Liga dos Campeões da Europa pode ter pela primeira vez final entre dois técnicos sul-americanos

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Está nas mãos, ou melhor, na prancheta do técnico Manuel Pellegrini, do Manchester City, um feito pra lá de histórico na Liga dos Campeões da Europa. Se o chileno que quase levou o modesto Villarreal à decisão de 2006 superar o fantasma do pênalti desperdiçado por Riquelme naquela semifinal diante do Arsenal, e classificar o time inglês para a decisão de 28 de maio, no San Siro, contra o Atlético de Madri, o torneio de clubes mais importante do planeta terá pela primeira vez uma final entre dois treinadores sul-americanos. O argentino Diego Simeone está garantido em Milão. Resta saber se enfrentará Manuel Pellegrini ou o francês Zinedine Zidane.

A final não é novidade para Diego Simeone. Em 2014, o hermano decidiu o título contra o italiano Carlo Ancelotti. Estava com a mão na taça quando Sergio Ramos fez um gol de cabeça em Lisboa, forçou a prorrogação e ajudou o Real Madrid a triturar o arquirrival Atlético. Se a decisão se repetir, Manuel Pellegrini e Diego Simeone serão os protagonistas da primeira decisão entre técnicos nascidos em países da América do Sul.

Ao longo da história, vários treinadores do nosso continente cruzaram o Oceano Atlântico e levaram clubes à final da Liga dos Campeões da Europa. Um deles inclusive chileno, como Manuel Pellegrini. Na temporada de 1962/1963, por exemplo, Fernando Riera Bauza levou o Benfica à final contra o Milan, mas perdeu por 2 x 1. O Brasil chegou à decisão com Otto Glória em 1967/1968. Perdeu para o Manchester United por 4 x 1.

Alguns compatriotas do argentino Diego Simeone tiverem melhor sorte. Luis Antonio Carniglia brindou o Real Madrid com os títulos de de 1957/1958 e de 1958/1959 em cima do Milan e do Stade de Reims, respectivamente. Helenio Herrera deu à Internazionale os títulos consecutivos de 1963/1964 e de 1964/1965. Uma diante do Real Madrid e outra contra o Benfica. Helenio Herrera também foi vice-campeão em 1966/1967, diante do Celtic, da Escócia. Juan Carlos Lorenzo comandou o Atlético de Madrid na derrota para o Bayern de Munique em 1973/1974. Com o Valencia, Héctor Cúper perdeu a taça de 2000/2001 para o clube alemão.

É incrível a inversão de valores. Nenhum técnico sul-americano foi capaz de ganhar a Copa do Mundo nas últimas três edições. Alejandro Sabella bateu na trave com a Argentina em 2014. Em contrapartida, a América do Sul vê Diego Simeone na final da Liga dos Campeões da Europa pela segunda vez em quatro anos. Mais do que isso: está a um jogo de testemunhar a histórica decisão entre um argentino e um chileno em 28 de maio. Ou será contra um francês?

Marcos Paulo Lima

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