Internacional Valencia agrade assistência de Wanderson no lance do primeiro gol. Foto: Silvio Avila/AFP Valencia agrade assistência de Wanderson no lance do primeiro gol. Foto: Silvio Avila/AFP

Internacional cura traumas de Valencia em mata-matas da Libertadores

Publicado em Esporte

Enner Valencia teve dois sonhos interrompidos por times brasileiros em participações na Libertadores. Antes de fechar com o Internacional, o centroavante equatoriano esteve duas vezes no mata-mata do torneio continental, ambos com a camisa do Emelec.

 

Em 2012, Valencia alcançou as oitavas de final contra o Corinthians. O time de Guayaquil não foi páreo para o time de Tite. Foi eliminado por 3 x 0 no placar agregado. O jovem atacante tinha 22 anos. Uma promessa incapaz de incomodar o time brasileiro.

 

Na temporada seguinte, lá estava Valencia novamente com a camisa do Emelec nas oitavas de final da Libertadores. A meta de ir além novamente foi interrompida por um adversário brasileiro. O time de Abel Braga cancelou o adversário no mata-mata.

 

Valencia provavelmente aprendeu o ditado: se não podes vencê-los, junta-te a eles. O atacante jamais havia balançado a rede na Libertadores. Desencantou com a camisa de um time brasileiro. Foi um dos protagonistas da classificação épica contra o River Plate nas oitavas de final, no Beira-Rio. Quem jamais havia passado das oitavas estava nas quartas.

 

Superado o trauma, veio as quartas de final contra o Bolívar, Um passe decisivo de Alan Patrick na altitude de 3.600m de La Paz e a finalização impecável encaminharam a classificação. A vaga às semifinais foi consolidada com mais dois gols do equatoriano aliado da equipe brasileira. Um com assistência de Wanderson e outro graças a Alan Patrick.

 

O camisa 13 do Internacional é apenas um dos responsáveis pela manutenção do Inter na disputa pelo tricampeonato da Libertadores. Há outros dois. Como Alan Patrick esta´jogando bola. Assumiu definitivamente o papel de garçom do Valencia. Foi assim contra o River e duas vezes no duelo com o Bolívar. Há sintonia fina entre eles.

 

Encerro destacando o papel do goleiro Rochet. Quem o contratou teve olhos de lince. O uruguaio conquistou o coração da torcida colorada na decisão por pênaltis contra o River Plate e entrou de vez na mente da torcida ao fechar o gol, em La Paz, e defender pênalti nesta terça-feira. Rochet, Alan Patrick e Valencia candidatam o Internacional ao título.

 

Autor do gol da vitória por 1 x 0 sobre o Bolívar na altitude boliviana, pela rodada de ida das quartas de final da Libertadores, Enner Valencia mostrou mais uma vez seu poder de decisão, na noite desta terça-feira. Agora no Beira-Rio, marcou dois gols e garantiu ao Internacional uma vitória por 2 x 0 no jogo de volta, também marcado por um momento de brilho do goleiro Rochet, que defendeu um pênalti nos minutos finais.

 

Os feitos do equatoriano e do uruguaio mantêm o Inter invicto como mandante na Libertadores e devolvem o time a uma semifinal do torneio após um hiato de oito anos. A última participação colorada em tal fase foi em 2015, ano em que perdeu a vaga na final para o Tigres, do México, vice-campeão para o River Plate naquela edição do torneio. O próximo adversário do clube gaúcho será o vencedor do duelo entre Olimpia e Fluminense, que se enfrentam na quarta-feira. Os tricolores venceram o primeiro jogo, no Rio, por 2 x 0.

 

O Inter mostrou rapidamente ao Bolívar o motivo da invencibilidade como mandante e converteu seu primeiro lance de perigo na partida em gol, ainda aos dez minutos. No lance, Enner Valencia recebeu cruzamento rasteiro de Wanderson e bateu firme para colocar na rede. Em desvantagem, o time boliviano passou a se esforçar no campo de ataque. A postura, contudo, pouco rendeu em termos de criação ofensiva e serviu mais para dar boas oportunidades de contra-ataque aos colorados.

 

Valencia chegou a balançar a rede novamente no desfecho de um dos contragolpes gaúchos, mas o gol foi anulado porque ele recebeu a bola em condição irregular. A sequência do primeiro tempo foi de pouco brilho e muita segurança para o time de Coudet, que levou pouquíssimos sustos e saiu do gramado para o intervalo com um pé nas semifinais. Antes disso, houve uma paralisação nos minutos finais do primeiro tempo porque o gás de pimenta utilizado pela polícia para dispersar uma confusão fora do estádio foi sentido do lado de dentro, até pelos jogadores.

 

Ao voltar para o segundo tempo, o Inter resolveu se arriscar mais para ampliar a vantagem e ficar ainda mais confortável. Maurício e Alan Patrick tiveram finalizações perigosas, mas a rede só voltou a ser balançada quando a finalização saiu dos pés do decisivo Valencia. Dessa Vez, aos 12 minutos, o equatoriano invadiu a área pela direita, limpou a marcação e bateu forte para acertar o canto esquerdo do goleiro.

 

O único momento de apreensão vivido pela torcida colorada foi quando o árbitro marcou pênalti a favor do Bolívar, após toque de mão de Nico Hernández dentro da área. Foi a oportunidade para Rochet participar da festa. O goleiro uruguaio pulou no canto certo e agarrou a cobrança de Ronnie Fernandéz para a alegria dos torcedores presentes no Beira-Rio, quem, a partir desse momento, com pouco menos de dez minutos de jogo pela frente, comemoraram convictos a classificação.

 

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