Linha de três na defesa: a coincidência nas vitórias de Arsenal e Inter

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As vitórias do Arsenal e da Internazionale nos jogos de ida da abertura das quartas de final da Champions League marcaram posição de dois modelos de jogo. Embora o sistema tático do time inglês seja o 4-3-3, Mikel Arteta engoliu o Real Madrid por 3 x 0 no 3-2-5. Consolidada no 3-5-2, a Internazionale abriu 2 x 1 contra o Bayern de Munique fiel ao estilo de Simone Inzaghi. O técnico italiano potencializou o ala esquerdo Carlos Augusto. Convocado na Era Fernando Diniz — e esquecido por Dorival Júnior — o brasileiro de 26 anos participou dos dois gols. O segundo com assistência da cria do Corinthians.

Em Londres, o Arsenal parecia configurado no 4-3-3. Na prática, a distribuição era com linha de três na defesa. Timber, Saliba e Kiwior firmavam o trio. À frente deles, Partey ganhava companhia de Miles Lewis-Skelly no centro. No ataque, uma extrema mobilidade, intensidade e roubadas de bola a exaustão em uma rotação frenética de Saka, Odegaard, Gabriel Martinelli, Declan Rice e Merino no papel de falso nove.

Quem não acha o rival na marcação chega atrasado ou comete faltas desnecessárias. O Arsenal sobrecarregou Camavinga, Modric e principalmente Alaba. Para completar, Declan Rice estava em uma noite inspirada. Jamais havia feito gol de falta e marcou logo dois. Não vi culpa de Courtois. Foram cobranças mágicas. Merino consolidou a vantagem imensa de 3 x 0.

O Arsenal jamais foi eliminado depois de vencer a primeira partida por 3 x 0. O Real Madrid fez a proeza de virar na Copa da Uefa, atual Liga Europa, em 1986 contra o Borussia Monchengladbach. Na Liga dos Campeões faz 50 anos contra o inglês Derby County.

Palco da final da Liga dos Campeões neste ano, o Allianz Arena testemunhou uma Internazionale fiel a um estilo. Simone Inzaghi joga no 3-5-2 e raramente abre mão desse modelo. Foi a campo assim na final de 2022/23 contra o Manchester City. Perdeu por 1 x 0. E daí? O técnico italiano não abre mão da convicção.

Sistema consolidado facilita a vida de jogadores medianos. Você lembra do Carlos Augusto? O lateral-esquerdo foi convocado pela Seleção na Era Fernando Diniz e caiu no esquecimento. Ele foi o atalho para o triunfo da Internazionale.

No primeiro lance, Bastoni aciona o ala Carlos Augusto na esquerda. Ele cruza para a área, o francês Thuram dá um passo cinematográfico e o argentino Lautaro Martínez finaliza de trivela apresentando candidatura a melhor do mundo.

O segundo gol é outra trama coletiva. Começa nos pés de Sommer, passa pelos pés de Barella e Lautaro Martínez, chega a Carlos Augusto e o brasileiro serve Frattesi, autor do gol da vitória depois de Thomas Müller diminuir o placar.

Quem tirou conclusões precipitadas sobre o lateral Carlos Augusto contra o Uruguai e a Argentina, em 2023, deveria dar uma espiada com lupa na exibição individual e coletiva dele contra o Bayern de Munique. Um time organizado eleva o nível de jovens como Carlos Augusto. Ele tem apenas 26 anos.

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Marcos Paulo Lima

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