Lionel Messi tinha toda razão ao reclamar da injusta expulsão contra o Chile na decisão do terceiro lugar da Copa América até perder a razão com denúncias sem provas. Uma delas de que o torneio estava armado nos bastidores para o Brasil conquistar o nono título. Messi é gigante demais para jogar palavras ao vento e não comparecer à cerimônia de entrega da medalha do terceiro lugar.
A exibição de Messi foi grande contra o Brasil. Deixou a segura defesa de Tite em pânico com as tradicionais arrancadas e passes nas semifinal de Belo Horizonte. Concordo que o Árbitro de Vídeo deveria ser acionada em pelo menos um lance questionado pela Argentina, mas daí a afirmar que os donos da casa foram ajudados pelo apito pegou mal. Houve dois gols anulados contra a Venezuela contra a Venezuela na segunda rodada da fase de grupos. Cartões amarelos suspenderam Casemiro das quartas de final.
Na partida deste sábado, na Arena Corinthians, o zagueiro metido a valentão Medel deveria ter sido o único expulso e o VAR poderia, sim, revisar a expulsão do camisa 10. Eu estava na tribuna de imprensa e estranhei a expulsão. Lamentável a falta de tato do árbitro paraguaio Mario Diaz de Vivar para administrar uma decisão de terceiro lugar. Os mais de 40 mil pessoas presentes aqui na Arena Corinthians não vieram a Itaquera para assistir ao duelo entre Argentina e Chile. Queria ver o melhor do mundo na Zona Leste de São Paulo. Quem sabe pela última vez.
O maior erro de Lionel Messi é não criticar a AFA com a mesma veemência que detonou a Conmebol. A entidade comandada pelo presidente Claudio Fabián Tapia está longe de ser um exemplo para as demais filiadas à Fifa. Assim como na CBF de Ricardo Teixeira, José Maria Marín e Marco Polo Del Nero, houve denúncia de corrupção na AFA no FifaGate. Ao discursar contra a Copa América e a Conmebol, Messi assumiu o status de escudeiro dos cartolas argentinos. Eles devem estar adorando.
Lionel Messi também deveria lamentar as mazelas da seleção principal. A Argentina não conquista nadinha desde a Copa América de 1993, a primeira no atual formato. O jejum começou no fim da era Diego Armando Maradona e dura até a era Lionel Messi. O capitão e camisa 10 da atual geração teve nove treinadores diferentes desde que estreou em 2005 com a camisa dos bicampeões mundiais sendo expulso — como neste sábado — contra a Hungria.
Desde então, José Pekerman, Alfio Basile, Diego Maradona, Sergio Batista, Alejandro Sabella, Gerardo “Tata” Martino, Edgardo Bauza, Jorge Sampaoli e Lionel Scoloni comandaram o melhor jogador do século 21 e não conseguiram brindá-lo com troféu. Messi amarga um vice na Copa do Mundo e três na Copa América, em 2007, 2015 e 2016. Caiu nas quartas de final contra o Uruguai dentro de casa, em 2011, e termina em terceiro a edição de 2019. A culpa é de Messi a cada eliminação, não da desordem da AFA.
Por essas e outras, acho que Messi tinha razão até perder a razão.
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