Guia do Italiano 2023/2024: 10 motivos para não perder a Serie A

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O Campeonato Italiano começa neste sábado com todos à caça do Napoli. Arte: Arthur Filho

Bilhete aéreo escaneado! Pode entrar. Seja bem-vindo a bordo do blog para a quarta expedição da série As 7 Maravilhas da Europa. Depois de passar pelo Inglês, Holandês e o Alemão, o Campeonato Italiano está no plano de voo do dia. A Serie A, como é chamada a liga nacional do País da Bota, entra em cena neste sábado para tentar responder algumas perguntas intrigantes na nova temporada. A principal delas diz respeito ao atual campeão.

Encantador na temporada passada, o Napoli defenderá o título depois da imponente conquista do tricampeonato com 90 pontos, 16 a mais do que a vice Lazio (74). Sim, devemos lembrar da influência do escândalo na Juventus. A Velha Senhora perdeu 15 pontos por causa de fraudes fiscais nas contratações de jogadores nas temporadas de 2018/2019, 2019/2020 e 2020/2021. Entre os negócios denunciados, a troca de Pjanic por Arthur envolvendo o Barcelona.

Batizada de Prisma pelo Ministério Público, a investigação acertou em cheio a Juventus. Sétima colocada na temporada passada, a Juventus seria terceira com 72 se não houvesse a punição. Na prática, o clube participaria da Champions League. A campanha no Nacional rendeu vaga na Conference League, porém a Uefa rejeitou. A Fiorentina representará a Itália no torneio.

Importante saber como se comportará o Napoli sem o técnico Luciano Spalletti. O sucessor dele é o questionado Rudi Garcia. O francês enganou bem na Roma. Empilhou 10 vitórias consecutivas na largada da temporada de 2013/2014. No fim, foi ultrapassada pela campeã Juventus por 102 x 85 e amargou o vice. Fica o alerta da campanha “Coca-Cola” do treinador. Dá um prazer danado na abertura e perde o gás rapidamente e vira aquele troço insuportável.

O título napolitano — não o futebol — foi questionado até pelo lendário técnico Arrigo Sacchi. Ele chamou a atenção justamente para o que aconteceu com a Juventus. O Napoli manteve o elenco forte, mas é impossível apontar o campeão. São quatro diferentes em quatro anos. Portanto, parabéns se você consegue colocar a mão no fogo por algum candidato.

O fato é que o Campeonato Italiano jamais deve ser desprezado. Deixá-lo de lado merece castigo. Basta olhar com carinho os acontecimentos da temporada passada na Europa. Dos 12 semifinalistas dos três principais torneios continentais da Europa em 2022/2023, ou seja, Champions League, Europa League e Conference League, cinco eram italianos: Milan, Inter, Roma, Juventus e Fiorentina. Nenhum ganhou título, mas os vices da Fiorentina (Conference) e da Inter (Champions) são prenúncios de que vem aí uma belíssima temporada.

10 MOTIVOS PARA VOCÊ NÃO PERDER A SERIE A

  1. Poder aquisitivo

Tem dinheiro no Campeonato Italiano. A Serie A, como a liga é batizada, só perde para a Premier Legue no quesito investimento em contratações na janela de transferências de 2023/2024. O Inglês despejou 2,13 bilhões de euros no mercado. O Calcio vem na segunda posição com 722,1 milhões de euros. Bundesliga (647,03), Ligue 1 (643,5) e Saudi Pro League (627,9) completam o G-5. La Liga ocupa o sexto lugar (351,3) e a Liga Portugal a sétima colocação (168,9).

  1. Imprevisibilidade

O Campeonato Italiano lembra o Campeonato Brasileiro no quesito possibilidade de queimar a língua ao apontar o favorito. Sim, há os Flamengos, Palmeiras e Atléticos da vida por lá também, mas há rotatividade de campeões. São quatro campeões diferentes nas últimas quatro edições: Juventus (2020), Internazionale (2021), Milan (2022) e Napoli (2023). A primeira divisão do Brasil teve três no mesmo período. Flamengo (2019 e 2020), Atlético (2021) e Palmeiras (2022).

  1. Achados e perdidos

Os apaixonados por José Mourinho podem encontrá-lo em mais uma temporada do Italiano com a prancheta da Roma. Se você torce para o Flamengo e está com saudade, Paulo Sousa é o técnico da Salernitana. A competição tem outras figuras no papel de treinador. Thiago Motta (lembra dele?) comanda o Bologna. Campeão da Copa do Mundo em 2006, o atacante Alberto Gilardino lidera o Genoa. Simone Inzaghi levou a Internazionale ao vice da Champions League.

  1. Respeito

Dos quatro semifinalistas da Champions League na temporada passada, dois eram italianos: Milan e Internazionale. Dos quatro melhores na Europa League, outros dois italianos — Juventus e Roma. A Conference League também teve representante do País da Bota no G-4. A Fiorentina alcançou a final e decidiu o título contra o West Ham. A Inter peitou o Manchester City na finalíssima da Liga dos Campeões da Europa, mas perdeu por 1 x 0.

  1. Brasileiros

A nova temporada do Italiano terá apenas 23 jogadores nascidos no Brasil. É a menor quantidade no século, ou seja, a contar da temporada 2000/2001. A versão anterior contou com 26. A Juventus é o time mais verde-amarelo da competição. Os laterais Danilo e Alex Sandro, o zagueiro Bremer e o centroavante Kaio Jorge vestem a camisa da Velha Senhora. Dos 20 clubes, 13 têm brasileiros. Exceções: Empoli, Frosinone, Milan, Roma, Salernitana, Torino e Verona.

  1. Brasiliense

Felipe Anderson trintou e parte para a oitava temporada da carreira no Campeonato Italiano. Na primeira passagem pela Lazio, ele disputou a Serie A de 2014 a 2018. De volta ao clube, acumula duas temporadas consecutivas e iniciará mais uma com a camisa do clube da capital. Dos 53 gols do jogador nascido na cidade de Santa Maria, no Distrito Federal, vestindo o uniforme da Lazio, 40 foram em partidas válidas pelo Campeonato Italiano.

  1. Buffon

É a primeira temporada sem a presença do lendário goleiro em qualquer divisão do Calcio. Ele havia se despedido da elite na temporada de 2020/2021 vestindo a camisa da Juventus. Nas últimas duas edições, retornou ao Parma para defender o clube em duas campanhas na Série B. Participou das versões de 2021/2022 e de 2022/2023 até pendurar as luvas definitivamente no último dia 2 de agosto, aos 45 anos, depois de 1.151 jogos e 27 títulos, 10 deles no Italiano.

  1. Legado

Presidente do Milan em 8 dos 19 títulos do clube no Campeonato Italiano, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi morreu em 12 de junho. Portanto, essa será a primeira temporada sem um figurão histórico. Berlusconi havia cortado o cordão umbilical com o time rossonero em 2015 na venda para um consórcio chinês, mas investia pesado com o parceiro Adriano Galliani no Monza. Alçou o time à elite em 2020 o mantém entre os grandes. Paolo Berlusconi herdou o projeto.

  1. Reconstrução

Assim como a Alemanha, a Itália protagonizou vexames recentes. Sim, a Squadra Azzurra defenderá o título da Eurocopa em 2024, mas ficou fora das últimas duas edições da Copa do Mundo. Obviamente, o Italiano é o combustível para a renovação e a montagem de uma seleção capaz de conquistar o tri continental e participar da primeira edição do Mundial com 48 países em 2026. Com a saída de Roberto Mancini, a FIGC procura técnico. Luciano Spalletti é o favorito.

  1. Fica a Dica

Segue a minha lista de 10 jogadores para você observar com lente de aumento: David Frattesi (Internazionale), Alessandro Buongiorno (Torino), Maxime Lopez (Sassuolo), Loftus-Cheek (Milan), Lorenzo Lucca (Udinese), Fabiano Parisi (Fiorentina), Lazar Samardzick (Udinese), Houssem Aouar (Roma), Giorgi Kvernadze (Frosinone) e Boulaye Dia (Salernitana). Uma última lembrança: a Itália é atual vice-campeã do Mundial Sub-20 disputado neste ano, na Argentina. Há talento na praça.

CAMPEONATO ITALIANO

Período: 19/8/2023 a 26/5/2024

Clubes: 20

Jogadores: 591

Estrangeiros: 363 (61,4%)

Média de idade: 26 anos

Investimento em contratações: € 720,2 milhões

Quem mais gastou: Milan, € 109 milhões

Vagas na Liga dos Campeões: 4

Quem transmite: ESPN e Star+

COMO FOI NA TEMPORADA 2022/2023

Campeão: Napoli

Vagas para Liga dos Campeões: Napoli, Lazio, Inter, Milan

Vagas para Europa League: Atalanta e Roma

Conference League: Fiorentina

Quem subiu: Frosinone, Genoa e Cagliari

Quem desceu: Spezia, Cremonese e Sampdoria

Gols: 891 / Jogos: 380 / Média de gols: 2,34

Artilheiro: Victor Osimhen (Nigéria), 26 gols

Média de público: 29.551

Melhor média de público: Internazionale (72.630)

OS 20 CANDIDATOS AO TÍTULO

Bom futebol e tributo a Maradona: Napoli defenderá o título em busca do tetracampeonato. Foto: AFP

ATALANTA

Fundação: 1907

Título: não tem

Estádio: Atleti Azzurri D’Italia (26.562)

Time-base (3-4-1-2)

Carnesecchi;

Scalvini, Djimsiti e Kolasinac;

Zappacosta, De Roon, Koopmeiners e Bakker;

Pasalic;

Lookman e Zapata

Técnico: Gian Piero Gasperini

Brasileiro: Éderson

BOLOGNA

Fundação: 1909

Títulos: 7

Estádio: Renato Dall’Ara (38.279)

Time-base (4-2-3-1)

Skorupski;

Posch, Lucumi, Beukema e Corazza;

Dominguez e Aebischer;

Orsolini, Ferguson e Ndoye;

Zirkzee

Técnico: Thiago Motta

Brasileiro: não tem

CAGLIARI

Fundação: 1920

Título: não tem

Estádio: Unipol Domus (16.416)

Time-base (4-3-2-1)

Radunovic;

Zappa, Dossena, Obert e Augello;

Nandez, Makoumbou e Sulemana;

Lvumbo e Oristanio;

Pavoletti

Técnico: Claudio Ranieri

Brasileiros: Paulo Azzi

EMPOLI

Fundação: 1920

Título: não tem

Estádio: Carlo Castellani (16.284)

Time-base (4-2-3-1)

Caprile;

Ebuehi, Ismajli, Luperto e Cacace;

Grassi e Marin;

Cancellieri, Baldanzi e Gyasi;

Caputo

Técnico: Paolo Zanetti

Brasileiro: não tem

FIORENTINA

Fundação: 1926

Títulos: 2

Estádio: Artemio Franchi (43.147)

Time-base (4-2-3-1)

Terracciano;

Dodô, Milenkovic, Quarta e Biraghi;

Arthur e Mandragora;

Ikone, Bonaventura e Gonzalez;

Nzola

Técnico: Vincenzo Italiano

Brasileiros: Dodô e Arthur

FROSINONE

Fundação: 1928

Títulos: não tem

Estádio: Benito Stirpe (16.227)

Time-base (4-2-3-1)

Turati;

Oyono, Monterisi, Romagnoli e Marchizza;

Gelli, Mazzitelli e Harroui;

Baez, Borrelli e Caso

Técnico: Eusebio Di Francesco

Brasileiro: não tem

GENOA

Fundação: 1893

Títulos: 9

Estádio: Luigi Ferraris (36.599)

Time-base (3-5-2)

Martinez;

Dragusin, Vogliacco e Vasquez;

Hefti, Frendrup, Badeij, Thorsby e Martin;

Gudmundsson e Retegui

Técnico: Alberto Gilardino

Brasileiro: Junior Messias

INTERNAZIONALE

Fundação: 1908

Títulos: 19

Estádio: Giuseppe Meazza (80.018)

Time-base (3-5-2)

Sommer;

Darmian, de Vrij e Bastoni;

Dumfries, Barella, Calhanoglu, Mkhitaryan e Dimarco;

Thuram e Lautaro Martínez

Técnico: Simone Inzaghi

Brasileiro: Carlos Augusto

JUVENTUS

Fundação: 1897

Títulos: 36

Estádio: Allianz Stadium (41.475)

Time-base (3-5-2)

Szczesny;

Danilo, Bremer Gatti;

Weah, Miretti, Locatelli, Rabiot e Kostic;

Chiesa e Vlahovic

Técnico: Massimiliano Allegri

Brasileiros: Bremer, Danilo, Alex Sandro e Kaio Jorge

LAZIO

Fundação: 1900

Títulos: 2

Estádio: Olímpico (70.634)

Time-base (4-3-3)

Provedel;

Lazzari, Casale, Romagnoli e Marusic;

Vecino, Cataldi e Luis Alverto;

Felipe Anderson, Immobile e Zaccarini

Técnico: Maurizio Sarri

Brasileiros: Felipe Anderson e Marcos Antônio

LECCE

Fundação: 1908

Título: não tem

Estádio: Via del Mare (31.533)

Time-base (4-3-3)

Falcone;

Gendrey, Pongracic, Baschirotto e Dorgu;

Rafia, Ramadani e Gonzalez;

Almovist, Strefezza e Banda

Técnico: Roberto D’Aversa

Brasileiro: Gabriel Strefezza

MILAN

Fundação: 1899

Títulos: 19

Estádio: Giuseppe Meazza (80.018)

Time-base (4-3-3)

Maignan;

Kalulu, Thiaw, Tomori e Hernandez;

Loftus-Cheek, Krunic e Reijnders;

Pulisic, Giroud e Rafael Leão

Técnico: Stefano Pioli

Brasileiro: não tem

MONZA

Fundação: 1912

Título: não tem

Estádio: Brianteo (16.917)

Time-base (3-4-1-2)

Di Gregorio;

D’Ambrosio, Pablo Marí e Caldirola;

Ciurria, Gagliardini, Pessina e Kyriakopoulos;

Colpani;

Caprari e Dany Mota

Técnico: Raffaele Paladino

Brasileiro: não tem

NAPOLI

Fundação: 1926

Títulos: 3

Estádio: San Paolo (60.240)

Time-base (4-3-3)

Meret;

Di Lorenzo, Rrahmani, Juan Jesus e Oliveira;

Elmas, Lobotka e Zielinski;

Politano, Osimhen e Kvaratskhelia

Técnico: Rudi Garcia (França)

Brasileiro: Natan e Juan Jesus

ROMA

Fundação: 1927

Títulos: 3

Estádio: Olímpico (70.634)

Time-base (3-5-2)

Rui Patricio;

Mancini, Smalling e Llorente;

Kristensen, Bove, Cristante, Aquar e Zalewski;

El Shaarawy e Belotti

Técnico: José Mourinho

Brasileiro: não tem

SALERNITANA

Fundação: 1919

Título: não tem

Estádio: Arechi (37.800)

Time-base (3-4-2-1)

Ochoa;

Lovato, Gyomber e Fazio;

Mazzocchi, Lassana Coulibaly, Mamadou Coulibaly e Bradaric;

Kastanos e Candreva;

Botheim

Técnico: Paulo Sousa (Portugal)

Brasileiro: não tem

SASSUOLO

Fundação: 1920

Título: não tem

Estádio: Città del Tricolore (21.584)

Time-base (4-2-3-1)

Consigli;

Toljan, Erlic, Viti e Vina;

Lopez e Henrique;

Defrel, Bajrami e Laurienté;

Pinamonti

Técnico: Alessio Dionisi

Brasileiros: Matheus Henrique e Ruan

TORINO

Fundação: 1906

Títulos: 7

Estádio: Olímpico Grande Torino (27.958)

Time-base (3-4-1-2)

Milinkovic-Savic;

Schuurs, Buongiorno e Rodriguez;

Bellanova, Ricci, Ilic e Vojvoda;

Vlasic;

Sanabria e Radonjic

Técnico: Ivan Juric

Brasileiros: não tem

UDINESE

Fundação: 1896

Título: não tem

Estádio: Friuli-Dacia Arena (25.144)

Time-base (3-5-2)

Silvestri;

Perez, Bijol e Masina;

Ebosele, Zarraga, Wallace, Lovric e Kamara;

Thauvin e Beto

Técnico: Andrea Sottil

Brasileiros: Walace e Brenner

VERONA

Fundação: 1903

Título: 1

Estádio: Stadio Marc’Antonio Bentegodi (39.371)

Time-base (3-4-2-1)

Montipó;

Dawidowicz, Magnani e Coppola;

Terracciano, Hongla, Duda e Doig;

Mboula e Ngonge;

Djuric

Técnico: Marco Baroni

Brasileiro: não tem

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Marcos Paulo Lima

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