New Jersey — Se eu tivesse de escolher uma canção para resumir o bicampeonato mundial do Chelsea, o primeiro no formato com 32 clubes, a escolha recairia sobre Louis Armstrong e o histórico What a wonderful world. O trecho “… I see skies of blue” resume a apoteose do clube na vitória por 3 x 0 contra o Paris Saint-Germain no MetLife Stadium.
O céu ficou azul da cor da camisa do time londrino depois de um recital do campeão da Conference League, a terceira divisão da Uefa, contra o detentor da Champions League.
O inglês Chelsea anunciou desde o primeiro minuto indisposição para uma tarde de rock and roll. Estava programado um jazz para o chá das 3 às 5pm nos Estados Unidos. Mais de 81.118 torcedores pagaram o couvert à espera do recital de um dos 22 artistas.
Coube a Cole Palmer tirar o instrumento do estojo e fazer o PSG dançar conforme a música. Enzo Maresca havia preparado um banquete para os convidados dos presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Fifa, Gianni Infantino. O camisa 10 do Chelsea assumiu o protagonismo.
Na primeira “canja”, ele recebeu a bola do lateral-direito Malo Gusto, dominou-a, ajeitou-a com carinho para a perna canhota e acertou o canto direito do goleiro Donnarumma.
A torcida do Chelsea pediu “bis” e o maestro atendeu com a mesma afinação. Aproveitou-se da vulnerabilidade da defesa do PSG em tramas pelo meio e finalizou do mesmo jeitinho do primeiro gol. Quem estava distraído confundiu até com replay no telão.
Cole Palmer convidou o respeitável público a reverenciá-lo no lance do terceiro gol. Antes do fechamento das cortinas para o show do intervalo, o prodídio de 23 anos deixou o afinado spalla brasileiro João Pedro de frente para a convocação diante do técnico da Seleção, Carlo Ancelotti. O jogo projetado para ser rock pauleira virou concerto de jazz.
Quando o árbitro australiano Alireza Faghani apitou o fim do jogo no tradicional horário do chá das 5h inglês, imaginei a voz rouca, grave e inconfundível de Louis Armstrong adaptando um trecho da letra de What a wonderful world ao apelido do clube inglês: “ (…) I see skies of blues (…)”. Que mundo maravilhoso o do Chelsea, campeão da primeira Copa do Mundo de Clubes da Fifa!
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