Bicampeã olímpica, a Argentina foi embora dos Jogos do Rio-2016 na fase de grupos, mas deixou um dever de casa para a Seleção Brasileira: conquistar a medalha de ouro sem sofrer gol. Na história dos torneios de seleções com a chancela da Fifa — incluindo competições principal e de base — só os hermanos, comandados pelo técnico Marcelo Bielsa e o craque Carlitos Tévez, conseguiram a proeza, em Atenas-2004. Inclusive com reconhecimento oficial no site da entidade máxima do futebol logo depois da conquista em cima do Paraguai.
“Entre todas as competições de futebol disputadas desde 1930, juntando todas categorias por idade e sexos, a Argentina é o primeiro país a conseguir ganhar um torneio sem levar um gol sequer”, destacou a Fifa em um comunicado publicado em 28 de agosto de 2004.
Invicta, a defesa da Seleção Brasileira não sofre gol há quatro partidas. Lá se vão 360 minutos somando os empates por 0 x 0 com África do Sul e Iraque e as vitórias por 4 x 0 sobre a Dinamarca e por 2 x 0 diante da Colômbia na noite deste sábado, pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. O próximo desafio é contra o Honduras, quarta-feira, às 13h, no Maracanã. O adversário foi eliminado pelo Brasil nas quartas de Londres-2012.
O torneio olímpico masculino de futebol mais ofensivo dos últimos 40 anos teve 91 gols em 24 jogos. Das 16 seleções, só o Brasil não foi vazado. Perguntei ao zagueiro Rodrigo Caio na entrevista coletiva da última sexta-feira o que justifica um time tão ofensivo quanto do Brasil ainda não ter sofrido gol. “É muito importante não tomar gols, temos qualidade muito forte no ataque, sabemos que quando não tomamos gol, em algum momento vamos fazer. O mérito é de toda equipe, desde o ataque, marcação forte no meio para não tomarmos contra-ataques, infiltrações pelo meio, isso está sendo bem feito. Espero terminar a competição sem tomar gols”, respondeu ao Correio Braziliense. Rodrigo Caio quase fez um gol na Colômbia no segundo tempo. O goleiro Bonilla evitou com uma belíssima defesa.
Rodrigo Caio, 1,82m, forma uma dupla de zaga com Marquinhos, 1,85m, outro paredão da retaguarda verde-amarela. “Nosso sistema de jogo favorece a nossa qualidade. Procuramos compensar a altura nas bolas aéreas com bom tempo de bola, agredindo bastante a bola. Nos outros jogos tivemos felicidade parcial por que não tomamos gols, mas não vencemos”, comentou o beque do Paris Saint-Germain depois do massacre por 4 x 0 sobre a Dinamarca.
OURO SEM LEVAR GOL
A campanha da Argentina em Atenas-2004
» Fase de grupos
Argentina 6 x 0 Sérvia e Montenegro
Argentina 2 x 0 Tunísia
Argentina 1 x 0 Austrália
» Quartas de final
Argentina 4 x 0 Costa Rica
» Semifinais
Itália 0 x 3 Argentina
» Final
Argentina 1 x 0 Paraguai