Impedido por decisão dos clubes de receber jogos do Campeonato Brasileiro, e preterido por Luziânia e Ceilândia para a disputa da Série D, o Mané Garrincha está com a agenda vazia no segundo semestre, mas acaba de ter o contrato para manutenção do gramado renovado. A Novacap publicou no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de 4 de maio um termo aditivo até 25 de abril de 2018, no valor de R$ 775.101,48, com a empresa Greenleaf. O valor foi congelado. É o mesmo fechado no ano passado. O contrato da licitação feita em 2016 expirou no último dia 25 de abril. Atualmente, a arena está fechada para a instalação do piso de inverno. As sementes vieram dos Estados Unidos e o serviço completo custou R$ 28.076,10.
O texto do termo aditivo explica assim o investimento total de R$ 775.101,48 nos próximos 12 meses: “Prestação de serviços contínuos de operação, manutenção preventiva e corretiva do gramado do campo de futebol e seus respectivos sistemas de irrigação e drenagem, com fornecimento de materiais, equipamentos e mão de obra”. O gasto mensal com o gramado será de R$ 64.591,79.
Depois de receber 20 jogos em cinco meses no primeiro semestre — 18 do Campeonato Candango, um da Primeira Liga e um do Campeonato Carioca — o Mané Garrincha é um dos quatro estádios da Copa de 2014 atingidos com a decisão do Conselho Técnico de impedir os clubes da Série A de jogarem fora dos seus estados — a chamada venda do mando de campo. Unidas, as administrações do Mané Garrincha e das arenas Pantanal, da Amazônia e das Dunas ainda tentam derrubar o veto aprovado por 14 dos 20 clubes da primeira divisão. Até a OAB do Distrito Federal, do Mato Grosso, do Amazonas e do Rio Grande do Norte compraram a briga. A CBF mantém o discurso de que só homologou a decisão da maioria dos times na assembleia de fevereiro. Apenas Flamengo, Fluminense, Atlético-PR, Atlético-GO, Corinthians e Ponte Preta votaram contra.
O Regulamento Geral das competições da CBF também impede a venda de mando a partir das oitavas de final da Copa do Brasil. O Atlético-GO, por exemplo, tentou levar para Cariacica o duelo de volta contra o Flamengo, em 24 de maio, mas teve o pedido indeferido pela entidade e será obrigado a mandar a partida válida pelo mata-mata nacional em Goiânia.
Uma alternativa para movimentar o Mané Garrincha seria convencer Luziânia e Ceilândia a mandarem seus jogos da Série D no estádio. Neste caso, seriam, no mínimo, mais três partidas de cada um deles nos próximos meses, totalizando seis jogos. No entanto, o Luziânia prefere atuar próximo de sua torcida, no Serra do Lago. O Ceilândia também gosta de jogar no Abadião.
O Mané Garrincha também está na briga para receber um dos dois últimos jogos do Brasil nas Eliminatórias para a Copa de 2018. São três cidades brigando para receber os confrontos com o Chile e o Equador. O Maracanã é favoritaço para receber um dos compromissos. Foi um dos pedidos de Tite. Consequentemente, Porto Alegre e Brasília disputam a outra indicação.
Como Tite é gaúcho e tem o carinho das torcidas do Grêmio e do Inter, a tendência é que a Arena do Grêmio ou o Beira-Rio recebam a Seleção nas Eliminatórias, até como uma homenagem ao treinador. Brasília corre por fora por dois motivos: críticas ao gramado na Copa de 2014 e nos Jogos do Rio-2016 e as vaias ao time na primeira fase da campanha pela medalha de ouro nas Olimpíadas, contra o Iraque e a África do Sul. Tem gente na CBF que não engoliu o comportamento dos torcedores. Além das vaias, os gritos de “Marta” diante do mau desempenho de Neymar irritaram a cúpula.