54694932687_1c50ed2cec_c Marta entrou aos 37 da etapa final do tempo regulamentar para mudar a final. Foto: Lívia Villas Boas / CBF Marta entrou aos 37 minutos da etapa final do tempo regulamentar para mudar a final. Foto: Lívia Villas Boas / CBF

Marta devolve magia à camisa 10 do Brasil na conquista da Copa América

Publicado em Esporte

Marta jamais conquistou a Copa do Mundo Feminina e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Azar desses dois eventos! Sorte da Copa América tê-la no degrau mais alto do pódio pela quarta vez na noite deste sábado na conquista nos pênaltis por 5 x 4 contra a Colômbia depois do empate por 3 x 3 no tempo regulamentar e por 1 x 1 na prorrogação.

 

O jogo foi às últimas consequências por causa de Marta. Aos 39 anos, a alagoana de Dois Riachos devolveu magia à camisa 10 do Brasil. O gol dela no último minuto da etapa final lembrou Adriano na decisão da Copa América Masculina de 2004 contra a Argentina.

 

O Imperador acertou um chutaço no último lance e forçou os pênaltis. Marta também. Que pintura a finalização de fora da área. Só deu tempo de a Rainha comemorar e a árbitra chilena Dione Rissios encerrar o tempo regulamentar do insano empate por 3 x 3.

 

Foram mais de duas horas de jogo na altitude de 2.850m de Quito. Não faltou oxigênio no pulmão de Marta. Ela havia entrado aos 37 minutos do segundo tempo no lugar de Gio Garbellini. Estava com o tanque cheio de combustível para comandar a reação.

 

O nono título poderia ter sido assinado por Marta na prorrogação. Impressionante o peso da experiência na carreira dela. A bola foi passando de pé em pé. Começou com Isa Haas, chegou a Amanda Gutierres, dela para Yasmin, finalmente a Angelina e o lançamento perfeito para a camisa 10 se apresentar dentro da pequena área na função de camisa 9.

 

A cobrança de falta belíssima de Leicy Santos adiou o heroísmo de Marta para a decisão por pênaltis e quase a transformou em vilã. A camisa 10 teve a cobrança do título no pé, mas a goleira Tapia salvou o primeiro match point e frustrou a jogadora eleita seis vezes melhor do mundo. A caminhada de Marta da marca da cal até o meio de campo foi longa.

 

“Eu estava ali pedindo a Deus que não que não me castigasse tanto, porque entrar no jogo como estava, ser agraciada com o gol de empate, depois mais um gol, a gente acabou dando um vacilo nos últimos minutos e elas empataram. Eu voltei depois da cobrança de pênalti muito abalada. Elas não me deixaram abalar sempre acreditando, sempre confiando que a gente iria conseguir, sempre confiando que a Lorena ia pegar os pênaltis. O nosso objetivo maior, sem dúvida, é ver o futebol brasileiro e sul-americano brilhando cada vez mais”, testemunhou Marta em entrevista ao SporTV depois da conquista.

 

À frente do 0 aparece o 1 na camisa 10. Número 1 de anjo da guarda. Lorena viu a cobrança de Pavi para fora. Defendeu a de Leicy e a última, de Carabalí, e finalmente consolidou-se como heroína do título ao lado de Marta na noite sobrenatural do nono título do Brasil em 10 edições da Copa América. Lorena e Marta fizeram a magia acontecer em uma partida que poderia ter Linda Caicedo como protagonista. Como jogou bola a craque da Colômbia!

 

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