Gramado A imagem do manifesto está sendo publicada nas redes sociais pelos principais jogadores do país A imagem do manifesto está sendo publicada nas redes sociais pelos principais jogadores do país

Neymar, Gabigol e companhia viralizam protesto contra gramado sintético

Publicado em Esporte

Dois dias depois de Oscar e Lucas Moura pedirem para serem poupados contra o Palmeiras no clássico do último domingo pelo Campeonato Paulista no gramado sintético do Allianz Parque, os principais jogadores do país deram início a um manifesto nas redes sociais a favor de partidas de futebol em pisos naturais no futebol brasileiro.

 

Ídolo do Cruzeiro, Gabriel Barbosa foi o primeiro a publicar. Logo em seguida, Neymar divulgou o texto nas redes sociais contra o tapete usado em estádios como Allianz Parque, Nilton Santos, Arena da Baixada e, em breve, na Arena MRV, residência do Galo. Reinaugurado recentemente, o Pacaembu também colocou chão artificial para as partidas. O Santos pretendia mandar partidas na tradicional arena, mas recuou depois do retorno de Neymar ao clube temendo possíveis lesões no camisa 10 de 33 anos.

 

A decisão sobre a manutenção ou não desse tipo de piso no Campeonato Brasileiro é tomada pelos presidentes dos clubes no Conselho Técnico convocado anualmente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A maioria deles, com raras exceções, como Pedrinho do Vasco, jogaram futebol profissionalmente.

 

A Fifa permite o uso de gramados artificiais, desde que as arenas cumpram regras específicas de qualidade. A entidade máxima, no entanto, exige gramado natural ou no mínimo híbrido na principal competição dela, a Copa do Mundo. A CBF autoriza no Brasileirão, mas só manda jogos da Seleção em  campos naturais. No ano passado, preferiu o velho Couto Pereira à moderna Ligga Arena, um dos 12 estádios da Copa de 2014, porque a casa do Athletico-PR tem grama sintética.

 

No ano passado, alguns clubes tentaram colocar em votação o veto total ao uso de gramados sintéticos no Conselho Técnico. O presidente Ednaldo Rodrigues teria resistido sob o argumento de que faltava um mês para o início da Série A. Para amenizar o debate, ficou definido que os clubes visitantes teriam direito a um treinamento no gramado na véspera da partida.

 

Thiago Silva (Fluminense), Philippe Coutinho (Vasco), Alan Patrick (Internacional), Lucas Moura (São Paulo) e outros figurões dos principais times do Brasil aderiram e viralizaram o movimento. Em 2023, o centroavante uruguaio Luis Suárez se protegeu no contrato com o Grêmio e não disputava partidas em carpetes artificiais.

 

Um Pesquisão realizado pelo portal UOL em 2024 com jogadores profissionais de futebol aferiu que 71,8% não são a favor deste tipo de gramado. Somente 28,2% aprovam o gramado artificial. A pergunta do levantamento era: “Você é a favor da grama sintética?”.

 

O Palmeiras se manifestou oficialmente sobre a polêmica. “Não há qualquer comprovação científica de que o risco de lesão aumenta em grama sintética. Pelo contrário: estudo aponta que a incidência em campos artificiais é menor que em campos naturais”, diz a nota. “O clube respeita a opinião dos atletas que manifestaram preferência por campos de grama natural e considera urgente o debate sobre a qualidade dos gramados do futebol brasileiro; este problema, contudo, não será solucionado com críticas rasas e sem base científica”,  acrescenta.

 

Veja o que diz o texto viralizado pelos jogadores nas redes sociais:

 

Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos.

 

Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim.

 

Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste.

 

Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam.

 

FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!

#NãoaoGramadoSintético

 

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