História contada por Vampeta em pelada na Arena Corinthians explica um pouco por que o Brasiliense caiu para a Série B em 2005 e o futebol candango está fora da Série A há 10 anos

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A história que reproduzo a seguir, contada pelo volante aposentado Vampeta antes de uma pelada de fim de ano na Arena Corinthians, em São Paulo, está publicada no Blog do Boleiro, do colega  Luciano Borges no portal UOL. Na minha opinião, o post “Velho Vamp e o culto do Marcelinho Carioca” explica um pouquinho o motivo de o Brasiliense — último representante do país na Série A — ter caído para a segunda divisão em 2005. Diz muito também sobre o jejum de 10 anos da cidade fora da elite do futebol brasileiro.

Confira a história que Vampeta contou, relatada por Luciano Borges, do Blog do Boleiro…

No último sábado (12/12), na Arena Corinthians, vários jogadores veteranos (Neto, Marcelinho Carioca, Vampeta, Gilmar Fubá, Júnior, Muller, Éder Aleixo, Velloso, Sérgio, Batata e outros) participaram de um evento institucional de uma montadora de carros.

Eles disputaram animados e engraçados jogos com gerentes da companhia. A diversão começou já no vestiário com a atração especial: As Histórias do Velho Vamp.

Vampeta arrancou risadas dos amigos com “causos” vividos por ele com Marcelinho Carioca. Alguns impublicáveis. Outros vão ao ar no programa “Baita Amigos”, do Bandsports, com apresentação de Neto.

Mas este episódio, o Blog do Boleiro, pode contar. Fala Vampeta:

“Eu tive a honra de jogar com o Marcelinho Carioca no Corinthians (2002/2003)  e no Brasiliense (2005/2006). Lá em Brasília, você sabe, não tem rolo. Um dia o Marcelinho me convidou: ‘Vai ter um culto lá em casa. Vai lá. Vai ser legal’.

Eu falei que não poderia ir porque a gente tinha jogo no domingo e era sexta-feira. Mas o Marcelinho disse que o culto ia ser bom. Então eu fui.

Cheguei lá no condomínio e parei na portaria. O porteiro ligou e disse: ‘Seo Marcelo, o Vampeta está aqui embaixo’. O Marcelinho disse que eu podia subir.

Eu subi. Chego na porta do apartamento e toco a campainha. De cara, encontro três “pepecas” (garotas) com a blusa assim (ele levanta a camiseta até a altura do peito) e elas já foram avisando: ‘Marcelo, chegou Vampeta’.

Eu já entrei e procurei o pastor e quem estava cantando? O Belo, o cantor (ex-Soweto).

Aí as moças me ofereceram: ‘Quer um vinho?’. Eu fui até a geladeira e tinha um monte de vinho lá.

Aí disse pro Marcelo: ‘Esse culto é diferente, hein? Mas tem jogo domingo’.

E ele respondeu: ‘Fica tranquilo que o culto só vai até as três da manhã’.

Esse era o culto do Marcelinho Carioca”

Uma das lições, na minha modesta opinião, é a seguinte: presidentes de clubes do futebol candango: contratem medalhões, sim. Não é proibido. Longe disso. Mas, a partir dessa história do Vamp, tenham o mínimo de sensibilidade para perceber se o nome de grife vai ter comprometimento com o dinheiro do seu time.  Do contrário, jogadores famosos continuarão ganhando muita grana às custas de clubes da cidade deixando como legado a realidade de hoje: vaga garantida apenas na Série D!

Na melhor das hipóteses, o Distrito Federal só terá novamente um clube na primeira divisão em 2019. Para isso, vai precisar subir da quarta para a terceira divisão em 2016; da terceira para a segunda em 2017; e da segunda para a primeira em 2018. Na minha opinião, uma ascensão absolutamente improvável diante da atual realidade  do futebol da cidade.

Enquanto isso, a cidade que construiu um estádio para 70 mil pessoas — e não tem um time para jogar nele — ajudou medalhões a enriquecer. E virou piada na boca deles!

Pobre futebol candango.

Marcos Paulo Lima

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Marcos Paulo Lima

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