Na última sexta-feira (29), o blog informou após uma entrevista com o preparador físico Carlos Eduardo Velasco, que o braço direito de Reinaldo Rueda trabalha com a hipótese de o treinador permanecer no Flamengo e até já planejou a temporada do Flamengo. No mesmo post, o blog mostrou também que a convicção da Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile (ANFP) na contratação do treinador está abalada por pelo menos três motivos: a fidelidade do colombiano aos seus contratos, uma reviravolta ocorrida em 2016, quando o Paraguai tentou tirá-lo do Atlético Nacional; e a obsessão de Rueda por voltar a comandar a Colômbia após a Copa de 2018. A imprensa chilena admite que realmente o jogo pode estar virando…
Na edição deste domingo (31), o caderno Deportes do jornal chileno La Tercera conta com detalhes numa matéria assinada por Cristian Barrera que a negociação teria emperrado e o presidente Arturo Salah está inquieto. Segundo a publicação, o último contato entre a ANFP e os representantes de Reinaldo Rueda teria acontecido na última quarta-feira, quando o agente do técnico apresentou uma contraproposta, que foi rejeitada por Salah. Desde então, segundo o jornal, reina o silêncio. Além do interesse de Chile, Equador e Colômbia no profissional, a entrada do Uruguai no circuito para que ele assuma o cargo de Oscar Washington Tabárez após a Copa da Rússia fortalece a possibilidade de Rueda não assumir La Roja.
Segundo o La Tercera, a ANFP oferece salário de US$ 2 milhões a Reinaldo Rueda e sugere que ele pague a multa rescisória com o Flamengo. O estafe do colombiano teria considerado a oferta muito baixa e disse não. Arturo Salah também teria se recusado a bancar a indenização de US$ 325 mil ao rubro-negro carioca a partir de 1º de janeiro. A contraposta do treinador teria sido um salário de US$ 3,5 milhões. A ANFP rejeitou.
Reinaldo Rueda tem histórico de cumprir contratos. A última vez que quebrou um acordo aconteceu em 2002, quando trocou o Independiente Medellín por uma proposta para assumir a seleção sub-20 da Colômbia. Desde então, sempre honrou sua palavra e assinatura.
Como mostrou o blog na última sexta, uma possível reviravolta na negociação entre o Chile e Rueda não seria novidade. No ano passado, o presidente da Associação Paraguaia de Futebol (APF), Robert Harrison, demitiu Ramón Díaz e foi pessoalmente até Medellín apresentar uma proposta para o colombiano assumir o Paraguai. O Atlético Nacional havia acabado de conquistar o título da Copa Libertadores da América. O cartola retornou da viagem convicto de que anunciaria Rueda como novo técnico do Paraguai. Mas, para sua surpresa, o colombiano recuou. Optou por permanecer no Atlético Nacional para o Mundial de Clubes da Fifa.
Robert Harrison ficou desapontado. “Estou decepcionado. Eu só esperava saber de Rueda o dia que chegaria em Assunção. Fiquei surpreso com a sua decisão. Esperava mais dele. Faltou respeito a mim e à seleção do Paraguai”, reclamou o mandatário da APF. Com a negativa, Francisco Arce assumiu o cargo.
A justificativa de Reinaldo Rueda para não aceitar a oferta do Paraguai foi justamente o respeito aos acordos que assina. “Estou comprometido contratualmente. Não foi fácil dizer não. O projeto esportivo era muito atraente e a oferta generosa”, disse o treinador, ao preferir permanecer no Atlético Nacional. Curiosamente, o presidente da ANFP, Arturo Salah, já fez exatamente os mesmos procedimentos de Robert Harrison. Aguarda apenas o sim de Rueda.