Ao anunciar na Assembleia Geral desta sexta-feira a intenção de construir uma arena particular no Paraguai, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) causou um choque de realidade em nove dos 10 países filiados: é preciso modernizar os estádios.
Anfitrião da Copa de 2014 com 12 praças zeradas, sem contar as casas novas de Palmeiras, Grêmio e em breve Atlético-MG, o Brasil destoa na comparação com os vizinhos. Recebe os vizinhos em estádios de ponta e viaja para atuar em Atenas velhas e maltratados. O presidente Alejandro Domínguez indica nas entrelinhas a necessidade de um mutirão a fim de transformar a América do Sul em um canteiro de obras para a construção de canchas com padrão Fifa.
Há poucos estádios modernos no continente. Referências históricas como o Centenário (Montevidéu), Monumental de Núñez (Buenos Aires), Defensores del Chaco (Assunção) e Nacional (Santiago) passaram por retoques, mas nenhuma atingiu o padrão de excelência das construções lançadas pelo Brasil para a Copa de 2014. Com raras exceções como o Estádio Unico de La Plata é o Madre de Ciudades, ambas na Argentina, e o Campeon del Siglo (Uruguai), as instalações são antigas.
Em 2021, por exemplo, a Conmebol investiu pesado na adaptação do Centenário para as decisões da Sul-Americana e da Libertadores. O investimento da entidade à época foi estimado em US$ 2 milhões na tentativa de deixar o palco da final da primeira Copa do Mundo, em 1930, minimamente apta a oferecer conforto aos times e aos torcedores.
O gasto com as finais únicas da Libertadores realizadas fora do Brasil são maiores. Em 2019, a decisão teve de sair do Nacional de Santiago para o Monumental de Lima devido aos problemas internos no Chile. Em 2020 e em 2021, os prejuízos foram causados pela pandemia do novo coronavírus. A entidade novamente investiu em melhorias na arena do Barcelona de Guayaquil, no Equador, palco da decisão de 2022 entre Flamengo e Athletico-PR.
A construção do estádio próprio da Conmebol no Paraguai resolveria dois problemas: as finais dos principais torneios da entidade poderiam ser em um estádio moderno. Paralelamente, a arena seria um dos palcos da prioridade da entidade: o projeto da América do Sul de receber a edição centenária da Copa do Mundo, em 1930. Há um combo de candidatos formado por Argentina, Chile, Colômbia e Paraguai. O orçamento da Conmebol para 2023 aprovado na Assembleia desta sexta prevê aplicação de US$ 50 milhões (cerca de R$ 250 milhões) no inío das obras. Pô
O projeto conjunto original para a América do Sul receber a Copa de 2030 tem 18 estádios. A nova arena, no Paraguai, com capacidade para 45 mil lugares reversível para 60 mil caso o continente seja eleito pela Fifa será uma delas. A sede da edição centenária do Mundial será definida em setembro de 2024. Além do combo sul-americano, há um ibérico-africano de Espanha, Portugal e Marrocos. Arábia Saudita, Egito e Grécia ensaiam participar.
Arenas candidatas à Copa 2030
Argentina
- Monumental de Núñez – 83 mil pessoas
- Libertadores de América – 48 mil pessoas
- Mario Alberto Kempes – 57 mil pessoas
- Estádio Único – 53 mil pessoas
- El Cilindro – 42 mil pessoas
- Malvinas Argentinas – 42 mil pessoas
- Madre de Ciudades – 30 mil pessoas
Chile
- Estádio Nacional – 48 mil pessoas
- Estádio Monumental – 43 mil pessoas
- Estádio Ester Roa – 33 mil pessoas
Paraguai
- Estádio CONMEBOL – 60 mil pessoas
- Defensores del Chaco – 45 mil pessoas
- Villa Alegre – 45 mil pessoas
- General Pablo Rojas – 45 mil pessoas
- Antonio Aranda – 28 mil pessoas
Uruguai
- Estádio Centenário – 60 mil pessoas
- Campeón Del Siglo – 45 mil pessoas
- Gran Parque Central – 35 mil pessoas
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