Bilhete aéreo escaneado! Pode entrar. Seja bem-vindo a bordo do blog para a quarta expedição da série As 7 Maravilhas da Europa. Depois de passar pelo Inglês, Holandês e o Alemão, o Campeonato Italiano está no plano de voo do dia. A Serie A, como é chamada a liga nacional do País da Bota, entra em cena neste sábado para tentar responder algumas perguntas intrigantes na nova temporada. A principal delas diz respeito ao atual campeão.
Encantador na temporada passada, o Napoli defenderá o título depois da imponente conquista do tricampeonato com 90 pontos, 16 a mais do que a vice Lazio (74). Sim, devemos lembrar da influência do escândalo na Juventus. A Velha Senhora perdeu 15 pontos por causa de fraudes fiscais nas contratações de jogadores nas temporadas de 2018/2019, 2019/2020 e 2020/2021. Entre os negócios denunciados, a troca de Pjanic por Arthur envolvendo o Barcelona.
Batizada de Prisma pelo Ministério Público, a investigação acertou em cheio a Juventus. Sétima colocada na temporada passada, a Juventus seria terceira com 72 se não houvesse a punição. Na prática, o clube participaria da Champions League. A campanha no Nacional rendeu vaga na Conference League, porém a Uefa rejeitou. A Fiorentina representará a Itália no torneio.
Importante saber como se comportará o Napoli sem o técnico Luciano Spalletti. O sucessor dele é o questionado Rudi Garcia. O francês enganou bem na Roma. Empilhou 10 vitórias consecutivas na largada da temporada de 2013/2014. No fim, foi ultrapassada pela campeã Juventus por 102 x 85 e amargou o vice. Fica o alerta da campanha “Coca-Cola” do treinador. Dá um prazer danado na abertura e perde o gás rapidamente e vira aquele troço insuportável.
O título napolitano — não o futebol — foi questionado até pelo lendário técnico Arrigo Sacchi. Ele chamou a atenção justamente para o que aconteceu com a Juventus. O Napoli manteve o elenco forte, mas é impossível apontar o campeão. São quatro diferentes em quatro anos. Portanto, parabéns se você consegue colocar a mão no fogo por algum candidato.
O fato é que o Campeonato Italiano jamais deve ser desprezado. Deixá-lo de lado merece castigo. Basta olhar com carinho os acontecimentos da temporada passada na Europa. Dos 12 semifinalistas dos três principais torneios continentais da Europa em 2022/2023, ou seja, Champions League, Europa League e Conference League, cinco eram italianos: Milan, Inter, Roma, Juventus e Fiorentina. Nenhum ganhou título, mas os vices da Fiorentina (Conference) e da Inter (Champions) são prenúncios de que vem aí uma belíssima temporada.
10 MOTIVOS PARA VOCÊ NÃO PERDER A SERIE A
Tem dinheiro no Campeonato Italiano. A Serie A, como a liga é batizada, só perde para a Premier Legue no quesito investimento em contratações na janela de transferências de 2023/2024. O Inglês despejou 2,13 bilhões de euros no mercado. O Calcio vem na segunda posição com 722,1 milhões de euros. Bundesliga (647,03), Ligue 1 (643,5) e Saudi Pro League (627,9) completam o G-5. La Liga ocupa o sexto lugar (351,3) e a Liga Portugal a sétima colocação (168,9).
O Campeonato Italiano lembra o Campeonato Brasileiro no quesito possibilidade de queimar a língua ao apontar o favorito. Sim, há os Flamengos, Palmeiras e Atléticos da vida por lá também, mas há rotatividade de campeões. São quatro campeões diferentes nas últimas quatro edições: Juventus (2020), Internazionale (2021), Milan (2022) e Napoli (2023). A primeira divisão do Brasil teve três no mesmo período. Flamengo (2019 e 2020), Atlético (2021) e Palmeiras (2022).
Os apaixonados por José Mourinho podem encontrá-lo em mais uma temporada do Italiano com a prancheta da Roma. Se você torce para o Flamengo e está com saudade, Paulo Sousa é o técnico da Salernitana. A competição tem outras figuras no papel de treinador. Thiago Motta (lembra dele?) comanda o Bologna. Campeão da Copa do Mundo em 2006, o atacante Alberto Gilardino lidera o Genoa. Simone Inzaghi levou a Internazionale ao vice da Champions League.
Dos quatro semifinalistas da Champions League na temporada passada, dois eram italianos: Milan e Internazionale. Dos quatro melhores na Europa League, outros dois italianos — Juventus e Roma. A Conference League também teve representante do País da Bota no G-4. A Fiorentina alcançou a final e decidiu o título contra o West Ham. A Inter peitou o Manchester City na finalíssima da Liga dos Campeões da Europa, mas perdeu por 1 x 0.
A nova temporada do Italiano terá apenas 23 jogadores nascidos no Brasil. É a menor quantidade no século, ou seja, a contar da temporada 2000/2001. A versão anterior contou com 26. A Juventus é o time mais verde-amarelo da competição. Os laterais Danilo e Alex Sandro, o zagueiro Bremer e o centroavante Kaio Jorge vestem a camisa da Velha Senhora. Dos 20 clubes, 13 têm brasileiros. Exceções: Empoli, Frosinone, Milan, Roma, Salernitana, Torino e Verona.
Felipe Anderson trintou e parte para a oitava temporada da carreira no Campeonato Italiano. Na primeira passagem pela Lazio, ele disputou a Serie A de 2014 a 2018. De volta ao clube, acumula duas temporadas consecutivas e iniciará mais uma com a camisa do clube da capital. Dos 53 gols do jogador nascido na cidade de Santa Maria, no Distrito Federal, vestindo o uniforme da Lazio, 40 foram em partidas válidas pelo Campeonato Italiano.
É a primeira temporada sem a presença do lendário goleiro em qualquer divisão do Calcio. Ele havia se despedido da elite na temporada de 2020/2021 vestindo a camisa da Juventus. Nas últimas duas edições, retornou ao Parma para defender o clube em duas campanhas na Série B. Participou das versões de 2021/2022 e de 2022/2023 até pendurar as luvas definitivamente no último dia 2 de agosto, aos 45 anos, depois de 1.151 jogos e 27 títulos, 10 deles no Italiano.
Presidente do Milan em 8 dos 19 títulos do clube no Campeonato Italiano, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi morreu em 12 de junho. Portanto, essa será a primeira temporada sem um figurão histórico. Berlusconi havia cortado o cordão umbilical com o time rossonero em 2015 na venda para um consórcio chinês, mas investia pesado com o parceiro Adriano Galliani no Monza. Alçou o time à elite em 2020 o mantém entre os grandes. Paolo Berlusconi herdou o projeto.
Assim como a Alemanha, a Itália protagonizou vexames recentes. Sim, a Squadra Azzurra defenderá o título da Eurocopa em 2024, mas ficou fora das últimas duas edições da Copa do Mundo. Obviamente, o Italiano é o combustível para a renovação e a montagem de uma seleção capaz de conquistar o tri continental e participar da primeira edição do Mundial com 48 países em 2026. Com a saída de Roberto Mancini, a FIGC procura técnico. Luciano Spalletti é o favorito.
Segue a minha lista de 10 jogadores para você observar com lente de aumento: David Frattesi (Internazionale), Alessandro Buongiorno (Torino), Maxime Lopez (Sassuolo), Loftus-Cheek (Milan), Lorenzo Lucca (Udinese), Fabiano Parisi (Fiorentina), Lazar Samardzick (Udinese), Houssem Aouar (Roma), Giorgi Kvernadze (Frosinone) e Boulaye Dia (Salernitana). Uma última lembrança: a Itália é atual vice-campeã do Mundial Sub-20 disputado neste ano, na Argentina. Há talento na praça.
CAMPEONATO ITALIANO
Período: 19/8/2023 a 26/5/2024
Clubes: 20
Jogadores: 591
Estrangeiros: 363 (61,4%)
Média de idade: 26 anos
Investimento em contratações: € 720,2 milhões
Quem mais gastou: Milan, € 109 milhões
Vagas na Liga dos Campeões: 4
Quem transmite: ESPN e Star+
COMO FOI NA TEMPORADA 2022/2023
Campeão: Napoli
Vagas para Liga dos Campeões: Napoli, Lazio, Inter, Milan
Vagas para Europa League: Atalanta e Roma
Conference League: Fiorentina
Quem subiu: Frosinone, Genoa e Cagliari
Quem desceu: Spezia, Cremonese e Sampdoria
Gols: 891 / Jogos: 380 / Média de gols: 2,34
Artilheiro: Victor Osimhen (Nigéria), 26 gols
Média de público: 29.551
Melhor média de público: Internazionale (72.630)
OS 20 CANDIDATOS AO TÍTULO
ATALANTA
Fundação: 1907
Título: não tem
Estádio: Atleti Azzurri D’Italia (26.562)
Time-base (3-4-1-2)
Carnesecchi;
Scalvini, Djimsiti e Kolasinac;
Zappacosta, De Roon, Koopmeiners e Bakker;
Pasalic;
Lookman e Zapata
Técnico: Gian Piero Gasperini
Brasileiro: Éderson
BOLOGNA
Fundação: 1909
Títulos: 7
Estádio: Renato Dall’Ara (38.279)
Time-base (4-2-3-1)
Skorupski;
Posch, Lucumi, Beukema e Corazza;
Dominguez e Aebischer;
Orsolini, Ferguson e Ndoye;
Zirkzee
Técnico: Thiago Motta
Brasileiro: não tem
CAGLIARI
Fundação: 1920
Título: não tem
Estádio: Unipol Domus (16.416)
Time-base (4-3-2-1)
Radunovic;
Zappa, Dossena, Obert e Augello;
Nandez, Makoumbou e Sulemana;
Lvumbo e Oristanio;
Pavoletti
Técnico: Claudio Ranieri
Brasileiros: Paulo Azzi
EMPOLI
Fundação: 1920
Título: não tem
Estádio: Carlo Castellani (16.284)
Time-base (4-2-3-1)
Caprile;
Ebuehi, Ismajli, Luperto e Cacace;
Grassi e Marin;
Cancellieri, Baldanzi e Gyasi;
Caputo
Técnico: Paolo Zanetti
Brasileiro: não tem
FIORENTINA
Fundação: 1926
Títulos: 2
Estádio: Artemio Franchi (43.147)
Time-base (4-2-3-1)
Terracciano;
Dodô, Milenkovic, Quarta e Biraghi;
Arthur e Mandragora;
Ikone, Bonaventura e Gonzalez;
Nzola
Técnico: Vincenzo Italiano
Brasileiros: Dodô e Arthur
FROSINONE
Fundação: 1928
Títulos: não tem
Estádio: Benito Stirpe (16.227)
Time-base (4-2-3-1)
Turati;
Oyono, Monterisi, Romagnoli e Marchizza;
Gelli, Mazzitelli e Harroui;
Baez, Borrelli e Caso
Técnico: Eusebio Di Francesco
Brasileiro: não tem
GENOA
Fundação: 1893
Títulos: 9
Estádio: Luigi Ferraris (36.599)
Time-base (3-5-2)
Martinez;
Dragusin, Vogliacco e Vasquez;
Hefti, Frendrup, Badeij, Thorsby e Martin;
Gudmundsson e Retegui
Técnico: Alberto Gilardino
Brasileiro: Junior Messias
INTERNAZIONALE
Fundação: 1908
Títulos: 19
Estádio: Giuseppe Meazza (80.018)
Time-base (3-5-2)
Sommer;
Darmian, de Vrij e Bastoni;
Dumfries, Barella, Calhanoglu, Mkhitaryan e Dimarco;
Thuram e Lautaro Martínez
Técnico: Simone Inzaghi
Brasileiro: Carlos Augusto
JUVENTUS
Fundação: 1897
Títulos: 36
Estádio: Allianz Stadium (41.475)
Time-base (3-5-2)
Szczesny;
Danilo, Bremer Gatti;
Weah, Miretti, Locatelli, Rabiot e Kostic;
Chiesa e Vlahovic
Técnico: Massimiliano Allegri
Brasileiros: Bremer, Danilo, Alex Sandro e Kaio Jorge
LAZIO
Fundação: 1900
Títulos: 2
Estádio: Olímpico (70.634)
Time-base (4-3-3)
Provedel;
Lazzari, Casale, Romagnoli e Marusic;
Vecino, Cataldi e Luis Alverto;
Felipe Anderson, Immobile e Zaccarini
Técnico: Maurizio Sarri
Brasileiros: Felipe Anderson e Marcos Antônio
LECCE
Fundação: 1908
Título: não tem
Estádio: Via del Mare (31.533)
Time-base (4-3-3)
Falcone;
Gendrey, Pongracic, Baschirotto e Dorgu;
Rafia, Ramadani e Gonzalez;
Almovist, Strefezza e Banda
Técnico: Roberto D’Aversa
Brasileiro: Gabriel Strefezza
MILAN
Fundação: 1899
Títulos: 19
Estádio: Giuseppe Meazza (80.018)
Time-base (4-3-3)
Maignan;
Kalulu, Thiaw, Tomori e Hernandez;
Loftus-Cheek, Krunic e Reijnders;
Pulisic, Giroud e Rafael Leão
Técnico: Stefano Pioli
Brasileiro: não tem
MONZA
Fundação: 1912
Título: não tem
Estádio: Brianteo (16.917)
Time-base (3-4-1-2)
Di Gregorio;
D’Ambrosio, Pablo Marí e Caldirola;
Ciurria, Gagliardini, Pessina e Kyriakopoulos;
Colpani;
Caprari e Dany Mota
Técnico: Raffaele Paladino
Brasileiro: não tem
NAPOLI
Fundação: 1926
Títulos: 3
Estádio: San Paolo (60.240)
Time-base (4-3-3)
Meret;
Di Lorenzo, Rrahmani, Juan Jesus e Oliveira;
Elmas, Lobotka e Zielinski;
Politano, Osimhen e Kvaratskhelia
Técnico: Rudi Garcia (França)
Brasileiro: Natan e Juan Jesus
ROMA
Fundação: 1927
Títulos: 3
Estádio: Olímpico (70.634)
Time-base (3-5-2)
Rui Patricio;
Mancini, Smalling e Llorente;
Kristensen, Bove, Cristante, Aquar e Zalewski;
El Shaarawy e Belotti
Técnico: José Mourinho
Brasileiro: não tem
SALERNITANA
Fundação: 1919
Título: não tem
Estádio: Arechi (37.800)
Time-base (3-4-2-1)
Ochoa;
Lovato, Gyomber e Fazio;
Mazzocchi, Lassana Coulibaly, Mamadou Coulibaly e Bradaric;
Kastanos e Candreva;
Botheim
Técnico: Paulo Sousa (Portugal)
Brasileiro: não tem
SASSUOLO
Fundação: 1920
Título: não tem
Estádio: Città del Tricolore (21.584)
Time-base (4-2-3-1)
Consigli;
Toljan, Erlic, Viti e Vina;
Lopez e Henrique;
Defrel, Bajrami e Laurienté;
Pinamonti
Técnico: Alessio Dionisi
Brasileiros: Matheus Henrique e Ruan
TORINO
Fundação: 1906
Títulos: 7
Estádio: Olímpico Grande Torino (27.958)
Time-base (3-4-1-2)
Milinkovic-Savic;
Schuurs, Buongiorno e Rodriguez;
Bellanova, Ricci, Ilic e Vojvoda;
Vlasic;
Sanabria e Radonjic
Técnico: Ivan Juric
Brasileiros: não tem
UDINESE
Fundação: 1896
Título: não tem
Estádio: Friuli-Dacia Arena (25.144)
Time-base (3-5-2)
Silvestri;
Perez, Bijol e Masina;
Ebosele, Zarraga, Wallace, Lovric e Kamara;
Thauvin e Beto
Técnico: Andrea Sottil
Brasileiros: Walace e Brenner
VERONA
Fundação: 1903
Título: 1
Estádio: Stadio Marc’Antonio Bentegodi (39.371)
Time-base (3-4-2-1)
Montipó;
Dawidowicz, Magnani e Coppola;
Terracciano, Hongla, Duda e Doig;
Mboula e Ngonge;
Djuric
Técnico: Marco Baroni
Brasileiro: não tem
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