O preço cobrado pelo acesso aos estádios de futebol será tema de debate aprofundado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos meses. Pelo menos foi o que deixou claro nesta quarta-feira o novo ministro do Esporte, André Fufuca, durante a cerimônia de lançamento do Projeto Estádio Seguro, em Brasília. Ele propõe a criação de um ingresso social.
Fufuca convidou a CBF, as federações e os clubes presentes no evento a debater a implementação de um bilhete solidário para atender torcedores de baixa renda. O plano do ministro recém-empossado no lugar de Ana Moser é debater o projeto em um grupo de trabalho liderado pelo Ministério dos Esportes.
“Estamos falando de dar proteção a quem está dentro do estádio, mas quero falar de quem muitas vezes quer ir ao estádio e não pode. As pessoas que não têm condição de pagar o ingresso. Ficou muito caro”, criticou Fufuca.
“Quero que montemos um grupo de trabalho, a CBF, o Ministério dos Esportes, os clubes e federações para que possamos instituir o ingresso social. A segurança é importante, mas a inclusão também de quem recebe um salário, dois, e não têm R$ 600 para pagar pelo bilhete”, argumentou, sem dar mais detalhes sobre o projeto pessoal pelas comunidades de baixa renda.
A ideia de André Fufuca foi prontamente endossada pelo ministro da Justiça. Em tom amistoso, Flavio Dino fez até “ameaça” ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, às federações e aos presidentes de clube caso haja resistência para debater o tema.
Flávio Dino virou-se para André Fufuca e avisou: “Aqui no Ministério da Justiça você tem parceiros para o que precisar. Se as conversas com a CBF não andarem bem, nós temos a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom), torcedor do Vasco, mais sofredor do que eu (botafoguense). Você terá no governo o apoio necessário para fortalecer essas linhas de trabalho”, afirmou.
Na semana passada, a Senacom notificou a CBF, o São Paulo e o Flamengo por causa do preço dos ingressos cobrados para a final da Copa do Brasil. Segundo o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, o órgão entrou em ação para apurar descumprimento das regras do Código de Defesa do Consumidor.
“Nós estamos pedindo explicação ao Flamengo e à CBF, assim como ao São Paulo, para explicar o valor desse preço. Como se chegou a esse valor? Que itens compõem essa precificação? E, de acordo com a resposta que vier, nós adotaremos as providências que nos cabem para fazer valer as diretrizes do Código do Consumidor e da Lei Geral do Esporte, quando se trata de preço de ingresso do futebol”, explicou o executivo.
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