Marcos Rocha por Róger Guedes: Atlético-MG e Palmeiras trocam dois fios desencapados

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O troca-troca envolvendo Marcos Rocha e Róger Guedes é uma “gambiarra” que promete fortes emoções dentro de campo e nos vestiários do Palmeiras e do Atlético-MG. Ambos são bons jogadores, mas nenhum dos dois aceita levar desaforo para casa. São fios desencapados O lateral-direito, que trabalhará com Roger Machado na Academia, esteve na berlinda várias vezes no Galo. Chamou Cuca de burro, criticou Fred e até chamou atacantes do time de individualistas. O atacante, nem se fala. A nova ferramenta de Oswaldo de Oliveira não gostou de ser mandado para o banco do Palmeiras por Eduardo Baptista e foi chamado até de moleque por Felipe Melo.

Marcos Rocha é um bom lateral. Na minha opinião, um dos melhores em atividade no país. Mas é pavio curto. Aliás, de pavio curto, o Palmeiras está cheio. O reforço alviverde é aquele que deixou o campo na semifinal do Mundial de Clubes da Fifa de 2013 dizendo assim para o técnico Cuca ao ser substituído por  Luan: “Burro pra c… Vai tomar no…”.

O lateral disputava com Daniel Alves e Maicon um lugar na Copa de 2014. Luiz Felipe Scolari desistiu dele justamente por não tolerar insubordinação. Havia testado o jogador nos amistosos contra o Chile (Mineirão) e a Austrália (Brasília. Felipão agiu com Marcos Rocha da mesma forma que castigou Djalminha na lista final de 2002. O então jogador do Deportivo La Coruña deu cabeçada no técnico Javier Irureta.

O desdobramento da treta de Marcos Rocha com Cuca foi o seguinte: o então presidente Alexandre Kalil puniu o jogador. Eliminado nas semifinais do Mundial de Clubes pelo Raja Casablanca, Cuca arrumou as malas para encher os cofres no futebol chinês.

Marcos Rocha não tem medo de medalhão. No primeiro clássico do ano pelo Campeonato Mineiro, criticou abertamente a expulsão do centroavante Fred contra o Cruzeiro. O camisa 9 deu um soco no zagueiro Manoel. “O Fred, pela sua experiência, não pode cometer esses erros”, reclamou na época.  Em julho, no empate por 1 x 1 com o Botafogo pelo Campeonato Brasileiro, chamou os atacantes do time de individualistas ao deixar o campo. O ataque era formado por Robinho e Fred.

Dentro das quatro linhas, Marcos Rocha é uma ótima ferramenta. Os prêmios individuais respondem por si só. Recebeu a Bola de Prata da revista Placar em 2012 e em 2014. Além disso, dos últimos sete prêmios de Craque do Brasileirão da CBF, só não figurou na seleção do campeonato em 2016 e em 2017. Esteve em todas de 2012 a 2015.

No Palmeiras, Róger Guedes tinha fama de fominha e indisciplinado entre os companheiros. Chegou a peitar o técnico Eduardo Baptista ao não aceitar a reserva e ouviu do treinador que não precisava explicar as suas decisões a nenhum jogador.

Eduardo Baptista mandou Róger Guedes pedir desculpas ao elenco e não foi atendido. Não tolerou trote dos colegas no time e reagiu com agressividade. Foi até repreendido veementemente pelo volante Felipe Melo: “P… Assim fica difícil, meu irmão. Tá falando pra c… Me respeita, p… Você é moleque, me respeita, p”. Róger Guedes estava tão sem clima no Palmeiras que nem seus gols e assistências eram festejados pelos “companheiros”.

A coleção de polêmicas fez com que Róger Guedes virasse moeda de troca do Palmeiras. A primeira tentativa foi mandá-lo para o Fluminense em uma tentativa de ter Richarlison, que acabou sendo negociado pelo tricolor carioca com o Watford, da primeira divisão inglesa.

Dentro das quatro linhas, Róger Guedes pode oferecer ao técnico Oswaldo de Oliveira o que fez Cuquinha, irmão de Cuca, indicá-lo ao Palmeiras em 2016: capacidade de marcar com intensidade a saída de bola adversária, de acompanhar o lateral e puxar contra-ataques com velocidade. Ele foi peça importantíssima na conquista do Brasileirão no ano passado.

Marcos Paulo Lima

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