Meu melhor do mundo com base na lista da Fifa

Publicado em Esporte

A Fifa divulgou nesta semana os nomes dos 23 candidatos ao prêmio de melhor do mundo em 2016. Na minha humilde opinião, há alguns absurdos. Por exemplo, a entidade deveria criar um prêmio exclusivo para goleiros. Misturar Neuer e Buffon com jogadores de linha é uma bizarrice. Como patético também é misturar votos de técnicos e capitães — que terão peso de 50% na votação — com torcedores em uma enquete virtual. Como bem definiu o colega Rafael Reis em seu blog no UOL, pode, sim, virar um concurso de fã-clubes.

Há outros equívocos. Thomas Müller fora dos 23? Ok, ele fez uma péssima Eurocopa com a camisa da Alemanha. Não fez nenhum gol e falhou até na decisão por pênaltis. Mas pelo que fez com o Bayern de Munique, merecia figurar no G-23. Ou não?! Senti falta também do Aubameyang, do Borussia Dortmund. Ah, numa boa, Neymar não deveria ser o único brasileiro na lista. Philippe Coutinho anda comendo a bola no Liverpool. Falta muito para ser G-10, mas G-23, pode ser, sim, senhor.

O Eurocentrismo do prêmio da Fifa é outro aspecto questionável. Os nove gols de Jhonathan Calleri com a camisa do São Paulo na Copa Libertadores da América foram em um torneio qualquer? E o desempenho assustador do promissor Miguel Borja pelo campeão Atlético Nacional tanto na Libertadores quanto na Sul-Americana não merecem ao menos indicação?

Apesar dos pingos nos “is” e nos “jotas”, usei a contestada lista dos 23 concorrentes ao prêmio Fifa The Best para apontar a seguir, em ordem decrescente, os melhores do mundo na minha opinião. Para cada nome fiz uma rápida análise com base na produtividade na temporada. Aos intolerantes que não aceitam a opinião alheia (hoje em dia, qualquer pitaco bobo é motivo para insultos, xingamentos, uma guerra), vou repetir: é apenas a minha visão. Fique a vontade para discordar, comentar e elaborar a sua ordem dos melhores.

 

23º Kante

Clube/Seleção: Leicester/França

A fama de maior ladrão de bolas da última edição do Campeonato Inglês rendeu contrato com o Chelsea. Fez uma boa Eurocopa em casa com a camisa da seleção francesa.

 

22º Mahrez

Clube/Seleção: Leicester/Argélia

Ao lado de Vardy, foi a estrela-guia do Leicester na campanha do título do Campeonato Inglês. Balançou a rede 17 vezes e deu 11 assistências na conquista da temporada de 2015/2016.

 

21º Alexis Sánchez

Clube/Seleção: Arsenal/Chile

Goleador implacável com a camisa dos Gunners e um dos protagonistas do Chile na conquista do bicampeonato da Copa América, na edição centenária dos Estados Unidos, com três gols.

 

20º Vardy

Clube/Seleção: Leicester/Inglaterra

Se houvesse um prêmio de revelação do ano seria do inglês. Arrebentou na histórica campanha do Leicester ao fazer 24 gols. Foi eleito o segundo melhor da Premier League.

 

19º Buffon

Clube/Seleção: Juventus/Itália

Sou contra goleiro misturado com jogador de linha. Deveria haver uma eleição à parte para os donos das traves. Feito o registro, que exibições de gala contra Espanha e Alemanha na Euro.

 

18º Modric

Clube/Seleção: Real Madrid/Croácia

Um dos carregadores de piano na conquista da Liga dos Campeões da Europa e protagonista no belo futebol exibido pela Croácia na Eurocopa.

 

17º Payet

Clube/Seleção: West Ham/França

Golaços em exibições de gala na Eurocopa na campanha do vice-campeonato da França. Repito o que disse sobre Vardy: se houvesse um prêmio de revelação, seria um dos favoritos.

 

16º Kroos

Clube/Seleção: Real Madrid/Alemanha

Maestro do meio de campo do Real Madrid na conquista da Liga dos Campeões da Europa e na bela campanha da seleção germânica, semifinalista na Eurocopa.

 

15º Agüero

Clube/Seleção: Manchester City/Argentina

Finalista da Copa América e semifinalista da Liga dos Campeões da Europa, conquistou apenas a Copa da Liga Inglesa. Vice-artilheiro do Inglês atrás de Harry Kane, do Tottenham.

 

14º Sergio Ramos

Clube/Seleção: Real Madrid/Espanha

Iluminado, fez um gol na final da Liga dos Campeões da Europa diante do Atlético de Madri e mais uma vez ganhou o título com a camisa do Real Madrid. Na Eurocopa, não foi brilhante.

 

13º Lewandowski

Clube/Seleção: Bayern de Munique/Polônia

Quarenta e dois gols na temporada do Bayern de Munique, 30 deles na conquista do Alemão. Campeão da Bundesliga, mas decepcionante na Eurocopa com apenas uma bola na rede.

 

12º De Bruyne

Clube/Seleção: Manchester City/Bélgica

Marcou 16 gols e deu 17 assistências com a camisa do Manchester City na temporada de 2015/2016 e foi peça-chave da Bélgica na campanha da Eurocopa.

 

11º Özil

Clube/Seleção: Arsenal/Alemanha

Recordista de assistências no vice-campeonato do Arsenal na Premier League, com 19. Na Eurocopa, fez apenas um gol e errou sua cobrança na decisão por pênaltis contra a Itália.

 

10º Pogba

Clube/Seleção: Manchester United/França

Impecável nas conquistas do Campeonato Italiano e da Copa da Itália pela Juventus. Esperava um pouquinho mais dele na Eurocopa. Foi ofuscado por Griezmann e Payet.

 

9º Neuer

Clube/Seleção: Bayern de Munique/Alemanha

Campeão da Bundesliga e da Copa da Alemanha pelo Bayern de Munique, sofreu apenas um gol na campanha da Alemanha na Eurocopa — o da Itália — nas quartas de final.

 

8º Ibrahimovic

Clube/Seleção: Manchester United/Suécia

Ainda estava no Paris Saint-Germain quando fez 38 gols na conquista do tricampeonato francês. Mal com a Suécia na Eurocopa e campeão da Supercopa da Inglaterra pelo United.

 

7º Iniesta

Clube/Seleção: Barcelona/Espanha

Maestro do Barcelona nas conquistas do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei. Apesar da eliminação precoce na Eurocopa, brilhante na campanha da Espanha com passes decisivos.

 

6º Bale

Clube/Seleção: Real Madrid/País de Gales

Coadjuvante e, em alguns momentos, até protagonista do Real Madrid na conquista da Liga dos Campeões e maior responsável pelo País de Gales chegar às semifinais da Eurocopa.

 

5º Neymar

Clube/Seleção: Barcelona/Brasil

Coadjuvante de Messi e Luis Suárez nas conquistas do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei da Espanha, teve lampejos de protagonismo, como em um golaço com direito a distribuição de chapéus, mas logo voltou a ser ofuscado pelos companheiros de ataque. Na Seleção Brasileira, abriu mão de disputar a Copa América Centenário, mas foi o maior responsável pelo ouro inédito do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Do mata-mata em diante, fez gol em todos os jogos e cobrou o pênalti decisivo diante da Alemanha.

 

4º Luis Suárez

Clube/Seleção: Barcelona/Uruguai

Não é fácil ser o maior goleador da Europa em um continente dominado por Cristiano Ronaldo e Lionel Messi e goleadores como Ibrahimovic e Lewandowski. Fez 40 gols no Campeonato Espanhol e 8 na Liga dos Campeões da Europa. Simplesmente Brilhante. Suspenso pela Fifa por causa da mordida em Chiellini na Copa de 2014, e depois lesionado, não conseguiu impedir o Uruguai de ser eliminado na fase de grupos da Copa América Centenário nos Estados Unidos.

 

3º Griezmann

Clube/Seleção: Atlético de Madrid/França

Brilhante na campanha do Atlético de Madrid na Liga dos Campeões. Na Eurocopa, foi simplesmente o artilheiro do principal torneio de seleções do continente, em casa, com seis gols, igualando o que o gênio Michel Platini fizera na edição de 1984, mas com nove gols.

 

2º Messi

Clube/Seleção: Barcelona/Argentina

Ganhou o Campeonato Espanhol pelo clube catalão com 26 gols e a Copa do Rei da Espanha. Levou a Argentina à final da Copa América como vice-artilheiro da competição continental (5 gols), mas falhou na decisão por pênaltis. A prova de que não teve uma temporada com o selo Messi de qualidade foi ver o parceiro uruguaio Luis Suárez ganhar a Chuteira de Ouro.

 

1º Cristiano Ronaldo

Clube/Seleção: Real Madrid/Portugal

Para mim, é disparado o melhor jogador de 2016 tanto na Bola de Ouro quanto no Fifa The Best. Conquistou a Liga dos Campeões pelo Real Madrid cobrando o pênalti do título. Foi artilheiro isolado da competição com 16 gols e assumiu a liderança como maior goleador da histórai da competição. Mesmo sem estar 100%, e atingido de forma desleal por Payet na final, carregou Portugal nas costas à conquista da Eurocopa com três bolas na rede importantíssimas. Quando não fez gol, deu assistência. Dentro e fora de campo, na decisão contra a França, no Stade de France, em Saint-Denis, foi o líder de uma seleção limitadíssima. O cara simplesmente deu aos lusitanos o primeiro título da vida.