O amistoso final do Brasil antes da Copa costuma carimbar na última hora o passaporte de centroavantes para o Mundial. Autor do quinto gol na vitória por 5 x 1 contra a Tunísia no Parque dos Príncipes, em Paris, na França, Pedro é o nome cotado a repetir, por exemplo, Ronaldo e Grafite. Ambos entraram no grupo da Seleção “aos 45 do segundo tempo”.
Em 1994, o Brasil enfrentou a Islândia no último teste de Carlos Alberto Parreira antes de apontar os 22 eleitos. O Fenômeno não desperdiçou a oportunidade em Santa Catarina. Fez um gol e convenceu o treinador a adicioná-lo no grupo com apenas duas partidas com a camisa da Seleção principal. A outra havia sido dois meses antes diante da Argentina. Ronaldo entrou em campo no lugar de Bebeto, em Recife, na vitória por 2 x 0.
Em 2010, Adriano estava com os pés na Copa até o último amistoso da primeira Era Dunga. Entrou em campo como titular na vitória por 2 x 0 contra a Irlanda, no Emirates Stadium, em Londres. Substituído aos 17 minutos pelo concorrente Grafite, que havia sido artilheiro do Campeonato Alemão na temporada 2008/2009 com 28 gols, jogou pouco mais de 27 minutos e ganhou a posição para ser o suplente de Luis Fabiano na África do Sul.
O Imperador não perdeu a vaga somente por causa desse jogo. As indisciplinas do jogador no Flamengo pouco antes do anúncio da lista final levaram o técnico Dunga e o auxiliar Jorginho a abrir mão de quem havia levado o Flamengo ao título do Brasileirão de 2009 e dividido a artilharia com Diego Tardelli na arrancada rubro-negra.
Pedro pode ir à Copa com 67 minutos em campo: 22 contra a Venezuela, em 2020, pelas Eliminatórias, e pouco mais de meio tempo contra a Tunísia. Em tese, o suficiente para deixar o principal concorrente, Matheus Cunha, do Atlético de Madrid, muito desconfiado.
Ouso afirmar que Pedro está na Copa do Mundo entre os atacantes. Neymar, Vinicius Junior, Raphinha, Gabriel Jesus, Roberto Firmino, Rodrygo e o dono da nove Richarlison — alvo de uma inaceitável injúria racial depois de uma banana atirada em campo — também. Considero que Gabriel Barbosa, Gabriel Martinelli e Antony correm por fora na disputa por uma hipotética nona vaga que pode ser repassada a mais um volante ou meia.
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