Luís Castro não é o primeiro nem será o último técnico líder do Campeonato Brasileiro a deixar a possibilidade de conquistar o título para trás. Na era dos pontos corridos, Mano Menezes e Eduardo Coudet abriram mão dessa possibilidade em troca de ofertas mais sedutoras.
Em 2010, Mano Menezes comandava o Corinthians. A Seleção Brasileira havia sido eliminada pela Holanda nas quartas de final da Copa do Mundo. Dunga foi demitido pelo então presidente Ricardo Teixeira. O cartola da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mirou em Muricy Ramalho. O treinador do Fluminense acumulava três títulos consecutivos da Série A pelo São Paulo de 2006 a 2008, brigou pelo título em 2009 com o Palmeiras e estava no Fluminense.
Procurado por Ricardo Teixeira, Muricy Ramalho preferiu cumprir o contrato com o Tricolor das Laranjeiras e obrigou o dirigente a recorrer a um Plano B. Mano Menezes liderava o Campeonato Brasileiro quando topou deixar o time paulista para assumir a Seleção Brasileira. Depois de recusar a oferta, Muricy Ramalho levou o Fluminense ao título brasileiro naquela temporada.
Na temporada de 2020, Eduardo Coudet fazia bela campanha com o Internacional no primeiro turno. Brilhava dentro das quatro linhas, mas travava batalhas internamente com a diretoria do Internacional. O desgasta na relação foi a gota d’água para o argentino aceitar a proposta do Celta de Vigo para trabalhar na primeira divisão de LaLiga, o Campeonato Espanhol. Abel Braga herdou a prancheta e conduziu o Colorado ao vice-campeonato. O Flamengo levou o título.
Ao aceitar a oferta do Al Nassr, Luís Castro deixa um Botafogo líder disparado do Campeonato Brasileiro com sete pontos de vantagem sobre o Grêmio. Deixa como legado um time estruturado tecnicamente, taticamente e mentalmente para a sequência na competição e desafia o mecenas John Textor a tomar uma decisão cirúrgica na escolha do sucessor.
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