásticos.
Há interação enre a comissão técnica da seleção principal da França com a Sub-17?
Sim, algumas vezes converso com Didier Deschamps e outros treinadores sobre como melhor organizar e avaliar os jogadores.
A preocupação da Federação Francesa de Futebol vai além do futebol em Clairefontaine?
Temos a tradição de formar alguns bons jogadores. Devemos ser muito atenciosos em relação aos meninos e aos homens. De vez em quando, vemos conflitos (psicológicos) entre o jogador e o homem. Isso pode ser catastrófico. A nossa tradição é de formar jogadores e treinadores equilibrados.
O senhor é francês, mora na França e acompanha de perto a relação do Neymar com o Paris Saint-Germain. Qual é a sua opinião sobre essa relação?
Para mim. Neymar é um jogador fantástico. Ficarei muito decepcionado se ele deixar a liga francesa. Acho que ele não quer deixar Paris. No entanto, a atmosfera e a confiança de Paris em relação ao Neymar precisam melhorar.
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