Messi pequeno Messi recebe o Fifa The Best das mãos de Gianni Infantino. Foto: Franck Fife/AFP Messi recebe o Fifa The Best das mãos de Gianni Infantino. Foto: Franck Fife/AFP

Hepta no Fifa The Best agiganta Messi e apequena ainda mais projeto esportivo do Paris Saint-Germain

Publicado em Esporte

Pela primeira vez, um jogador do Paris Saint-Germain é eleito melhor do mundo, mas nem parece. Pouco se fala no clube francês. Apesar do investimento bilionário do Grupo Qatar Sports Investments (QSI) em jogadores de primeira linha como Beckham, Ibrahimovic, Cavani, Neymar, Mbappé e Messi, o clube francês segue menor do que todos esses astros. Ninguém enche a boca mais de uma vez para dizer que o argentino premiado pela sétima vez veste a camisa do PSG. Obviamente, porque conquistar o prêmio pelo Barcelona ou Real Madrid representa outro patamar. São dois times gigantes na comparação com o PSG. 

 

As estrelas contratadas pelo PSG parecem mais comprometidas com as próprias vaidades do que com o projeto esportivo do clube. Além de promover o Catar para a Copa de 2022, a missão era brindar o clube com a conquista inédita da Champions League. Quase aconteceu em 2020 no vice-campeonato diante do Bayern de Munique, em Lisboa. 

 

A expectativa era de que Neymar conseguisse mudar o patamar do PSG. Despejou 222 milhões de euros nesse sonho. Na sequência, tirou Mbappé do Monaco. Ambos não foram páreo para Lewandowski na final da Liga dos Campeões de 2020. O PSG chegou ao ponto de tirar Messi do Barcelona, algo improvável, mas nem assim o time se impõe na Europa. Derrotado pelo Bayern de Munique por 1 x 0 no Parque dos Príncipes no duelo de ida pelas oitavas de final, arrisca dar adeus ao torneio precocemente nas oitavas de final. 

 

Enquanto o PSG não realiza o sonho de virar gigante, os principais astros da companhia massageiam o próprio ego. Eleito merecidamente melhor do mundo pela sétima vez, Messi achou na França o time perfeito para não pressioná-lo e muito menos cobrá-lo resultados em curto prazo. A pressão sempre esteve com Neymar. Messi se comportou como coadjuvante até mesmo ao escolher a camisa 30 — e não a 10 — na apresentação. 

 

À sombra de Neymar e Mbappé no PSG, Messi economizou energia para o que mais lhe interessava. Aterrissou no Catar disposto a finalmente encerrar o jejum de 36 anos e levar a Argentina ao tricampeonato. Em um mês no Catar, jogou mais bola do que em duas temporadas pelo clube parisiense. Mbappé também disputou o Mundial na ponta dos cascos. Ambos protagonizaram a final das finais da Copa do Estádio Icônico de Lusail. 

 

O Brasil foi eliminado nas quartas de final pela Croácia, porém Neymar foi ao limite, atuou no sacrifício contra Coreia do Sul e Croácia na fase de mata-mata depois de perder duas partidas na fase de grupos por causa da lesão no tornozelo. Consequentemente, o esforço na Copa está cobrando caro no mata-mata da Liga dos Campeões. Os três estão mal. Guardadas as devidas proporções, lembra o trio Sávio, Romário e Edmundo. Não se encaixam. O trio pode estar vivendo sua última dança. Neymar é alvo do Chelsea. O Barcelona e o Al Hilal cobiçam Messi. Mbappé é sonho de consumo do Real Madrid. 

 

O maior feito da Era QSI pode ser a conquista da hegemonia do Campeonato Francês. O PSG tem 10 títulos. A mesma quantidade de taças do Olympique de Marselha e do Saint-Étienne. Líder disparado da Ligue 1 com 60 pontos, o PSG tem oito de vantagem sobre o Olympique de Marselha e dificilmente deixará escapar o recorde. 

 

Enquanto o clube se agiganta no Campeonato Francês e paga caro pela obsessão de virar grande na Europa, Beckham, Ibrahimovic, Cavani, Neymar, Mbappé, Messi e companhia sairão mais ricos do que chegaram. Eles passam. O PSG fica. Apequenado. Minúsculo. 

 

 

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