Luxemburgo demitido Luxemburgo é o terceiro ex-técnico da Seleção seguido demitido pelo Palmeiras. Foto: Cesar Greco/Palmeiras Luxemburgo é o terceiro ex-técnico de Seleção seguido demitido pelo Palmeiras. Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Jurassic Park: Palmeiras vira “cemitério dos dinossauros” que foram técnicos da Seleção

Publicado em Esporte

O Allianz Parque virou Jurassic Park. O que os “dinossauros” Luiz Felipe Scolari, Mano Menezes e Vanderlei Luxemburgo têm em comum? Três ex-técnicos da Seleção demitidos recentemente pelo Palmeiras. Um atrás do outro. Mais: nenhum deles aceita a crítica de que alguns treinadores brasileiros precisam de atualização. Ou não? Os três melhores desta Série A são: o argentino Jorge Sampaoli (Atlético-MG), o compatriota dele Eduardo Coudet (Internacional) e o espanhol Domènec Torrent (Flamengo). Enquanto isso, Felipão, Mano e Luxemburgo seguem pensando futebol e montando times como nos saudosos tempos mais vitoriosos das respectivas carreiras. Continuam fazendo a mesma coisa várias vezes por onde andam esperando resultado diferente. A fórmula simplesmente não funciona mais.

Felipão pode se gabar de ter acrescentado o título brasileiro de 2018 à sala de troféus do Palmeiras. Verdade. Porém, o time ficou estagnado no ano passado. Não se reinventou. Mano Menezes nada ganhou na passagem relâmpago pelo cargo Em 2019. Por sinal, ambos foram demitidos depois de derrotas para Jorge Jesus. Em vez de aprender com o que o português fazia no Flamengo, sentiam ciúmes. Vanderlei Luxemburgo é o maior crítico do lusitano. Alfinetou o colega até mesmo quando Jesus decidiu trocar o time carioca pelo Benfica.

Escrevi aqui no blog que a invencibilidade do Palmeiras na temporada era enganosa. Comparei, inclusive, com a série sem derrotas à frente do Flamengo de Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves e Deivid na temporada de 2011. Ganhou o Carioca invicto e fracassou na Copa do Brasil e no Brasileirão. Liderou a Série A em apenas uma rodada. Sem ambição, a equipe rubro-negra suou um litro para obter vaga na Pré-Libertadores de 2012. O Palmeiras trilhava o mesmo caminho. Passou 20 jogos invicto, 12 deles no Brasileirão, mas quando a casa caiu, o Palmeiras amargou um revés atrás do outro. Foi presa fácil para Botafogo, São Paulo e Coritiba. Poderia ter saído depois do empate por 1 x 1 com o time sub-20 do Flamengo, no Allianz Parque, mas resistiu.

Refém de algumas convicções retrógradas, Luxemburgo começou a ser demitido quando foi a público pedir reforços. Sem quer, ou querendo, passou a mensagem de que o grupo caríssimo não estava à altura dos planos dele. Reclamou que o time tem muitos garotos. Perdeu  o rumo de vez ao afirmar que era criticado, mas vencia jogando feio; e que, na tentativa de agradar quem o atacava, arriscou ser mais ofensivo e começou a perder.

Luxemburgo foi vítima da própria língua. A exibição horripilante contra o Coritiba foi o fim da linha. Não há nem como exaltar o título paulista. Lembram? O Palmeiras precisou da decisão por pênaltis para superar o fragilizado arquirrival Corinthians. A quinta passagem pelo cargo poderia ter acabado naquela partida. Eficiente nos pênaltis, adiou a saída do clube.

Curiosamente, Luxemburgo pode trocar um Palestra por outro. O Cruzeiro ouviu não de Lisca, Felipão e Umberto Louzer. Precisa urgentemente de alguém que tope a missão de devolver o time à primeira divisão para evitar vexame em 2021, ano do centenário celeste. O treinador mais vitorioso da história do Brasileirão não disputa a Série B desde que alçou o Bragantino à elite, em 1989. Lá se vão 31 anos. Há oportunidades, também, na Série A. O Botafogo é liderado por Bruno Lazaroni. O Atlético-GO perdeu Vágner Mancini para o Corinthians. O Athletico-PR continua sob a batuta do interino Eduardo Barros.

Quanto ao Palmeiras, a diretoria não pode falhar mais do que errou no começo do ano. Sonhou com Jorge Sampaoli, recusou-se a atender os caprichos do argentino e acertou com Vanderlei Luxemburgo. Um baita “case de insucesso” na história centenária do clube que virou cemitério dos ex-treinadores da Seleção Brasileira.

 

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