New Jersey — As duas rodadas da fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes da Fifa testaram o apego dos técnicos Filipe Luís e Renato Gaúcho aos astros da companhia e deram lições duríssimas aos maestros e aos centroavantes do Flamengo e do Fluminense aqui nos Estados Unidos.
Há uma coincidência nos bons resultados dos dois times cariocas: a necessidade de os treinadores renunciarem a Arrascaeta, Pedro, Paulo Henrique Ganso e Cano em busca do resultado. O futebol moderno castiga os camisas 10 e 9 em busca da rotação e da intensidade necessárias em jogos de alta performance como a da nova Copa da Fifa.
O Flamengo vencia o Espérance por 1 x 0 na estreia. O time da Tunísia colocava as unhas de fora quanto o técnico rubro-negro interpretou a necessidade de mudança para deixar a equipe com mais mobilidade. Trocou o centroavante Pedro por Bruno Henrique. Sem referência no ataque, a equipe marca o segundo com passe de Jorginho para Luiz Araújo na primeira exibição na Copa
Pedro não começou a partida contra o Chelsea. Ele sequer foi utilizado na partida. O meia Arrascaeta, sim. A virada contra o time londrino começa novamente com Filipe Luís cortando na própria carne. O uruguaio não jogava bem e o treinador tirou o camisa 10 de campo para a entrada de Bruno Henrique. O atacante empata o jogo e dá assistência para o zagueiro Danilo no lance da virada por 3 x 1 na Philadelphia. Pedro sequer entrou em campo. Ao notar a exigência do jogo, Filipe Luís apostou na juventude de Wallace Yan em vez da experiência do nove titular. O combate demandava fôlego.
Os confrontos táticos, ou seja, no campo das ideias, exigiam esse tipo de mudança. O treinador rubro-negro não somente entendeu como mostrou desapego. Arrascaeta é o artilheiro do Flamengo na temporada com 13 gols. Pedro é simplesmente Pedro. Até que se prove o contrário, os dois craques da companhia compreenderam a necessidade.
Renato Gaúcho passou pela mesma situação no Fluminense. Por que o tricolor fez uma bela exibição contra o Borussia Dortmund na estreia? Paulo Henrique Ganso não estava em campo justamente porque a demanda da partida era por intensidade. Cano entrou no fim da partida no lugar de Everaldo.
Na partida contra o Ulsan, a história da virada começa com a saída de Ganso e a entrada de Everaldo no lugar de Paulo Henrique Ganso no intervalo. O Fluminense volta a ter um jogador a mais para competir com um time forte taticamente e fisicamente.
O nível de dificuldade dos jogos aumentará na fase eliminatória do torneio. Consequentemente, o estilo de jogo de Arrascaeta, Paulo Henrique Ganso, Pedro e Cano ficará ainda mais prejudicado. O sucesso (ou não) de Flamengo e Fluminense no restante da competição passa pela necessidade de compreensão da necessidade do time por parte dos domadores de egos e astros.
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